Geral
AGRICULTURA
Aquecimento acabará com 70% da área agricultável do Piauí
Retração da economia, redução da qualidade de vida, forte migração. Se nada for feito em relação às emissões de carbono, esse será o panorama dos estados nordestinos
Luciano Coelho - 25/02/2009

<div align="justify"> <p>Retra&ccedil;&atilde;o da economia, redu&ccedil;&atilde;o da qualidade de vida, forte migra&ccedil;&atilde;o. Se nada for feito em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s emiss&otilde;es de carbono, esse ser&aacute; o panorama dos estados nordestinos em 2050, como conseq&uuml;&ecirc;ncia das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. O Piau&iacute; ser&aacute; o terceiro estado mais prejudicado pelas conseq&uuml;&ecirc;ncias do aquecimento global. A pesquisa mostra que o Cear&aacute; perderia quase 80% de suas terras agricult&aacute;veis. O Piau&iacute;, 70%, e Pernambuco, 65%.</p> <p>O impacto do aquecimento global na agricultura ser&aacute; o principal respons&aacute;vel pelo panorama. &ldquo;Como os choques clim&aacute;ticos afetam a disponibilidade de terras para cultivo e pecu&aacute;ria, o setor agr&iacute;cola &eacute; o que ter&aacute; sua capacidade produtiva mais atingida nas pr&oacute;ximas d&eacute;cadas, o que comprometer&aacute; sua gera&ccedil;&atilde;o de renda e emprego&rdquo;, afirma o texto da pesquisa, produzida pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais e a Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz, com financiamento da Embaixada Brit&acirc;nica.</p> <p>De acordo com a vers&atilde;o preliminar do estudo Mudan&ccedil;as Clim&aacute;ticas, Migra&ccedil;&otilde;es e Sa&uacute;de: Cen&aacute;rios para o Nordeste Brasileiro, 2000-2050, a regi&atilde;o sofrer&aacute; uma redu&ccedil;&atilde;o de 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em rela&ccedil;&atilde;o ao crescimento esperado para 2005. Isso considerando o cen&aacute;rio do Painel Intergovernamental de Mudan&ccedil;as Clim&aacute;ticas (IPCC) que prev&ecirc; um aumento de 4&ordm;C para a regi&atilde;o no per&iacute;odo. Os impactos negativos na agricultura, segundo o estudo, podem ter repercuss&otilde;es para outros setores da economia, como ind&uacute;stria &ndash; especialmente a de processamento de alimentos &ndash; e servi&ccedil;os. Al&eacute;m disso, a aus&ecirc;ncia de terras cultiv&aacute;veis ir&aacute; gerar escassez de alimentos.</p> </div> <div align="justify"><strong>Nordeste perder&aacute; maior volume de recursos</strong></div> <div align="justify"> <p>Diante desse cen&aacute;rio, haver&aacute; deslocamento da for&ccedil;a de trabalho do trabalho para outras regi&otilde;es do pa&iacute;s e para setores da economia menos impactados, al&eacute;m de migra&ccedil;&atilde;o e conseq&uuml;ente transfer&ecirc;ncia de capital e &ndash; as raz&otilde;es para a redu&ccedil;&atilde;o do PIB.</p> </div> <div align="justify"> <p>De acordo com o estudo, diversos munic&iacute;pios que em 2000 apresentavam condi&ccedil;&otilde;es razo&aacute;veis de renda sofreriam um choque negativo sob o efeito das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. J&aacute; as localidades com baixo n&iacute;vel de renda, teriam os piores ritmos de crescimento at&eacute; 2050. Os estados nordestinos que mais perderiam recursos s&atilde;o Pernambuco (-18,6% do PIB), Para&iacute;ba (-17,7%), Piau&iacute; (-17,5%) e Cear&aacute; (-16,4%). Com a queda no PIB e uma taxa de crescimento populacional ainda positiva para as pr&oacute;ximas d&eacute;cadas &ndash; mesmo com o aumento das migra&ccedil;&otilde;es &ndash;, o Nordeste registraria, como conseq&uuml;&ecirc;ncia das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas, uma diminui&ccedil;&atilde;o na renda per capita de seus habitantes, sugere o estudo do Cedeplar e da Fiocruz.</p> <p>A popula&ccedil;&atilde;o mais pobre, novamente, apresentaria os maiores n&iacute;veis de vulne-rabilidade e teria sua capacidade de adapta&ccedil;&atilde;o ao novo clima prejudicada. S&atilde;o as pessoas de baixa renda e com menor n&iacute;vel de escolaridade que t&ecirc;m menos chance de se deslocar para outras regi&otilde;es. Ao permanecerem em seus locais de resid&ecirc;ncia, elas sofreria um impacto ainda maior dos efeitos socioecon&ocirc;micos das altera&ccedil;&otilde;es do clima.</p> <p>A sa&uacute;de tamb&eacute;m seria alvo dos impactos das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. A expectativa de vida para os nordestinos acabaria afetada. Segundo o coordenador do estudo, Alisson Barbieri, em reportagem da Ag&ecirc;ncia Brasil do dia 26/11/2008, em 2050 o patamar estaria abaixo da m&eacute;dia brasileira.</p> </div> <div align="justify">O decl&iacute;nio populacional passaria a ocorrer em algum momento da segunda parte do s&eacute;culo. Al&eacute;m disso, a redistribui&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o do centro para a periferia, poderia ampliar ainda mais a escassez de &aacute;gua (que j&aacute; ocorre nos grandes centros urbanos).</div> <div align="justify"> <p>Di&aacute;rio do Povo&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> </div>
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