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ATUAÇÃO
Padre Gregório destaca trabalho durante seus primeiros quatro anos em Picos
O sacerdote chegou em Picos no dia 10 de maio de 2008 onde assumiu a paróquia de Nossa Senhora dos Remédios.
Por Edson Costa - 26/05/2012

<div align="justify"> <p>O padre Greg&oacute;rio Leal Lustosa, 47 anos, p&aacute;roco da par&oacute;quia de Nossa Senhora dos Rem&eacute;dios em Picos, recebeu nossa reportagem e falou do trabalho desenvolvido durante os quatro anos que est&aacute; &agrave; frente dos destinos da par&oacute;quia. O sacerdote destacou ainda sua forma de evangeliza&ccedil;&atilde;o e as a&ccedil;&otilde;es implantadas desde a sua chegada no munic&iacute;pio modelo.</p> </div> <div align="justify"> <p>O p&aacute;roco ressaltou tamb&eacute;m o empenho dos grupos e pastorais e sua felicidade em comemorar 17 anos de vida sacerdotal. Padre Greg&oacute;rio assumiu a par&oacute;quia de Nossa Senhora dos Rem&eacute;dios no dia 10 de maio de 2008, depois de passar pelas par&oacute;quias de Nossa Senhora das Merc&ecirc;s, em Jaic&oacute;s e Nossa Senhora dos Humildes, no munic&iacute;pio de Paulistana.</p> </div> <div align="justify"> <p>Desde que assumiu a par&oacute;quia em Picos, o sacerdote tem ganhado o reconhecimento do povo picoense pela forma simples de conduzir seu rebanho, buscando sempre aproximar a Igreja dos fi&eacute;is. A sua forma de evangeliza&ccedil;&atilde;o tem atra&iacute;do muitos cat&oacute;licos que at&eacute; ent&atilde;o participavam muito pouco das atividades da Igreja.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>CONFIRA MAT&Eacute;RIA NA &Iacute;NTEGRA</strong></p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa: </strong>No &uacute;ltimo dia 10 de maio o senhor completou 4 anos como p&aacute;roco da paroquia de Nossa Senhora dos Rem&eacute;dios em Picos. Qual avalia&ccedil;&atilde;o que o senhor faz de seu trabalho durante este per&iacute;odo?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio: </strong>Estes quatro anos aqui em Picos foi um per&iacute;odo bastante enriquecedor na minha experi&ecirc;ncia sacerdotal. Foi uma experi&ecirc;ncia nova, porque logo ap&oacute;s minha ordena&ccedil;&atilde;o assumi a par&oacute;quia de Nossa Senhora das Merc&ecirc;s, que era uma par&oacute;quia de 160 comunidades eclesiais de base. Depois fui transferido para par&oacute;quia de Nossa Senhora dos Humildes, onde o n&uacute;mero de comunidade era menor, todavia, a &aacute;rea geogr&aacute;fica era bem maior, e minha experi&ecirc;ncia l&aacute; era de visitas &agrave;s comunidades. Aqui em Picos a experi&ecirc;ncia j&aacute; mudou. Vivenciamos mais o atendimento as pessoas, as celebra&ccedil;&otilde;es eucar&iacute;sticas s&atilde;o menos e o forte &eacute; este atendimento no confession&aacute;rio, a conversa, a orienta&ccedil;&atilde;o espiritual. Outro dado importante que foi novo nesta minha experi&ecirc;ncia sacerdotal, &eacute; que aqui em Picos eu me deparei com uma situa&ccedil;&atilde;o de muita viol&ecirc;ncia, especialmente no que diz respeito &agrave; seguran&ccedil;a, a intranq&uuml;ilidade. Devido Picos ser um entroncamento rodovi&aacute;rio, se aglomera um fluxo de pessoas muito grande, atraindo assim, pessoas de &iacute;ndoles diferentes. O aspecto do uso de drogas e bebidas me chamou muito aten&ccedil;&atilde;o. &Eacute; verdade que percebi em outras par&oacute;quias, mas aqui me chamou mais aten&ccedil;&atilde;o. Jovens que sem dinheiro para sustentar o v&iacute;cio saem &agrave;s ruas desesperados para roubar. Isso fez com que me voltasse a fazer um trabalho voltado para os jovens que voltada da Fazenda da Esperan&ccedil;a e que pudesse iniciar um trabalho no sentido de mudar esta realidade.