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EMBARGO
Obra da troca do piso da Catedral continua paralisada
O telhado e a torre da igreja também precisam passar por reforma
Da Redação - 21/05/2019
Foto/ Portal O Povo
Embargo foi determinado pelo Ministério Público

Na próxima sexta-feira (24), completa um mês que foi paralisada a obra da troca do piso original de ladrilho hidráulico, mais conhecido como mosaico, por pedras de granito e mármore, na igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, 2ª Maravilha do Estado do Piauí.

A paralisação atendeu a uma recomendação do Ministério Público Estadual, que através da Promotora da 1ª Promotoria de Picos, Karine Araruna Xavier, recomendou, o embargo da obra “até que sejam adotadas providências cabíveis de modo a preservar a identidade cultural da igreja”.

“Proceda à paralisação de toda e qualquer obra que estiver sendo realizada na igreja Nossa Senhora dos Remédios até que seja constatado que estas respeitam o estabelecido na lei municipal n. 2866/2017 e, que não existem riscos a originalidade da igreja”, recomendou na época a Promotora Pública.

Para embasar a recomendação da paralisação da obra, a Promotora se baseou entre outras Leis na Lei Municipal 2866/2017, de 11 de dezembro de 2017, sancionada pelo prefeito, Padre José Walmir de Lima (PT), que dispõe sobre o tombamento de edificações públicas e privadas, dentre elas a Igreja Nossa Senhora dos Remédios.

Contudo, a Lei que serviu como base para o embargo da obra proíbe alterações arquitetônicas apenas na parte externa do templo religioso, sendo que “qualquer modificação interna deverá manter a originalidade da fachada“.

O Bispo Diocesano de Picos, Dom Plínio José da Luz e Silva, disse que não foi notificado pela Prefeitura a respeito da Lei e que comunicou a paralisação da obra ao Núncio Apostólico, que é o representante do Papa Francisco.

“Está parada [a obra] a gente não pode mexer, a gente respeita, nós estamos submissos as Leis, já comuniquei ao Núncio Apostólico que é o representante do Papa e não posso dizer mais nada”, pontou Dom Plínio em entrevista a rádio Cidade Modelo.

Embora o Ministério Público não tenha estipulado prazo para se pronunciar a respeito da legalidade ou não da obra, o  Bispo Diocesano falou que a partir do momento que essa decisão for publicada irá analisar tudo para seguir todos os trâmites.

“Se não for continuar eles é que vão dizer o que é que a gente deve fazer”, frisou.

Ele lembrou que além do piso está bastante danificado, o telhado e a torre da igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios também precisam passar por reforma.

“Lá em Teresina tem uma igreja fechada [de São Benedito] por conta do tombamento e está caindo os pedaços. Então [aqui] vai ficar assim? O povo tem o gosto de ver a Igreja Catedral toda desarrumada para depois reclamar do Bispo ou de quem venha depois de mim?”, questionou.

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