Política
DÍVIDA DE QUASE QUATRO ANOS
Vereadores cobram do prefeito de Picos o pagamento de salários atrasados referentes a 2014
Na época os contratados da secretaria de Educação não receberam os vencimentos dos meses de outubro e novembro
João Paulo - 17/09/2018
Foto/ Ascom
Centenas de servidores contratados ficaram sem receber os dois meses

“Quem bate esquece, quem apanha lembra”. Citando o ditado popular para ilustrar a situação de cerca de 650 pessoas que prestaram serviço a SEME (Secretaria Municipal de Educação), em 2014, na condição de contratados, o vereador oposicionista, Maté (PSL), cobrou do prefeito de Picos, Padre José Walmir de Lima (PT), o pagamento dos salários, desses antigos servidores da pasta, referentes a outubro e novembro daquele ano. Na época a SEME era comandada pelo petista.

“Eu visitando uma professora, uma educadora, e ela me disse: ‘Maté nem falam mais naqueles dois meses’. Se esse dinheiro saísse hoje, a crise que está, dava para fazer uma feira até boa. Eu lembro muito bem que eu tinha colocado umas pessoas e eu paguei do meu bolso, porque fui eu que coloquei. E hoje você visitando e o pessoal ainda fala desses dois meses que o atual prefeito, que era secretário de Educação, deixou de pagar”, disse Maté em discurso na Tribuna da Câmara, durante a última sessão ordinária realizada em 06 de setembro.

Para o parlamentar da oposição, o mais grave é o fato de que na época que o atraso salarial veio à tona, Padre Walmir culpou o então prefeito e atual Conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Piauí), Kleber Eulálio, por não conseguir quitar os salários atrasados dos contratados da Educação. “Ele dizia que não pagava porque o ex-prefeito, Kleber Eulálio, não repassava o complemento. E agora ele não paga por quê? Num é o atual prefeito?”, questionou.

Maté também sugeriu que, caso o Palácio Coelho Rodrigues não tenha recursos para pagar o montante, a dívida seja paga ao menos de forma parcelada. “A folha está lá eu tenho certeza. Porque não chamam e dão R$ 500,00 por mês para cada um. Na crise que está hoje se entrar R$ 10,00 no bolso da gente já é um alívio”, pontuou.

“A gente nem quer lembrar mais disso, mas o povo ainda lembra [...] é aquele ditado: 'quem bate esquece, mas quem apanha lembra’. Eu nem estava pensando nisso, mas é os educadores me cobrando esse pagamento. E eu quero pedir aos vereadores da situação que cobrassem o prefeito, que o prefeito se sensibilize e possa pagar esse povo antes de terminar o seu mandato, porque é muito importante para a administração e importante também pros servidores que prestaram serviço”, completou Maté.

Em aparte o também vereador da oposição, Toinho de Chicá (Progressista), reforçou a cobrança de Maté e pediu o pagamento da dívida. “Vários professores também sempre me procuraram pedindo para eu falar aqui, como já falei, já cobrei muito. O prefeito devia parcelar em três vezes, mas não deixar de pagar aos pobrezinhos que foram daqui para a Chapada do Mucambo, daqui para Tabatinga. Quem trabalhou quer receber”, colocou.

Outro lado

Nossa reportagem não conseguiu falar com o prefeito de Picos, Padre Walmir, para que ele comentasse as cobranças dos vereadores relativas aos dois meses de salários atrasados dos contratados da SEME referente ao ano de 2014. Mas em entrevista recente ao jornalista, José Maria Barros, do Portal JP On Line, o Chefe do Poder Executivo Municipal falou que prefere silenciar diante dos ataques direcionados a sua pessoa. “Meu silêncio expressa que a opinião dessas pessoas não me interessa”, salientou o prefeito.  

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