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> O senhor tocou no assunto da seguran&ccedil;a. Durante este per&iacute;odo aqui em Picos o senhor foi v&iacute;tima por mais de uma vez de assalto. Como foi este momento em sua vida?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Foi um momento dif&iacute;cil, pois desde crian&ccedil;a minha voca&ccedil;&atilde;o &eacute; uma voca&ccedil;&atilde;o para paz. Nunca gostei de estar onde tivesse viol&ecirc;ncia, brigas, divis&otilde;es. Eu sempre fui uma pessoa muito amiga, de gostar das pessoas e carreguei isto pra vida. Eu sou mais do an&uacute;ncio de que da den&uacute;ncia, de unir as pessoas de que dividi-las, mas Deus colocou na minha frente esta experi&ecirc;ncia. De um jovem, de certa maneira, tentar tirar a minha paz. Inicialmente eu n&atilde;o senti que ele tivesse tentando fazer algo contra minha pessoa, havia at&eacute; um certo dialogo entre n&oacute;s dois, mas fui percebendo que ele estava faltando com o respeito,&nbsp;passou a destruir o patrim&ocirc;nio da Igreja, e fui sentido que aquelas agress&otilde;es estavam me atingindo, porque estou aqui&nbsp;como respons&aacute;vel de cuidar da par&oacute;quia e da seguran&ccedil;a das pessoas que trabalham comigo. Ent&atilde;o tomei a posi&ccedil;&atilde;o de buscar uma corre&ccedil;&atilde;o para ele. Por&eacute;m escutava de terceiros que ele estava tamb&eacute;m disposto a me agredir, e isto me assustou bastante. Foi um tempo de muita ang&uacute;stia para mim, mas gra&ccedil;as a Deus que foi um tempo provis&oacute;rio e agora estou na paz novamente.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> O que o senhor destacaria de a&ccedil;&otilde;es desenvolvidas durante estes quatros anos no sentido de atrair mais seguidores para a Igreja?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Como Picos &eacute; uma realidade urbana, o desafio pastoral tamb&eacute;m &eacute; maior. Para entrosar aquelas pessoas que viviam afastadas da Igreja o at&eacute; para n&atilde;o deix&aacute;-las como presas f&aacute;ceis para outras seitas que tem por a&iacute; seduzindo as pessoas no aspecto religioso, Deus tocou em mim para que pudesse d&aacute; continuidade &agrave;s pastorais existentes e procurar criar outras. O primeiro passo foi fazer como que os grupos e pastorais pudesse ter um acesso nas liturgias, pudesse participar das celebra&ccedil;&otilde;es, que as celebra&ccedil;&otilde;es n&atilde;o fossem preparadas para os grupos, mas que os grupos pudessem prepar&aacute;-las.&nbsp;De certa maneira, ganhamos na quantidade, no sentido que as pessoas foram se sentindo atoras ou atrizes de suas pr&oacute;prias hist&oacute;rias. Aqui na Igreja Catedral cada noite &eacute; organizada por um grupo ou uma pastoral, desde a segunda-feira at&eacute; as missas do domingo. Em termos mais exteriores, implantamos a Pastoral da Acolhida que teve destaque. Sentimos que muita gente n&atilde;o se sente Igreja, elas v&ecirc;m para a Igreja por uma necessidade de uma missa para um familiar, ou num anivers&aacute;rio, ou para um sacramento. E esta pastoral, acolhendo bem as pessoas e fazendo com que elas se sintam bem, &eacute; um canal para que Deus toque