Lagrimas nos olhos, e um sentimento de revolta. Este é o meu sentimento neste momento.
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<p>Quando entramos para a universidade de comunicação social aprendemos que para sermos bons jornalistas temos que gostar de ler, escrever bem, saber se expressar, além de ser, um testemunho da História. Jornalista é um profissional da informação que deve ter um bom equipamento cultural para colocar fatos no contexto e relatar acontecimentos com clareza e desenvoltura para que o cidadão possa se informar e formar suas opiniões sobre o mundo. Assim sendo passa quatro anos em uma universidade estudando, língua portuguesa, economia, teoria da comunicação, filosofia, história da arte e sociologia. Depois vêm as matérias específicas, como jornalismo interpretativo e informativo, técnicas de redação e edição de texto, novas tecnologias de comunicação e design gráfico. Há aulas práticas de foto jornalismo, jornalismo impresso e on-line, rádio e TV. </p>
<p>Saímos da universidade coma capacidade de compreender a realidade e reportá-la da melhor forma. Assim influenciamos o leitor a tomar decisões que sejam boas para sua vida através da informação que transmitimos, contribuindo assim para sua democratização. “A liberdade de expressão e a responsabilidade social do jornalismo são os alicerces que sustenta a democracia”. Fundamentalmente, o jornalismo é um serviço à sociedade, pois tem o dever de divulga informações de interesse público por meio de veículos de comunicação, como jornais, revistas, rádio, TV e internet. O profissional da notícia apura, redige e edita reportagens, entrevistas e artigos, adequando o tamanho, a abordagem e a linguagem dos textos ao veículo e ao público a que se destinam. </p>
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<p>Hoje, infelizmente, tudo isso não vale mais nada. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo fim da exigência ao diploma de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão. Uma falta de respeito com inúmeros jornalistas e estudantes de comunicação que passaram quatro anos em uma universidade aprendendo uma profissão, e hoje tudo vem por água abaixo. Acho que o Ministro Gilmar Mendes (um idiota) relator dos discursos como disse o ministro Joaquim Barbosa esta sim destruindo a justiça do país acho, também, que essa foi uma maneira encontrada por ele para cair na mídia e na boca do povo, pois vai ser difícil esquecer esse ato.</p>
<p>O fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo não resolve o problema da liberdade de expressão. Nós jornalistas sempre fomos obrigados a refletir sobre esses direitos. Será que tínhamos mesmo o direito de nos expressarmos, de mantermos a sociedade informada cumprindo assim o nosso dever? Acho que não. Nos jornalistas temos batalhado pelo direito da liberdade de imprensa e de expressão. Uma vez que não nos é permitido propagar a informação da maneira como pensamos, sem sermos punidos, como tem acontecido com outros colegas jornalistas que tiveram que rever seus próprios pensamentos sobre fatos ocorridos. Isso nos faz pensar se vivemos mesmo em um país democrata.</p>
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<p>O problema da liberdade de expressão está na ditadura, ditadura das palavras a qual tem criado marginais, exaltados mentirosos, e na ditadura de pensamentos. Temos que pensar como os poderosos que de certa forma manipula alguns jornalistas, ao lhe conceder entrevistas coletivas, eles decidem quem lhe faz as perguntas, ou quais as perguntas que merecem respostas, e os jornalistas não têm ao menos a oportunidade de replicar. Ficam de mãos atadas, ou seria de boca atada?</p>
<p>Será que uma pessoa que não passou pela universidade de comunicação social seria capaz de exercer essa profissão com tanta responsabilidade? Se qualquer pessoa hoje pode exercer a profissão de jornalista, sem a mínima qualificação, o que será da sociedade e do seu direito de receber informação de qualidade, e o que será de nos jornalistas diplomados, que passamos quatro anos se capacitando para exercer a profissão que escolhemos?</p>
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<p>Lagrimas nos olhos, e um sentimento de revolta. Este é o meu sentimento neste momento. Fiquei a noite pensando para quê serviu quatro, anos em uma faculdade, horas e mais horas de estudo, muito tempo em cima de leis, estudando a melhor forma, o melhor formato, a melhor maneira de escrever matérias e artigos, como procurar e passar para a sociedade o que ela quer saber. Sei que existem muitas pessoas que não gostam de nos jornalistas, pois acham que quem detém informação, detém poder, assim como em qualquer profissão que mexem com a sociedade de alguma forma, como em todo lugar, existem bons e maus profissionais. O jornalismo precisa de pessoas capacitadas para exercer sua função, sim.</p>
<p>Penso também nos meus ex-alunos do curso de comunicação e que a maioria hoje está formada exercendo sua profissão. O que eu os ensinei hoje não tem o menor valor.</p>
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<p>Hoje não sei se sou Jornalista? Ou se sou Roberta Molina, aquela estudante de comunicação da Universidade Estadual da Paraíba que sempre se preocupou em aprender a melhor forma de ser uma boa profissional. Muito esforço... Hoje jogado no lixo. Agora sinceramente não sei o que meu diploma representa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!</p>
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<div align="justify">Obrigada Mendes pela sua falta de respeito...</div>
<div align="justify"> Brasil, 19 de Junho de 2009.</div>
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<div align="justify"><strong>Jornalista Roberta Molina</strong></div>
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<div align="justify">Jornalista, Professora, Coordenadora de Projeto Social em Picos (PI) – Formada pela Universidade Estadual da Paraíba, Pós-Graduada em Jornalismo Cultural, História e Sociologia. Contato: E-mail’s: Jor.robertacarvalho@globo.com – robertamribeiro@hotmail.com.</div>