Geral
Analfabeto brasileiro
Analfabetismo se concentra entre pobres, negros e nordestinos, aponta Unesco
Dados de 2006 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 10,38% da população se declara analfabeta absoluta
Amanda Cieglinski/ Agência Brasil - 08/09/2008

<div align="justify">O analfabeto brasileiro continua sendo em sua maioria nordestino, negro, de baixa renda e com idade entre 40 e 45 anos. A an&aacute;lise &eacute; do especialista em educa&ccedil;&atilde;o de jovens e adultos da Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Educa&ccedil;&atilde;o, a Ci&ecirc;ncia e Cultura (Unesco) no Brasil, Timothy Ireland. Na data de hoje, 8 de setembro, a organiza&ccedil;&atilde;o comemora o Dia Internacional da Alfabetiza&ccedil;&atilde;o.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&ldquo;A quest&atilde;o do analfabetismo sempre foi minimizada como um direito, mas ela &eacute; fundamental para que o cidad&atilde;o participe de forma democr&aacute;tica. Hoje vivemos na sociedade da informa&ccedil;&atilde;o e do conhecimento, a pessoa que n&atilde;o tem acesso &agrave; escrita e &agrave; leitura acaba exclu&iacute;da de informa&ccedil;&otilde;es que s&atilde;o necess&aacute;rias para garantir todos os outros direitos, a sa&uacute;de, a participa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica na sociedade&rdquo;, avalia Ireland.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Dados de 2006 da Pesquisa Nacional por Amostra de Dom&iacute;cilios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e&nbsp;Estat&iacute;stica (IBGE), apontam que 10,38% da popula&ccedil;&atilde;o se declara analfabeta absoluta, ou seja, n&atilde;o sabe ler ou escrever um bilhete simples. O percentual representa 14,3 milh&otilde;es de brasileiros. O relat&oacute;rio de monitoramento do programa Educa&ccedil;&atilde;o Para Todos, da Unesco, mostra ainda que o &iacute;ndice mais do que dobra na &aacute;rea rural (25%). Entre os negros e pardos, o analfabetismo &eacute; duas vezes maior do que entre os brancos.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Para a professora da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp) e especialista em jovens e adultos Cl&aacute;udia V&oacute;vio, o perfil do analfabeto brasileiro reflete as desigualdades sociais do pa&iacute;s. &ldquo;Os dados estratificados mostram as mesmas desigualdades sociais. Onde est&atilde;o os grupos com maior vulnerabilidade social &eacute; onde se encontram as maiores taxas de analfabetismo&rdquo;, analisa.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Na avalia&ccedil;&atilde;o de Ireland, &eacute; preciso reconhecer que o analfabetismo vem diminuido no pa&iacute;s, mas ainda de forma lenta. Em 2000, o Brasil assinou o compromisso Educa&ccedil;&atilde;o para Todos, estabelecido durante a Confer&ecirc;ncia Mundial de Educa&ccedil;&atilde;o em Dacar. Entre as metas, est&aacute; a redu&ccedil;&atilde;o das taxas de analfabetismo para 6,7% at&eacute; 2015. Segundo a Unesco, se os &iacute;ndices continuarem caindo nesse ritmo, o Brasil n&atilde;o cumprir&aacute; o acordo.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&ldquo;O Brasil tem avan&ccedil;ado bastante a partir do momento que estabeleceu uma pol&iacute;tica nacional de educa&ccedil;&atilde;o para jovens e adultos, mas o esfor&ccedil;o ainda n&atilde;o est&aacute; refletido nos n&uacute;meros. Acreditamos que ainda precisamos de mais recursos para atuar nessa &aacute;rea&rdquo;, defende o especialista.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div>
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