Foto/ Portal O Povo Vereadores governistas não rebateram as críticas
A decisão da Prefeitura de Picos de atender a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), para retirar os trailers que funcionam nas Praças Félix Pacheco e Josino Ferreira, no Centro de Picos, voltou a ser alvo de críticas na Câmara de vereadores, na última sessão ordinária (dia 03 de maio). Em discurso na Tribuna da Câmara o parlamentar oposicionista, Afonsinho Guimarães (Progressistas), relatou que esteve reunido com a Promotora de Justiça, da 1ª Promotoria de Justiça, Romana Leite Vieira, e ela teria negado que exigiu a saída dos trabalhadores desses logradores públicos. Na avaliação do vereador, o Município se aproveitou do imbróglio para tentar transferir os ambulantes para Avenida Beira Rio, no bairro Boa Sorte.
“Uma dúvida que fui tirar com a Promotora onde me surpreendi com a tamanha falta de coragem porque o cargo que nós assumimos tem que ser homem ou mulher bastante para estar aqui e assumir as suas responsabilidades. O secretário de Indústria e Comércio [Iata Rodrigues] e o secretário de Meio Ambiente [Filomeno Portela] colocaram aos trabalhadores da Praça Josino Ferreira que [a retirada dos trailers] foi a pedido da Promotora, onde é uma grande inverdade. A Promotora apenas pediu para retirar dos locais da Zona Azul. A praça é de administração do prefeito [Padre José Walmir de Lima (PT)]. Então não joguem culpa na Promotora dizendo que ela determinou porque é a pura mentira. A Promotora ficou até abismada, até zangada porque estão usando o nome dela indevidamente. Se vocês não tem coragem de retirar e querem colocar o problema nas costas da Promotora é problema de vocês que são os administradores e quem o povo escolheu, mas vão ter que resolver também com o povo”, falou Afonsinho.
O parlamentar da oposição também criticou a falta de ações da administração municipal para um melhor aproveitamento das praças com a presença dos trabalhadores autônomos. “Tem gente trabalhando há 30 anos e vocês não têm nem a decência para pedir um tempo para fazer uma reforma na praça, fazer quiosques padronizados. Na crise que nós vivemos o prefeito ao invés de procurar trazer saúde e educação está preocupado em retirar aqueles trabalhadores das praças. Sem se respeitar sequer a Câmara Municipal de Picos que já aprovou um Requerimento, onde todos os vereadores concordam, em deixar esses trabalhadores nas praças até se fazer uma reforma e criar os quiosques padronizados e não querer levá-los para uma avenida. Como é que querem concertar o transito fechando uma avenida para se colocar trailers, onde não tem banheiros, onde não tem estrutura, onde não tem segurança?”, questionou.
Em aparte o também vereador oposicionista, Toinho de Chicá (Progressistas), acompanhou o discurso do colega de bancada. “Não é hora de tirar esses trabalhadores que estão ali sofrendo no sol para ganhar o pão de cada dia. E ainda mais colocá-los em uma avenida que não tem nem movimento. O prefeito tem que rever isso aí e não mexer com esse pessoal agora. Não é tempo de desempregar ninguém”, pontuou.
Outro vereador da oposição que criticou a possível transferência dos trailers das praças do Centro para a Avenida Beira Rio foi Renato Ibiapina (PRP). “Promotor ele não manda, ele propõe, orienta o município. Mais uma vez eu repito que quando é para beneficiar a população ele não cumpre a orientação do Promotor e quando é para prejudicar a população ele acata. O Promotor também orientou a revogação da Lei do aumento da COSIPI e ele não revogou e agora essa outra orientação ele acatou”, criticou Renato.
Apesar das inúmeras críticas da bancada da oposição em relação a provável transferência dos trailers para o bairro Boa Sorte, nenhum parlamentar governista presente na sessão ordinária saiu em defesa da determinação da administração municipal.
A mudança dos trabalhadores autônomos estava marcada para acontecer no último dia 30 de abril. Contudo, segundo o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Iata Rodrigues, um atraso na entrega de painéis que serão montados no local acabou adiando a transferência. O município se comprometeu em realizar eventos culturais para atrair pessoas ao que a Prefeitura pretende que seja a nova praça de alimentação da cidade. O comerciante que não aderir a determinação não terá o alvará de funcionamento renovado.
