Geral
FISCALIZAÇÃO
Representantes do Conselho de Arquitetura e da Secult fiscalizam obra de mudança do piso da Catedral de Picos
Equipe de fiscalização analisará documentos e emitirá relatório a respeito da obra
João Paulo - 23/04/2019
Foto/ Portal O Povo
Engenheiro prestou esclarecientos a equipe de fiscalização

A repercussão negativa nas redes sociais provocada pelas fotos e vídeos da retirada dos históricos ladrilhos hidráulicos da Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos, chamaram a atenção do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Piauí (CAU/ PI).

Na tarde desta terça-feira (23), duas representantes da entidade acompanhadas de um engenheiro da Secretaria de Estado da Cultura do Piauí (Secult), estiveram no município picoense para apurar se a obra seria irregular e atentaria contra o patrimônio histórico e cultural.

A gerente técnica do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, Vivian Medeiros, falou que o objetivo da fiscalização foi coletar informações técnicas e emitir um relatório a respeito dos dados do responsável técnico, da planta e da existência do alvará da obra.

“Enquanto Conselho a nossa ideia é pedir para que eles apresentem os documentos que não forem apresentados hoje onde a gente dá um prazo para eles apresentarem e se eles não apresentarem a gente toma as providências que achar necessárias”, explicou Vivian Medeiros.

Ela colocou ainda que depois da emissão do relatório técnico haverá uma análise para definir os encaminhamentos a serem tomados pelo CAU/PI, onde, dependendo do resultado, poderão ser acionados outros órgãos como Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Prefeitura e Secretaria de Cultura.

“Não posso lhe afirmar [que essa obra corre o risco de ser embargada], mas existe sim [essa possibilidade]”, anotou a Gerente Técnica, acrescentando que mesmo que toda documentação técnica esteja regular, o Conselho poderá sim recomendar eventuais correções em relação à troca do piso.

(Foto/ Portal O Povo/ Mestre de Obra fala sobre o projeto comfiscais do CAU/ PI)

O engenheiro da Secult, Juan Carlos Carvalho Santos, disse que a fiscalização tem o intuito de saber a finalidade do projeto e se ele afetará as características da igreja.

Ele frisou que mesmo a igreja Matriz não sendo tombada pelo patrimônio histórico, em nenhuma esfera, deveria ter existido uma consulta junto ao órgão cultural competente para saber quais modificações poderiam ser realizadas na igreja de forma que não houvesse alterações na arquitetura do templo religioso, haja vista o grande valor arquitetônico e cultural e que a Catedral tem para o município.

“Na verdade como o Estado não compete diretamente, pois não tem um tombamento em nível estadual, a gente veio mais com o incentivo de buscar ajudar nessa fiscalização a fim de tentar junto ao Ministério Público ver possíveis medidas caso, é lógico, o projeto não esteja de acordo com as normas e que seja prejuízo para a preservação do patrimônio”, ressaltou.

A fiscalização foi acompanha pelo Bispo Diocesano de Picos, Dom Plínio José da Luz, pelo mestre de obras  e pelo engenheiro responsável pela obra, Ayrton José da Costa Luz, que disponibilizou a documentação para análise dos fiscais.

“Já foi feito a RTT do arquiteto, hoje estava sendo providenciada a RT do engenheiro e o alvará, mas acontece que o Padre [Francisco Pereira Borges, o Padre Chiquinho, Pároco da Paróquia e Nossa Senhora dos Remédios] viajou e está ausente para assinar esses documentos, mas no decorrer dessa semana toda essa documentação vai ser encaminhada [até porque] a obra em si ele não começou, nós estamos fazendo a retirada dos ladrilhos que vai fazer parte da primeira campanha de arrecadação da igreja para levar esse projeto a frente”, pontuou o engenheiro.

O arquiteto, Plínio Campos, que se posicionou contra a troca do piso, também acompanhou a fiscalização.

Tendo em vista a grande repercussão que a mudança do piso da Catedral provocou, as fiscais do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado do Piauí prometeram emitir, em regime de urgência, um relatório a respeito do resultado da fiscalização.

(Foto/ Portal O Povo/ Dom Plínio acompanhou a fiscalização e prestou esclarecimentos)

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