Polícia
TORTURA
Direitos Humanos e Diretoria da OAB vão até governador para tratar de tortura
O caso mais recente e que chocou os membros da Comissão e do Conselho da OAB-PI ocorreu no município de Picos, no Sul do Piauí, no começo deste mês.
Ascom - 28/10/2008

<p align="justify">O&nbsp;presidente da Comiss&atilde;o de Defesa dos Direitos Humanos da OAB Piau&iacute;, L&uacute;cio Tadeu Santos, o presidente da Ordem, Norberto Campelo, e o Secret&aacute;rio Geral, Sigifroi Moreno Filho, solicitar&atilde;o esta semana audi&ecirc;ncia com o governador Wellington Dias, no sentido de haver um posicionamento por parte do chefe do Executivo no que tange &agrave;s &uacute;ltimas ocorr&ecirc;ncias de torturas de policiais e agentes contra presos e pessoas de bem no Estado, o que caracteriza, no m&iacute;nimo, desvio de conduta dos policiais, al&eacute;m de crimes contra a pessoa humana, contrariando as leis sobre os direitos humanos.</p> <div align="justify">O caso mais recente e que chocou os membros da Comiss&atilde;o e do Conselho da OAB-PI ocorreu no munic&iacute;pio de Picos, no Sul do Piau&iacute;, no come&ccedil;o deste m&ecirc;s. Dois presos foram torturados por policiais militares lotados no 4&ordm; Batalh&atilde;o de Pol&iacute;cia da cidade. Um deles sofreu v&aacute;rios golpes na genit&aacute;lia e o outro nas costas. A den&uacute;ncia foi formalizada pelo titular da 1&ordf; Promotoria da Comarca de Picos, promotor El&oacute;i Pereira de Sousa J&uacute;nior. O Minist&eacute;rio P&uacute;blico acusa o comandante do 4&ordm; Batalh&atilde;o da PM, Major Wagner Torres, de ser o respons&aacute;vel pelo ocorrido.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">As v&iacute;timas do espancamento s&atilde;o conhecidas da pol&iacute;cia. Eles praticavam arrombamentos em estabelecimentos comerciais de Picos. S&atilde;o eles: Edgar da Silva Rocha, 20, &quot;Coelho&quot;, e seu parceiro Airon Alves Magalh&atilde;es, 23. Ambos foram presos ap&oacute;s supostamente terem arrombado uma loja e levarem uma quantia em dinheiro. Coelho, inclusive, &eacute; reincidente e j&aacute; foi preso anteriormente. Quando da remo&ccedil;&atilde;o de acusados, do 4&ordm; BPM para o 2&ordf; DP, no dia 1&ordm; pela manh&atilde;, um deles, o Coelho, disse que foi agredido por integrantes do Rocad. A m&atilde;e dele formalizou den&uacute;ncia junto ao promotor El&oacute;i Pereira J&uacute;nior, que determinou a pris&atilde;o de dois PMs. O comandante Wagner Torres disse estar &ldquo;indignado&rdquo; com a atitude da justi&ccedil;a em punir de maneira dr&aacute;stica os policiais por uma acusa&ccedil;&atilde;o que, segundo o comandante, &eacute; falsa.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">L&uacute;cio Tadeu Santos informou que acompanhou o caso na cidade, juntamente com o vice-presidente nacional da Comiss&atilde;o de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade da OAB, advogado Ozildo Batista, e por membros da Subse&ccedil;&atilde;o da OAB de Picos e atestou que os presos foram bastante lesionados. &ldquo;O que mais sofreu golpes nos test&iacute;culos corre o risco de ficar est&eacute;ril. Ambos ser&atilde;o encaminhados esta semana para Teresina, onde passar&atilde;o por exames e tratamento especializado. N&atilde;o podemos aceitar como normal esse tipo de pr&aacute;tica. A OAB est&aacute; comunicando o fato aos organismos nacionais e internacionais e o poder Executivo n&atilde;o pode tratar essas quest&otilde;es com indiferen&ccedil;a&rdquo;, criticou</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">O presidente Norberto Campelo disse que a Constitui&ccedil;&atilde;o Federal declara que &eacute; um de seus princ&iacute;pios fundamentais a dignidade da pessoa humana. &ldquo;N&oacute;s queremos fazer chegar ao governador que pr&aacute;ticas como essa podem se tornar comuns e medidas en&eacute;rgicas precisam ser tomadas, porque o papel da pol&iacute;cia n&atilde;o &eacute; conter o crime com o crime. A tortura, seja em qual intensidade for, se configura uma viola&ccedil;&atilde;o grave dos direitos humanos, seja contra um criminoso, contra um suposto criminoso ou contra um cidad&atilde;o de bem&rdquo;, declarou.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Os dois presos torturados foram pegos pela pol&iacute;cia militar por volta das 04h00 da madrugada de 1&ordm; de outubro, e conduzidos &agrave; presen&ccedil;a do Comandante Major Wagner Torres e somente foram apresentados no 2&ordm; DP &agrave;s 09h00 da manha. El&oacute;i Pereira J&uacute;nior disse em comunicado que o major Wagner Torres j&aacute; responde a processo, na comarca de Oeiras (PI), acusado da pr&aacute;tica de crime de tortura quando era Comandante da PM naquela cidade.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A OAB e o Minist&eacute;rio P&uacute;blico esclarecem que n&atilde;o cabe &agrave; pol&iacute;cia militar investigar crimes, compet&ecirc;ncia atribu&iacute;da pela Constitui&ccedil;&atilde;o Federal &agrave; pol&iacute;cia civil. O conselheiro federal da OAB-PI, William Guimar&atilde;es, levou o caso ao conhecimento do Conselho Federal da OAB, para que este tamb&eacute;m possa se posicionar.</div> <div align="justify"> <p>No &uacute;ltimo m&ecirc;s de junho, a Comiss&atilde;o de Defesa dos Direitos Humanos da OAB-PI acompanhou e tornou p&uacute;blico o caso de tortura sofrida pelo comerci&aacute;rio Jos&eacute; Roberto Martins, 36 anos, em Teresina. Ele foi brutalmente espancado por policiais, ap&oacute;s um simples desentendimento no tr&acirc;nsito. A OAB-PI formalizou documento de Not&iacute;cia Crime, no qual atestou tentativa de homic&iacute;dio qualificado, mediante tortura contra Martins.</p> </div> <div align="justify">&nbsp;</div>
Facebook
Publicidade