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SOCIAL
Criação da Casa Abrigo e combate a violência domestica é prioridade da UMP
Essa foi uma das lutas agora, inclusive foi o carro chefe no mês de março. colocávamos para a sociedade e para os poderes constituídos a necessidade de está fortalecendo esses órgãos e de tá priorizando a questão da aplicação da Lei Maria da Penha.
Ilza Amorim - 23/04/2012

<p align="justify">O movimento de mulher vem crescendo em todo o mundo na mesma velocidade em que aumenta o n&uacute;mero de viol&ecirc;ncia contra a mulher, no Piau&iacute; o movimento &eacute; bastante atuante e trabalha para que os &iacute;ndices diminuam e a viol&ecirc;ncia acabe.&nbsp;No munic&iacute;pio de Picos a Uni&atilde;o da Mulher Picoense-UMP, trabalha diuturnamente para orientar as mulheres na busca por seus direitos.</p> <p align="justify">A coordenadora do n&uacute;cleo de Picos, Maria Jos&eacute; Alves do Nascimento (Nega Maz&eacute;), &eacute; uma incans&aacute;vel na luta por melhores dias para as mulheres de Picos. Militantes de movimentos sociais a coordenadora, &eacute; uma referencia quando o assunto &eacute; direito da mulher. Nega Maz&eacute; j&aacute; foi considerada figura mais popular na regi&atilde;o de Picos, em 2008 em uma pesquisa realizada em todo o estado do Piaui.</p> <div align="justify">Em uma entrevista concedida a este ve&iacute;culo de noticia, a coordenadora, fala sobre viol&ecirc;ncia, causas e consequ&ecirc;ncias. Ela fala ainda da luta da UMP, para a constru&ccedil;&atilde;o da Casa Abrigo.</div> <p align="justify"><strong>Confira a entrevista completa: </strong></p> <p align="justify"><strong>Ilza Amorim:</strong> Na sua avalia&ccedil;&atilde;o, como est&aacute; hoje em Picos a viol&ecirc;ncia contra a mulher, apesar de leis que j&aacute; foram criadas e campanhas de esclarecimentos que j&aacute; foram feitas?</p> <div align="justify"> <p><strong>Nega Maz&eacute;:</strong>&nbsp;N&oacute;s do movimento de mulher avaliamos que a quest&atilde;o &eacute; muito s&eacute;ria, e com a Lei Maria da Penha, n&atilde;o diminuiu a viol&ecirc;ncia e talvez nem tenha aumentado, mas ela j&aacute; existia s&oacute; estava camuflada, e quando as mulheres se apoderam da cria&ccedil;&atilde;o da Lei, elas come&ccedil;aram a denunciar, mas quando ficou mais visto, a quest&atilde;o da viol&ecirc;ncia, que n&atilde;o &eacute; s&oacute; a viol&ecirc;ncia domestica mas a viol&ecirc;ncia em todos os n&iacute;veis. N&oacute;s temos o &uacute;ltimo caso que aconteceu, com a Lucia das Pedrinhas que foi um crime de pistolagem atribuem-se que seja ligado ao tr&aacute;fico, e a gente sabe que esse n&atilde;o &eacute; o primeiro de Picos. A gente tem certeza que a viol&ecirc;ncia &eacute; muito grande, por causa da procura na delegacia da mulher, que todos os dias est&aacute; lotada e a gente pode dizer que quase todos os dias sou procurada, o movimento &eacute; procurado para t&aacute; orientando as mulheres a fazerem as denuncias, e elas procuram n&atilde;o s&oacute; para saber como fazer denuncia, mas &eacute; na busca da seguran&ccedil;a. Elas sempre pedem o apoio da UMP, porque sabem que o movimento j&aacute; tem o apoio da sociedade, com isso elas se sentem mais seguras, e a gente tamb&eacute;m aciona a policia militar com&nbsp;mais rapidez contanto que a gente, sempre que elas nos procuram elas saem levam