JORNALISTA POR VOCAÇÃO
Nota da Redação: Ser ou não ser, eis a questão?
Eu não concordo em número, gênero e grau quando os colegas de profissão praticamente sacramentam a morte do jornalismo.
Wallysson Bernardes - 20/06/2009

<div align="justify">A famosa frase Ser ou n&atilde;o ser, eis a quest&atilde;o (no original, To be or not to be, that s the question) vem da pe&ccedil;a A trag&eacute;dia de Hamlet, pr&iacute;ncipe da Dinamarca, de William Shakespeare. Encontra-se no Ato III, Cena I e &eacute; frequentemente usada como um fundo filos&oacute;fico profundo. O verso expressa bem o que est&aacute; vivendo a categoria ap&oacute;s a Decis&atilde;o do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a exig&ecirc;ncia do diploma de curso superior de jornalismo.</div> <div align="justify"> <p>Pois bem, achamos que o diploma &eacute; conferido pela vida, experi&ecirc;ncia e principalmente pela humildade e com aquele velho bl&aacute;-bl&aacute;-bl&aacute; da forma&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica (que &eacute; essencial para qualquer profiss&atilde;o). Ponto. No entanto, &Eacute; bom lembrar tamb&eacute;m que Jornalista precisa &eacute; ler Machado, Bertold Brecht, William Durant e Shakespeare, n&atilde;o s&oacute; de &quot;diploma&quot;. Segue a li&ccedil;&atilde;o.</p> <p>Critico com veem&ecirc;ncia a falta de uni&atilde;o, o desrespeito com que os &ldquo;iniciantes&rdquo; t&ecirc;m com os j&aacute; testados e aprovados profissionais e principalmente o descaso do Governo com Universidades sucateadas cheias de profissionais que nem da &aacute;rea s&atilde;o. O sistema e seus perif&eacute;ricos est&atilde;o contaminados desde a raiz. N&oacute;s profissionais temos que rever muitas coisas e n&atilde;o ficar choramingando pelos cantos. As trincheiras foram abertas, basta agora buscar na ess&ecirc;ncia de cada um, solu&ccedil;&otilde;es. P&ocirc;r preto no branco o que se pensa ser a verdade (e esta &eacute; uma das minhas leis sagradas).</p> </div> <div align="justify"> <p>Eu n&atilde;o concordo em n&uacute;mero, g&ecirc;nero e grau quando os colegas de profiss&atilde;o praticamente sacramentam a morte do jornalismo. Creio sim, que pode sofrer algumas baixas de percurso, mesmo com a virulenta decis&atilde;o do STF. Mas, espero daqui a anos vindouros possa crescer uma nova cultura pelo menos em Picos, como criar uma Associa&ccedil;&atilde;o, organizar-se palestras e cursos, para que possamos UNIDOS tomar f&ocirc;lego e renascer. Tamb&eacute;m creio que o prazer de ser jornalista n&atilde;o &eacute; substitu&iacute;do por nada.</p> <p>Quero alerta ainda para a quest&atilde;o da &eacute;tica, j&aacute; que o aparelho social demanda sujeiras incr&iacute;veis como manuten&ccedil;&atilde;o do status quo das classes dominantes e, por conseguinte, rege todos os caminhos da propalada democracia.</p> </div> <div align="justify"> <p>Vamos exterminar nossas esquizofrenias. (segundo Eugem Bleuler, criador do termo, esquizofrenia significa pessoa de mente dividida). Existe algo de bom e muito valioso no trabalho do velho rep&oacute;rter, a sua pr&oacute;pria experi&ecirc;ncia profissional contada em poucas linhas que servem de rumo para os focas e principiantes, como tamb&eacute;m para professores.</p> <p>&ldquo;Sabemos que para escrever bem n&atilde;o &eacute; preciso muita experi&ecirc;ncia e pr&aacute;tica profissional&rdquo;, dizem alguns. V&aacute; l&aacute;! Ressalto que os jovens (novatos, focas, principiantes, etc.), n&atilde;o est&atilde;o habilitados a isso. Esse julgamento &eacute; t&iacute;pico da arrog&acirc;ncia daqueles que subiram algumas escadas da gl&oacute;ria, ou daqueles cabelos brancos que n&atilde;o admitem que outros tamb&eacute;m o fa&ccedil;am, mas que merecem trinta chibatadas no meio da pra&ccedil;a. Ou ent&atilde;o, Mozart n&atilde;o teria escrito sua primeir&iacute;ssima sinfonia apenas aos 4 anos de idade.</p> </div> <div align="justify"> <p>T&eacute;cnicas e mais t&eacute;cnicas, teses, disserta&ccedil;&otilde;es, s&atilde;o escritas diariamente por pessoas que se acham capacitadas para ditarem os caminhos de uma meia d&uacute;zia de pobres mortais. Pessoas que se acham com a raz&atilde;o e o conhecimento sobre tudo, l&oacute;gico, dento do jornalismo. Quer um exemplo? Cl&oacute;vis Rossi, e o cito com o meu grifo jovem de bom entendedor, disse que a arte do jornalismo &eacute; convencer as mentes. Quanta pretens&atilde;o. Digo mais. O manual da toda poderosa Folha de S&atilde;o Paulo determina que &ldquo;Cada frase dever conter uma s&oacute; id&eacute;ia. Frases curtas s&atilde;o mais eficazes que as longas...