De acordo com a presidente do Grupo, Jovanna Baby, o fato de os travestis serem chamados com os nomes constantes nas certidões de nascimento e não com a identidade de gênero provoca constrangimentos
<div align="justify">A Secretaria Estadual da Educação e Cultura (Seduc) esteve reunida com o Grupo Astral do Piauí, nesta segunda-feira (12), tratando sobre a inclusão do nome social dos travestis e transexuais nos registros de matrículas e cadernetas das Unidades Escolares da Rede Pública Estadual.</div>
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<p>De acordo com a presidente do Grupo, Jovanna Baby, o fato de os travestis serem chamados com os nomes constantes nas certidões de nascimento e não com a identidade de gênero provoca constrangimentos e é a principal causa da evasão escolar dos homossexuais nas instituições de ensino público do país.</p>
<p>“Todo mundo usa nome social. O próprio presidente Lula não era Lula. Xuxa é Maria das Graças, e assim muitas outras pessoas. Todas precisam ser respeitadas. Uma pessoa que não é identificada pelo nome que adotou e não se reconhece no seu nome de registro acaba também não se reconhecendo como parte do grupo e abandona a escola”, analisa Jovanna Baby.</p>
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<p>O grupo pretende que a Seduc siga os passos do Estado do Pará, que determinou em portaria publicada em abril do ano passado que, a partir de janeiro de 2009, todas as escolas paraenses incluam no ato da matrícula dos alunos, o prenome social de travestis e transexuais. “O Travesti também é cidadão, vota e é eleito”, defende Kátia Tapety, vice-prefeita do município de Colônia do Piauí.</p>
<p>“Tudo começa pela Educação e estamos pedindo que este processo no Piauí, também se inicie pela Educação. Aqui 90% dos travestis são semianalfabetos. Eu, por exemplo, sou uma pessoa conhecida pelos meios de comunicação, mas os professores fazem questão de me chamar pelo nome anagráfico”, declara Safira Benguel.</p>
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<p>“Nós não queremos a mudança do registro civil, essa é uma outra discussão. O que estamos reivindicando é que na lista de chamada e nos documentos escolares seja incluído entre parênteses o nome pelo qual o travesti é conhecido e se reconhece”, completa Benguel.</p>
<p>O secretário Antônio José informou que a solicitação do Grupo Astral será analisada pela Assessoria Jurídica da Secretaria de Educação. “Acho justa a reivindicação. Sempre defendi estes direitos e aqui na Secretaria temos uma Gerência de Inclusão e Diversidade para orientar as escolas no combate ao preconceito”, diz.</p>
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