v&aacute;rios telefones para onde elas devem t&aacute; ligando inclusive o meu pessoal, para que gente possa t&aacute; acompanhando enquanto o processo tramita. &Eacute; um grande risco que a mulher picoense corre, quando ela leva a parte que ela faz o Boletim de Ocorr&ecirc;ncia, que &eacute; a comunica&ccedil;&atilde;o da noticia, do fato e o TCO, que &eacute; o encaminhamento para a justi&ccedil;a, nesse caso a delegada j&aacute; tem ouvido as testemunhas. Esse per&iacute;odo demora muito pelo fato da delegacia n&atilde;o ser especializada e &eacute; nesse per&iacute;odo que as mulheres ficam vulner&aacute;veis.</p> <p><strong>Ilza Amorim:</strong> Sobre a Casa Abrigo, que seria uma alternativa para que mulheres vitimas de viol&ecirc;ncia, n&atilde;o fosse obrigadas a voltar para o mesmo local onde o seu agressor est&aacute;. Como se encontra hoje essa discuss&atilde;o?</p> </div> <div align="justify"><strong>Nega Maz&eacute;:</strong> A luta pela constru&ccedil;&atilde;o da Casa Abriga est&aacute; bastante avan&ccedil;ada, mas algumas dificuldades foram sentidas principalmente porque ainda n&atilde;o houve a audi&ecirc;ncia publica marcada para o m&ecirc;s de mar&ccedil;o, onde se iria discutir sobre a Lei Meria da Penha e sua aplica&ccedil;&atilde;o e a constru&ccedil;&atilde;o da Casa Abrigo. &Eacute; pretens&atilde;o nossa tanto da UMP quanto da Caritas Diocesana, trazer para essa discuss&atilde;o o presidente do Tribunal de Justi&ccedil;a do Estado do Piau&iacute; e o secret&aacute;rio de seguran&ccedil;a, Robert Rios, para estarmos discutindo tamb&eacute;m o funcionamento da delegacia e tamb&eacute;m a equipe multidisciplinar, que n&oacute;s descobrimos que &eacute; um &oacute;rg&atilde;o de extrema import&acirc;ncia e est&aacute; funcionando no F&oacute;rum em um local pequeno que n&atilde;o tem condi&ccedil;&atilde;o nem de dar aten&ccedil;&atilde;o aos casos de viol&ecirc;ncia contra a mulher. A casa abrigo tem a fun&ccedil;&atilde;o de abrigar a mulher vitima de viol&ecirc;ncia, mas n&oacute;s queremos que l&aacute; funcione programas e que tenha condi&ccedil;&atilde;o de receber os filhos dessas mulheres e tenha condi&ccedil;&atilde;o de dar um acompanhamento. Al&eacute;m disso, &nbsp;apresentar programas de gera&ccedil;&atilde;o de emprego e renda, para que essas mulheres ao sair da casa abrigo tenham condi&ccedil;&otilde;es de sobreviver com seus filhos, para que n&atilde;o sejam obrigadas a voltarem para junto do agressor.</div> <div align="justify"> <p><strong>Ilza Amorim:</strong> Poucos s&atilde;o os casos de homens que foram presos ap&oacute;s agredirem suas companheiras. Na sua avalia&ccedil;&atilde;o o que estaria dificultando a pris&atilde;o dessas pessoas, at&eacute; mesmo de assassinos, onde estaria o entrave ?</p> <p><strong>Nega Maz&eacute;</strong>: A dificuldade est&aacute; em a secretaria de seguran&ccedil;a, ou seja, o governo do estado, n&atilde;o est&aacute; priorizando a quest&atilde;o da mulher, no sentido de dar condi&ccedil;&otilde;es aos &oacute;rg&atilde;os que s&atilde;o respons&aacute;veis por essa quest&atilde;o, de esta de fato assumindo como diz a Leia Maria da Penha. A maior dificuldade &eacute; a falta de aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Maria da Penha, porque para ela ser aplica, precisa ter &oacute;rg&atilde;o e serem equipados a altura para que atenda dentro dos tramites da lei. Essa foi uma das lutas agora, inclusive foi o carro chefe no m&ecirc;s de mar&ccedil;o.