para que elas amem a Igreja e possam voltar em outras ocasi&otilde;es, e se tornarem esta Igreja viva. Estamos iniciando tamb&eacute;m, olhando para esta realidade da seguran&ccedil;a, a Pastoral Carcer&aacute;ria, onde nasceu a partir deste desafio que estamos encontrando em Picos. Deus nos aben&ccedil;oou para realizar este trabalho e estamos visitando e levando a palavra de esperan&ccedil;a para os detentos. J&aacute; temos alguns frutos, pois alguns jovens que est&atilde;o presos porque cometeram algum roubo ou delito por obsess&atilde;o de manter o v&iacute;cio, estamos junto &agrave; justi&ccedil;a intercedendo e encaminhando para os locais de recupera&ccedil;&atilde;o, no caso, a Fazenda da Esperan&ccedil;a. Dentro disto tamb&eacute;m, d&oacute;i em nosso cora&ccedil;&atilde;o a exist&ecirc;ncia de pessoas que passam aqui pedindo para saciar a fome. Ent&atilde;o estamos tamb&eacute;m junto a Funda&ccedil;&atilde;o Frei Rog&eacute;rio, tentando mudar o objetivo desta funda&ccedil;&atilde;o e querendo que em pouco tempo possamos est&aacute; oferecendo alguma comida para estas pessoas, tanto de Picos quanto de outros lugares, que batem a nossa porta sem ter nada para comer. As pessoas com quem estou partilhando esta id&eacute;ia est&atilde;o animadas e se Deus quiser logo iremos vivenciar aquela experi&ecirc;ncia do padre Alfredo, quando esteve em Picos.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> A nossa Catedral &eacute; uma Igreja ornamentada, climatizada e limpa. &Eacute; tamb&eacute;m preocupa&ccedil;&atilde;o do senhor oferecer um ambiente agrad&aacute;vel para os fi&eacute;is?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> No tocante a ornamenta&ccedil;&atilde;o, acredito que fizemos foi retroceder, pois o padre Bezerra tinha um carinho enorme e era bom nisso. Mas tamb&eacute;m se preocupamos em oferecer um ambiente agrad&aacute;vel, onde as pessoas possam rezar melhor, se sentirem em casa. Como aqui em Picos &eacute; muito quente, os ventiladores j&aacute; n&atilde;o estavam mais dando conta. Ent&atilde;o tentamos melhorar o clima instalando climatizadores. Tentamos ainda melhorar a sala Padre Madeira, com sala de acolhida, com uma boa visibilidade e uma melhor comunica&ccedil;&atilde;o. Mudamos tamb&eacute;m o aspecto f&iacute;sico da secretaria da par&oacute;quia e criamos mecanismos de acessibilidade para que as pessoas com defici&ecirc;ncias possam chegar at&eacute; a Igreja.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> No tocante a participa&ccedil;&atilde;o dos cat&oacute;licos durante as missa. Na sua vis&atilde;o, o que as pessoas ganham ao participar das celebra&ccedil;&otilde;es eucar&iacute;sticas?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> A celebra&ccedil;&atilde;o eucar&iacute;stica &eacute; o &aacute;pice da nossa vida crist&atilde;. As pessoas que freq&uuml;entam as missas diariamente ou semanalmente se fortificam socialmente, religiosamente e espiritualmente. H&aacute; uma gra&ccedil;a muito grande na celebra&ccedil;&atilde;o. O padre Zezinho em uma de suas can&ccedil;&otilde;es diz que &ldquo;por falta de um peda&ccedil;o de p&atilde;o e um pouco de vinho eu j&aacute; vi mais de um irm&atilde;o se desviar do caminho&rdquo;. Ent&atilde;o, a eucaristia cura e santifica as pessoas,&nbsp;principalmente quando as pessoas se abrem e se deixam renovar com a for&ccedil;a da eucaristia.