&rdquo;. O mais... O mais &eacute; peleja, &eacute; campo, &eacute; reda&ccedil;&atilde;o, &eacute; veia mesmo... Esse grifo &uacute;ltimo &eacute; meu.</p> <p>H&aacute; ainda de se pensar o estrelismo pessoal de muitos. &ldquo;Achar que j&aacute; sabe tudo&rdquo;. Noblat esclarece claramente os perigos da arrog&acirc;ncia: &ldquo;os perigos que apontei at&eacute; aqui s&atilde;o graves embora nem de longe se comparem ao que s&atilde;o pai e m&atilde;e de todos os perigos &ndash; o de achar que j&aacute; sabe tudo&rdquo;. &Eacute; verdade que a arrog&acirc;ncia configura-se num passo para a desgra&ccedil;a. Dizem que o mais sensato para combater esse mal, em qualquer &aacute;rea, doutor ou n&atilde;o, seja a <strong>humildade comedida</strong>. O egocentrismo realmente atrapalha a carreira de novos e velhos profissionais. Parab&eacute;ns pela brilhante coloca&ccedil;&atilde;o desse velho jornalista. A categoria &eacute; t&atilde;o arrogante e dispersa que se quer consegue aprovar um conselho pr&oacute;prio.</p> </div> <div align="justify"> <p>A experi&ecirc;ncia de campo unida &agrave; pr&aacute;tica da leitura ajudam a fazer um bom jornalista ou pelo menos o faz vencer grandes desafios do dia-a-dia das reda&ccedil;&otilde;es e principalmente, do mercado de trabalho.&nbsp;</p> <p>Quero dizer que n&atilde;o alienado a ponto de engolir tudo que leio e vejo. Existem autores que simplismente ignoram o nosso sentido cognitivo e apelam com propostas bizarras e absurdas do fazer jornalismo. Digo isso porque existem manuais de estilos como o da Folha de S&atilde;o Paulo, O Globo, entre outros, que ridiculamente&cedil; tentam inundar as mentes de pobres focas, professores e at&eacute; mesmo jornalistas experientes com suas normas e m&eacute;todos de atua&ccedil;&atilde;o.</p> </div> <div align="justify"> <p>Digo mais: a obra Manual de radiojornalismo da Joven Pan &eacute; um desses claros absurdos, pois a autora, Maria Elisa Porchat, ao longo do livro, al&eacute;m de puxar o saco da empresa que representa, apresenta normas e m&eacute;todos do fazer um jornalismo falado di&aacute;rio, ao meu ver, ela nada mais quer do que convencer a todos sobre o estilo e fa&ccedil;anhas, poss&iacute;veis tend&ecirc;ncias do jornalismo falado no pa&iacute;s, que, segundo ela, frutos da Joven Pan. Nesses&nbsp;moldes, seguem tamb&eacute;m os manuais Folha e Globo, com sua t&eacute;cnicas e normas iguais em todo o lugar e conhecidas de todos os jornalistas. O fato &eacute; que nada tais manuais acrescentam, a n&atilde;o ser uma incr&iacute;vel redund&acirc;ncia e falta de respeito pela capacidade cr&iacute;tica de cada pessoa que os l&ecirc;em. J&aacute; li os citados neste artigo, por conta disso estou enojado. Um c&iacute;rculo que pode alienar aqueles que se enveredam pela leitura de tranqueiras.</p> <p>Acredito que para n&atilde;o cair nesse calabou&ccedil;o, &eacute; necess&aacute;rio que o foca, o principiante e at&eacute; mesmo professores, tenham em mente a consci&ecirc;ncia e o senso cr&iacute;tico daquilo que ir&aacute; ler como base cient&iacute;fica e te&oacute;rica para argumentos futuros, como tamb&eacute;m para a sua atua&ccedil;&atilde;o profissional de agora em diante.</p> </div> <div align="justify"> <p>De resto, basta! faro de jornalista, compet&ecirc;ncia e responsabilidade para se dar bem nesse meio que algu&eacute;m determinou como par&acirc;metro necess&aacute;rio que &ldquo;o jornalista tem que matar um le&atilde;o por dia&rdquo;, como forma de vencer no famigerado mercado de trabalho.</p> <p>Quero deixar a minha admira&ccedil;&atilde;o &agrave; brilhante vis&atilde;o de mundo e de jornalismo do STF, bem como experi&ecirc;ncia respeitad&iacute;ssima, como tamb&eacute;m o meu rep&uacute;dio &agrave; sua arrog&acirc;ncia velada em tratar esse assunto, que lhe deu tudo, e os focas como forma v&aacute;lvula de escape das suas ang&uacute;stias e desalentos. De baixo da minha pequena bagagem, quero simplificar que n&atilde;o acredito que o jornalismo morre. Al&eacute;m de ser o abre-alas do mundo da informa&ccedil;&atilde;o, &eacute; patente que todo o ser humano adora ser na foto. &Eacute; isso.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Wallysson Bernardes</strong></p> </div> <div align="justify"><strong>Editor-chefe do Jornal e Portal O Povo</strong></div> <div align="justify"><strong>Historiador formado, cursando p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o</strong></div> <div align="justify"><strong>Acad&ecirc;mico de Jornalismo e assessor de imprensa </strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div>
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