Municípios
ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Ato político de aliados do prefeito de Dom Expedito Lopes atrapalha e interrompe sessão da Câmara de Vereadores
Parlamentares foram ameaçados e fizeram Boletim de Ocorrência
Da Redação - 25/10/2020
Foto/ Portal Mutucas
Aglomeração de apoiadores de Valmir Barbosa em frente ao Poder Legislativo

O município de Dom Expedito Lopes está virando uma terra sem lei, em que vale a lei do mais forte, de quem está no poder. Essa é a conclusão dos cinco vereadores que fazem oposição no município, e que se viram encurralados no plenário da Câmara, quando faziam uma sessão ordinária, inclusive transmitida ao vivo pelo canal no Youtube e pela rádio comunitária 3º Milênio. A ironia é que o pano de fundo do evento de partidários do prefeito Valmir Barbosa, seria convidar a população para um comício neste sábado, com a temática de denunciar a violência contra a mulher.

TRAGÉDIA ANUNCIADA

O evento de apoio à candidatura de Valmir Barbosa, por muito pouco não se transformou em uma tragédia anunciada. Apesar dos ânimos terem sido contidos, os vereadores oposicionistas, De Assis e Ramon Costa, sofreram ameaças de correligionários do atual prefeito, candidato à reeleição, no momento em que acontecia a sessão da Câmara Municipal. O comandante da PM no município, cabo Altamar, está sendo acusado de prevaricação, e de ser conivente com a baderna, em apoio aos aliados do prefeito. Na manhã deste sábado, os cinco vereadores de oposição registraram Boletins de Ocorrência (B.O.), na Central de Flagrante de Picos.

FILHO DO PREFEITO

Em entrevista ao MUTUCAS, o vereador Ramon Costa explicou o que teria acontecido. “Já tinha falado Evanil, Ireny, luís, waguim, Everaldo e Kyldary estava falando. Estávamos escutando o som, mas não estava atrapalhando. Na metade do discurso, não estávamos mais ouvindo a fala de Kyldary, devido ao som alto lá fora. O presidente da Câmara, vereador De Assis, interrompeu a sessão, e saiu pra falar com os policiais, e foi quando eu o acompanhei. Nos dirigimos ao apoiador Davidson, e pedimos para diminuir o som só enquanto concluíamos a sessão da Câmara. Ao que ele nos respondeu: Zezinho (comandante Cabo Altamar) já foi lá duas vezes, pediu pra eles baixarem, mas não estão atendendo. Aí enquanto negociávamos com a polícia e alguns apoiadores para baixarem o som, o filho do prefeito veio pra cima de mim, sendo contido por seus correligionários.”

COORDENAÇÃO SABIA

Após dez minutos de paralisação da sessão da Câmara, por conta do tumulto do lado de fora, a reunião ordinária foi reiniciada, e três vereadores fizeram o uso da palavra: Kyldary Gonçalves, Joaquim do PT e De Assis. Antes, o presidente daquela casa legislativa, De Assis, explicou que recebera ligação do coordenador da campanha do prefeito Valmir Barbosa, Lucas Cardoso, na noite da última quarta-feira, que lhe indagara se haveria sessão ou não, quando foi avisado que sim. Mesmo com essa informação, o jovem coordenador teria mantido o percurso até a praça da Câmara Municipal, no horário da sessão, afrontando o Poder Legislativo e cometendo crime eleitoral. “Poderia ter acontecido uma tragédia de grandes proporções na noite de sexta-feira. Os responsáveis têm que ser punidos. Os jovens que foram arrastados pela folia, estavam inocentes e certamente não sabiam que estavam sendo usados e expostos a uma situação de risco de suas próprias vidas.”

AÇÃO PREMEDITADA

“Também fui procurado aqui na Câmara pelo secretário de Administração, Francival, que quis saber se haveria sessão, e afirmei que sim. Então, se eles sabiam de nossa sessão, aquela arruaça foi então algo premeditado. Eles sabiam da sessão, e fizeram questão de inflamar os seus apoiadores para virem afrontar o Poder Legislativo, para virem nos agredir. É uma situação extremamente grave, e mostra que o desespero da turma do prefeito ultrapassou todos os limites.” – denuncia o vereador De Assis.

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Minutos antes do prédio da Câmara Municipal ter sido cercado por partidários do prefeito Valmir Barbosa, os vereadores de oposição repudiavam justamente atos de violência praticados contra as mulheres. A vereadora Ireny Gonçalves lembrava da selvageria praticada pelo atual prefeito Valmir Barbosa, contra a sua própria irmã, na campanha de 2008, quando ela se recusara em votar nele para prefeito, e acabou sendo espancada de forma impiedosa a golpes de cinturão. Ela também citou o caso do filho da vereadora Evanil Conrado, candidata a vice-prefeita, que em 2016 foi enquadrado na Lei Maria da Penha, por ameaçar de morte a sua ex-namorada.

Boletins de Ocorrência feito pelos vereadores

Fonte: Portal Mutucas

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