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> Vivemos em um mundo conturbado, onde o que presenciamos diariamente s&atilde;o fam&iacute;lias se destruindo, falta de respeito com o pr&oacute;ximo, viol&ecirc;ncia, etc. Na sua opini&atilde;o, o que foi que aconteceu e onde a humanidade errou?</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Padre Greg&oacute;rio</strong>: Somos pessoas humanas, pecadores e fal&iacute;veis. Olhando assim a hist&oacute;ria da humanidade n&oacute;s percebemos que h&aacute; uma oscila&ccedil;&atilde;o. Na idade m&eacute;dia a sociedade tinha como eixo o religioso, era a &eacute;poca da cristandade. Depois da revolu&ccedil;&atilde;o industrial, a sociedade passou a ter como eixo a economia, o capital.&nbsp;Paralelo a isto veio o ego&iacute;smo, o individualismo. O aspecto religioso perdeu e o homem tornou se a hist&oacute;ria. &Eacute; como se o lugar de Deus tivesse sido ocupado pelo homem. Com isso, havendo este desrespeito com Deus, o homem, que tem uma grande intelig&ecirc;ncia, n&atilde;o usou sua criatividade para o bem. Por uma lado, h&aacute; um desenvolvimento tecnol&oacute;gico e cient&iacute;fico admir&aacute;vel, s&oacute; que do outro lado o homem perdeu a &eacute;tica, a moral e o temor a Deus. E isso vem tendo conseq&uuml;&ecirc;ncia em todas as camadas da sociedade, de maneira que hoje n&oacute;s analisamos esta globaliza&ccedil;&atilde;o, como o mundo do passageiro, do provis&oacute;rio. As pessoas n&atilde;o t&ecirc;m mais a cultura religiosa. Hoje chamamos que estamos num tempo de self-service religioso.&nbsp;Em cada esquina tem uma Igreja e as pessoas usufruindo de suas liberdades entram em todas e escolhem aquela que acha que lhe agrada mais. Vivemos num mundo de mudan&ccedil;as continuas.&nbsp;&Eacute; o&nbsp;aspecto da globaliza&ccedil;&atilde;o deste mundo p&oacute;s-moderno.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Edson Costa:</strong> Para finalizar, no pr&oacute;ximo m&ecirc;s de junho o senhor completa 17 anos de vida sacerdotal. O senhor &eacute; feliz em ser padre?</p> </div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Sou muito feliz por ser padre. Se fosse pra repetir, faria tudo de novo. H&aacute; se voltasse aquele dia de minha ordena&ccedil;&atilde;o sacerdotal. Como eu queria muito vivenciar aquela tarde maravilhosa. Quanto ao meu minist&eacute;rio, a vida tem dificuldades, mas a vida &eacute; assim mesmo. Acho que aquelas palavras do sacramento do matrim&ocirc;nio s&atilde;o s&aacute;bias, quando o casal diz um para o outro &ldquo;estou contido na sa&uacute;de e na doen&ccedil;a&rdquo;. De fato a nossa vida sempre tem esta oscila&ccedil;&atilde;o. N&oacute;s oscilamos entre a alegria e tristeza, entre a sa&uacute;de e a doen&ccedil;a. Mas as coisas maravilhosas, as coisas boas sempre superaram. &Eacute; como disse Jesus: Voc&ecirc;s v&atilde;o deixar tudo para me seguir. Ent&atilde;o lhe perguntaram: E o que vamos ganhar com isto? Jesus disse: Aqui no mundo voc&ecirc;s v&atilde;o ganhar o c&ecirc;ntuplo, cem vezes mais e depois a vida eterna. Neste meu tempo de sacerdote eu digo que as palavras de Jesus s&atilde;o verdadeiras. Agente ganha muito, ganha na amizade, no contentamento. Eu sou feliz por ser sacerdote. Obrigado!</div>
Francisco de Assis Clementino Santos
22/06/2012 -14:50:

O Reverendo Pe. Gregório é sabedor da admiração que eu tenho. Pois foi o mesmo que batizou meus dois filhos.Indira(Ac.Medicina),e Igor(Ac.Direito).Já nos finalmente

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