Um grupo com 37 profissionais de saúde, enviados pela Prefeitura de Picos, tem ajudado significativamente os trabalhos das equipes de socorro e atendimento médico e assistência social
<div align="justify">Um grupo com 37 profissionais de saúde, enviados pela Prefeitura de Picos, tem ajudado significativamente os trabalhos das equipes de socorro e atendimento médico e assistência social às vítimas da enxurrada provocada pelo rompimento da Barragem Algodões I no Município de Cocal. A Missão Picos Solidário a Cocal se integrou à força-tarefa composta por uma série de órgãos municipais, estaduais e federais, cuja base é a sede da Prefeitura de Cocal.</div>
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<div align="justify">Picos Solidário a Cocal, ao lado das equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc), Empresa de Gestão de Recursos do Estado (Emgerpi), Secretaria da Defesa Civil e Prefeitura de Cocal, tem dado uma contribuição efetiva ao atendimento das centenas de famílias vitimadas pelo desastre. A missão é formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, técnicos de enfermagem e motoristas.</div>
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<div align="justify">Os profissionais de Picos, desde que chegaram, na última sexta-feira (5), têm trabalhado em média ao longo de dois turnos diários, indo diretamente às localidades arrasadas pelas águas da Barragem Algodões I, que rompeu há 13 dias, no último dia 27 de maio. Cerca de 250 pessoas em média estão sendo atendidas diariamente por esses profissionais, desde que chegaram a Cocal. Por helicóptero, em veículos tracionados, de moto ou até mesmo a pé eles chegam às comunidades atingidas.</div>
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<div align="justify">Minimizando o sofrimento</div>
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<div align="justify">“Nós viemos nos integrar às equipes que já estavam atuando, nesta segunda fase da assistência à população atingida”, observou o médico Wianney Moura de Carvalho, que atendia, na manhã desta terça-feira (9), a população na localidade Jacarandá, nas proximidades da divisa com o Estado do Ceará. “Nós viemos, visitamos as regiões que foram mais atingidas, fizemos o atendimento médico”, contou o profissional.</div>
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<div align="justify">“Viemos tentar minimizar o sofrimento das pessoas”, acrescentou Wianney Moura, contando a situação das pessoas que perderam tudo, inclusive suas casas, animais, plantações, eletrodomésticos, roupas, móveis, etc. “É um trabalho muito cansativo e gratificante. As equipes que estão atuando na região, muito bem coordenadas - um trabalho muito organizado -, contam com muitos profissionais de todas as áreas que você imaginar. Todos com a intenção mesmo de ajudar.”</div>
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<div align="justify">Continuou o profissional: “Todo mundo vestiu a camisa e resolveu partir para o trabalho, sem distinção de questões políticas, locais ou de quaisquer outros interesses”. “O interesse é somente de ajudar”, completou Wianney Moura de Carvalho, que relatou estar encontrando muitos casos de trauma psicológico. “Por conta do trauma, muita gente ficou de certa forma com o estado emocional abalado e isso vai durar muito tempo”, opinou.</div>
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<div align="justify"><strong>Contato com o trauma</strong></div>
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<p>“Essas pessoas estão ainda com aquele trauma inicial e é difícil conversar, muitas vezes é difícil até interagir com algumas, que perderam familiares, tudo o que tinham”, acrescentou. “Outras não tiveram tanta perda, mas, por conta do sofrimento e do que viram, ficou aquele trauma emocional, psicológico.” Além do trauma, o médico teve que lidar com gripes, parasitoses intestinais, problemas respiratórios e de pele, e ainda ferimentos causados na tentativa de escapar da fúria das águas.</p>
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<p>Na mesma comunidade Jacarandá, o médico da Secretaria Municipal de Picos contava com a companhia de uma psicóloga, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, uma assistente social e um psicopedagogo, que ministrava oficina para as crianças de cinco famílias, que perderam tudo, na localidade denominada Franco, uma das mais afetadas na enxurrada provocada pelo rompimento da Barragem Algodões I. Ao mesmo tempo, a assistente social fazia o levantamento dos bens perdidos. </p>
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<div align="justify">Essas cinco famílias estão hoje vivendo ou na casa de amigos e parentes, em Jacarandá, ou abrigadas no prédio de uma escola pública municipal, onde acontecia o atendimento da equipe multidisciplinar na manhã desta terça-feira (9). Antonia Maria da Silva, 26 anos, vivia com o marido e dois filhos em Franco, que ficou completamente destruída. Assim como seu pai, que vivia em outra habitação, foi obrigada a refugiar-se numa das salas de aula da escola pública localizada em Jacarandá.</div>
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<div align="justify"><strong>Esperada nova casa</strong></div>
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<div align="justify">“O que a gente está querendo é ir para uma outra área, porque lá (Franco) está perigoso mesmo”, declarou Antonia Maria, que agora espera receber uma nova casa em local mais alto, juntamente com o restante de seus bens materiais destruídos, fora da área de risco da Barragem Algodões I. Enquanto a nova casa não vem, ela e sua família terão que permanecer alojadas no atual abrigo, torcendo para reconstruir suas vidas o mais breve possível.</div>
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