Em entrevista concedida neste domingo (09), após o encerramento da 14ª Caminhada da Solidariedade e da Paz, o Bispo Diocesano de Picos, Dom Plínio José da Luz e Silva, voltou a falar sobre a paralisação, por determinação do Ministério Público Estadual, da obra de troca do piso da Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios, há mais de um mês e meio.
O Bispo disse que enquanto o Ministério Público não se manifestar, a favor ou contra a troca do piso original de ladrilho hidráulico, mais conhecido como mosaico, por pedras de granito e mármore, o futuro da obra permanece sem solução.
“Nós estamos esperando a manifestação do Ministério Público [pois] tudo que foi necessário fazer nós fizemos”, colocou.
(Foto/ Portal O Povo/ Piso de mosaico será substituído por pedras de granito e mármore)
Dom Plínio José da Luz lamentou que uma pequena parte dos fiéis tenha interpretado de maneira equivocada o posicionamento da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios em relação a viabilização de melhorias no piso da Igreja Matriz.
“A nossa intensão era cuidar e infelizmente fomos interpretados como aqueles depredadores, aqueles que vão derrubar, que vão acabar, quando a nossa missão é cuidar, era nossa intensão e a gente continua, mas agora como caiu nas mãos do Ministério Público não vamos fazer nada, agora é o Ministério Público que tem de se manifestar e no momento que se manifestar nós vamos continuar ou parar de uma vez”, ponderou.
Ele frisou ainda que essa paralisação representa uma perda enorme para a comunidade católica, haja vista que esse não é o sentimento da maioria.
“Nós estamos aqui com a finalidade de unir cada vez mais, de criar e se nos interpretaram mal a gente não encara que essa interpretação seja verdadeira porque nós servimos a Jesus Cristo e nós temos nossas convicções”, anotou.
(Foto/ Portal O Povo/ Piso da lateral direita já foi quase todo retirado)
Dom Plínio concluiu dizendo a igreja católica respeita as Leis, mas cobrou do Ministério Público uma decisão em relação à obra que está embargada desde o último dia 24 de abril.
“Esperemos que o Ministério Público reconheça que precisa agir, não pode só parar uma coisa e deixar aí parado, o Ministério tem suas atividades, mas também temos as nossas, não quero bater contra o Ministério Público, mas se chegaram a fazer tão rápido uma coisa para parar [a obra], porque que agora botam uma pedra em cima, certamente têm atividades como nós, mas a nossa atividade inclui também dar satisfação ao povo e a gente espera que isso aconteça o mais breve possível”, concluiu.
Paralisação
A paralisação atendeu a uma recomendação do Ministério Público Estadual, que através da Promotora da 1ª Promotoria de Picos, Karine Araruna Xavier, recomendou, o embargo da obra “até que sejam adotadas providências cabíveis de modo a preservar a identidade cultural da igreja”.
“Proceda à paralisação de toda e qualquer obra que estiver sendo realizada na igreja Nossa Senhora dos Remédios até que seja constatado que estas respeitam o estabelecido na lei municipal n. 2866/2017 e, que não existem riscos a originalidade da igreja”, recomendou na época a Promotora Pública.
(Foto/ Portal O Povo/ Igreja ganhará confessionários climatizados)
Para embasar a recomendação da paralisação da obra, a Promotora se baseou entre outras Leis na Lei Municipal 2866/2017, de 11 de dezembro de 2017, sancionada pelo prefeito, Padre José Walmir de Lima (PT), que dispõe sobre o tombamento de edificações públicas e privadas, dentre elas a Igreja Nossa Senhora dos Remédios.
Contudo, a Lei que serviu como base para o embargo da obra proíbe alterações arquitetônicas apenas na parte externa do templo religioso, sendo que “qualquer modificação interna deverá manter a originalidade da fachada“.
(Foto/ Portal O Povo/ Dom Plínio acompanhou a fiscalização e prestou esclarecimentos)