&nbsp;coloc&aacute;vamos para a sociedade e para os poderes constitu&iacute;dos a necessidade de est&aacute; fortalecendo esses &oacute;rg&atilde;os e de t&aacute; priorizando a quest&atilde;o da aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Maria da Penha.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Ilza Amorim:</strong> Todos os dias denuncias de viol&ecirc;ncia contra a mulher s&atilde;o registradas, e mesmo assim existem mulheres que n&atilde;o tem coragem de denunciar seus agressores. Em Picos como est&aacute; essa situa&ccedil;&atilde;o?</p> <p><strong>Nega Maz&eacute;:</strong> existem v&aacute;rias mulheres que n&atilde;o denunciam seus agressores por medo, e isso acontece justamente porque elas sabem que os &oacute;rg&atilde;os ainda s&atilde;o fracos, sabem que &eacute; dif&iacute;cil fazer a pris&atilde;o em flagrante, sabem tamb&eacute;m que ainda n&atilde;o existe uma prioriza&ccedil;&atilde;o de fato da quest&atilde;o do combate &agrave; viol&ecirc;ncia domestica. Ainda existe aquele estigma de que entre marido e mulher ningu&eacute;m mete a colher, que isso a Lei Maria da Penha veio derrubar, inclusive agora na nova emenda da Lei, diz que a Lei n&atilde;o &eacute; mais condicionada, ela &eacute; incondicionada, qualquer pessoa pode denunciar a viol&ecirc;ncia domestica e n&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio fazer sua identifica&ccedil;&atilde;o. Agora para isso acontecer se faz necess&aacute;rio ter uma pol&iacute;cia &aacute;gil, uma delegacia &aacute;gil e equipada e que tenha um judici&aacute;rio que priorize de fato e que n&atilde;o coloque os casos da Lei Maria da Penha embaixo dos demais casos. J&aacute; existem muitos processos no f&oacute;rum que n&atilde;o s&atilde;o julgados, ent&atilde;o n&oacute;s n&atilde;o aceitamos que os processos da Lei Maria da Penha, sejam colocados embaixo dos outros, eles tem que ser priorizados sim.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Ilza Amorim:</strong> Aqui em Picos s&atilde;o muitos os casos de viol&ecirc;ncia e na regi&atilde;o, tamb&eacute;m est&atilde;o crescendo bastante os casos de viol&ecirc;ncia contra a mulher. Na sua avalia&ccedil;&atilde;o como ficam essas mulheres que n&atilde;o s&atilde;o assistidas por n&atilde;o ter uma delegacia regionalizada?</p> <p><strong>Nega Maz&eacute;:</strong> Olha n&oacute;s tivemos uma preocupa&ccedil;&atilde;o muito grande com um caso recente que aconteceu no munic&iacute;pio de Sim&otilde;es, onde uma mulher gravida foi agredida v&aacute;rias vezes em menos de 48 horas, e mesmo assim o agressor continuava solto. Agora eu pergunto de quem &eacute; a responsabilidade de t&aacute; prendendo esse agressor, &eacute; da pol&iacute;cia civil, pol&iacute;cia militar. Para mim os casos de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica na regi&atilde;o de Picos, s&atilde;o mais graves do em Picos. Faz-se necess&aacute;rio que a nossa delegacia seja regionalizada, &eacute; uma luta nossa e eu fa&ccedil;o um apelo a APPM, vamos nos juntar e vamos regionalizar a delegacia de Picos, enquanto se tem condi&ccedil;&atilde;o de criar delegacia especializada pelo menos em algumas cidades da regi&atilde;o de Picos.</p> </div>
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