Foi na juventude que comecei a me interessar por essa experiência de Igreja, até mesmo pelo contato, aprendizado da vida cristã.
<p align="justify">O bispo diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz da Silva, comemora nesta sexta-feira (24), onze anos de Ordenação Episcopal. Dom Plínio é natural do município cearense de Pacoti e desde janeiro de 2004 atua como bispo da Diocese de Picos.</p>
<p align="justify"><strong>Portal O Povo:</strong> Para o senhor, como é comemorara mais um ano de ordenação episcopal e quando despertou a vocação de servir à Igreja?</p>
<p align="justify"><strong>Dom Plínio José:</strong> Essa questão de comemorar mais um ano não é tão importante, no sentido de merecer festas. A vocação não tem um tempo certo. É um chamado de Deus que vai se revelando aos poucos na convivência com a realidade da vida. Foi na juventude que comecei a me interessar por essa experiência de Igreja, até mesmo pelo contato, aprendizado da vida cristã. A partir disso, é que fui despertando para entregar minha vida aos serviços da Igreja, a vocação se concretiza e o próprio mistério de quem revelou isso foi a Igreja. Fui orientado e formado para servir.</p>
<p align="justify"><strong>Portal O Povo:</strong> Como pastor da Diocese de Picos, que avaliação o senhor faz desse momento de longa estiagem vivenciado na região, principalmente, em relação ao povo da roça?</p>
<p align="justify"><strong>Dom Plínio José:</strong> Como bispo, ou como sacerdotes, somos continuadores da Missão de Jesus no mundo. Aliás, todo cristão deve ser continuador da missão de Cristo. Jesus sempre demonstrou preocupação com o sofrimento do povo e é esse sentimento que vivemos. Manifestamos nossa preocupação à sociedade com realizações de fóruns, visitas às comunidades e as próprias Paróquias, que estão mais próximas dos trabalhadores que enfrentam o problema, estão acompanhando a situação. Na verdade, nos incomoda muito porque sabemos que não existe na sociedade algo de proteção para as pessoas, elas ficam vulneráveis a essas dificuldades, num período como esse não tem saída. A falta de água é grave, falta serviço para as famílias. Os animais estão morrendo de sede. Passei na BR 020 e presenciei cajueiros morrendo, temos comunidades inteiras que todos os homens foram trabalhar em outras regiões do país, correndo risco de provações difíceis, prejudicando a saúde e deixando a família desestruturada.</p>
<p align="justify"><strong>Portal O Povo:</strong> Como deve ser a relação Igreja e pregação</p>
<p align="justify"><strong>Dom Plínio José:</strong> A parte principal da Igreja é anunciar o Evangelho. Estar presente, não se anuncia de longe, o correto é estar perto. Fazer como Jesus fez ir até as pessoas para levar a Palavra, orientá-las, encaminhá-las rumo ao caminho de Jesus Cristo. </p>
<p align="justify"><strong>Portal O Povo:</strong> Como comunicador, o senhor acredita que a Igreja deve usar os meios de comunicação para evangelizar e prestar serviços de esclarecimentos sociais?</p>
<div align="justify">Os meios de comunicação facilitam muito porque você tem alcance imediato a um número incalculável de pessoas, vai em todas as direções num mesmo momento. O que deveria fazer com o deslocamento, às vezes demorado, pela área geográfica você faz num momento só. Sobretudo o rádio, acredito muito nesse meio porque é um meio que tem audiência individualizada e a gente fala diretamente a uma pessoa, aquele que ouve. É um meio muito eficaz. Acreditamos que a Igreja deve investir nos meios de comunicação, inclusive tem um documento, de 1975, intitulado “Comunicação rumo ao novo milênio” que diz que a Igreja deve investir, inclusive alugando espaços no rádio, TV e, agora, na internet para que possa fazer uso e anunciar o evangelho. O Papa Paulo VI já dizia, em 1975, que se a Igreja não fizer uso desses meios estaria cometendo uma grande falta com a humanidade. A Igreja Católica usa os meios de comunicação, o Vaticano, sede do catolicismo, faz uso largamente dessas ferramentas de comunicação. </div>