Geral
PICOS
Picos a capital das antenas parabólicas
Se fosse feita uma geografia das parabólicas no Brasil, o Piauí seria um país e Picos, a capital.
Portal O Povo - 14/12/2008

<p> <meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8" /> <meta name="ProgId" content="Word.Document" /> <meta name="Generator" content="Microsoft Word 12" /> <meta name="Originator" content="Microsoft Word 12" /></p> <div align="justify"> <link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CWALLY%7E1.FAZ%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C02%5Cclip_filelist.xml" /> <link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CWALLY%7E1.FAZ%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C02%5Cclip_themedata.thmx" /> <link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CWALLY%7E1.FAZ%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C02%5Cclip_colorschememapping.xml" /><!--[if gte mso 9]><xml> Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><![endif]--><style type="text/css"> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;} @font-face { panose-1:2 15 5 2 2 2 4 3 2 4;} @font-face { panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { mso-style-parent:""; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:10.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-bidi-"Times New Roman";} .MsoChpDefault { font-size:10.0pt;} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-style-parent:""; font-size:11.0pt;"Calibri","sans-serif"; mso-fareast-"Times New Roman"; mso-bidi-"Times New Roman";} </style> <![endif]--><span>Se fosse feita uma geografia das parab&oacute;licas no Brasil, o Piau&iacute; seria um pa&iacute;s e Picos, a capital. A mais recente pesquisa no setor revela que elas est&atilde;o presentes em 41% dos domic&iacute;lios piauienses, &iacute;ndice mais de duas vezes superior &agrave; m&eacute;dia brasileira, 18%. J&aacute; em Picos (330 km de Teresina), no cora&ccedil;&atilde;o do Sert&atilde;o nordestino, a cantiga &eacute; assim: de cada cinco casas, quatro t&ecirc;m parab&oacute;lica. Outra singularidade piauiense &eacute; que l&aacute; as vendas de antenas est&atilde;o crescendo num ritmo muito superior ao do Brasil - na base de 30% ao ano, enquanto no pa&iacute;s o percentual &eacute; de 10%.</span>&nbsp;</div> <p align="justify"><span>Os dados constam da 3&ordf; edi&ccedil;&atilde;o da Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informa&ccedil;&atilde;o e da Comunica&ccedil;&atilde;o, a TIC Domic&iacute;lios 2007, que acaba de ser divulgada. O levantamento - o maior e mais amplo j&aacute; feito na &aacute;rea - teve 17 mil domic&iacute;lios pesquisados. Foi realizado em parceria pela Ipsos Public Affairs e CETIC.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informa&ccedil;&atilde;o e da Comunica&ccedil;&atilde;o), de S&atilde;o Paulo, entidade que colabora com o IBGE e com a Anatel na produ&ccedil;&atilde;o edivulga&ccedil;&atilde;o de indicadores do setor. Os resultados foram divulgados por regi&atilde;o; atendendo solicita&ccedil;&atilde;o do Diario o CETIC.br disponibilizou para o jornal os dados por estado - s&atilde;o estes no quadro ao lado.</span></p> <p align="justify"><span>O crescimento das vendas do equipamento no Piau&iacute; indica que h&aacute; uma nova leva de consumidores chegando ao mercado das parab&oacute;licas. Na &eacute;poca do boom (anos 90, em virtude principalmente do barateamento do produto e do in&iacute;cio do pagamento das aposentadorias rurais), a compra era em massa; agora &quot;&eacute; no pingado&quot; [aos poucos, de um em um], conforme diz o vendedor Ant&ocirc;nio Carlos da Silva: &quot;Mas n&atilde;o se engane, n&atilde;o: &eacute; um pingado constante&quot;.</span></p> <p align="justify"><span><strong>Bolsa-Fam&iacute;lia -</strong> N&atilde;o h&aacute; estudos sobre a nova tend&ecirc;ncia, mas os ind&iacute;cios s&atilde;o de que o &quot;pingado&quot; &eacute; conseq&uuml;&ecirc;ncia dos programas sociais do governo federal, como o Bolsa-Fam&iacute;lia, que est&atilde;o levando algumas fam&iacute;lias a comprar neste momento sua primeira parab&oacute;lica. Gente como Maria Auxiliadora Silva, da Aerol&acirc;ndia, periferia de Picos. Ela tem tr&ecirc;s filhos (beneficiados pelo Bolsa-Fam&iacute;lia) e faz&quot;bico&quot; como dom&eacute;stica. Comprou uma parab&oacute;lica com di&acirc;metro de 1.80m (a menor que tinha na loja, de R$ 285) e dividiu o pagamento em &quot;n&atilde;o sei quantas vezes de 20 reais&quot;. Diz estar &quot;tranq&uuml;ila de pagar&quot; porque no m&ecirc;s que for &quot;ruim de bico&quot; ter&aacute; a garantia dos recursos do Bolsa-Fam&iacute;lia.</span></p> <p align="justify"><span>Em Picos a parab&oacute;lica nunca foi um bem sup&eacute;rfluo. A cidade fica entre picos montanhosos (da&iacute; o nome), o que dificulta a capta&ccedil;&atilde;o da imagem pela transmiss&atilde;o convencional. Nos anos 90, quando algu&eacute;m queria ver um jogo pela TV com certeza de que assistiria a transmiss&atilde;o at&eacute; o fim, dirigia-se a munic&iacute;pios vizinhos, como Araripina (a 150 km), em Pernambuco. Agora j&aacute; existem repetidoras no pr&oacute;prio munic&iacute;pio, mas o sinal ainda &eacute; falho. &quot;Picos &eacute; em um buraco. Tem morro pra todo lado. Se voc&ecirc; for ali pra perto da Serra do Saco Grande, por exemplo, tem canto que n&atilde;o pega nem celular. Voc&ecirc; precisa atravessar a rua pra falar&quot;, afirma o eletricista de equipamentos de m&aacute;quinas W&aacute;lter Pereira da Cruz, o &quot;W&aacute;lter das Parab&oacute;licas&quot;, um dos primeiros montadores das antenas na cidade. &quot;&Eacute; por isso que tem tanta parab&oacute;lica aqui&quot;, acrescenta -- na casa dele, por exemplo, s&atilde;o tr&ecirc;s.</span></p> <p align="justify"><span><strong>TV Digital -</strong> Com cerca de 70 mil habitantes (estimativa para 2007), Picos &eacute; um dos principais entroncamentos rodovi&aacute;rios do Nordeste. Localizado no centro do Sert&atilde;o nordestino, &eacute; ponto de liga&ccedil;&atilde;o do Piau&iacute; com a Bahia, Cear&aacute;, Maranh&atilde;o e Pernambuco. De cima dos seus montes, a impress&atilde;o &eacute; que a cidade est&aacute; numa cratera pontilhada de antenas - um espet&aacute;culo que, pela especificidade do relevo e grande quantidade de parab&oacute;licas, n&atilde;o se v&ecirc; em nenhuma outra parte do Nordeste.</span></p> <p align="justify"><span>Em um lugar com tais caracter&iacute;sticas, o tema &quot;TV Digital&quot; guarda uma proximidade surpreendente. &quot;A nossa antena vai perder a fun&ccedil;&atilde;o?&quot;, pergunta Lu&iacute;za Aureliano, que mora numa casa de dois c&ocirc;modos, quatro meninos e um marido. A d&uacute;vida ecoa com mais for&ccedil;a em Picos, mas foi detectada em todos os locais percorridos pela reportagem. A resposta para D. Lu&iacute;za e os outros aflitos &eacute; a seguinte: N&atilde;o, a parab&oacute;lica n&atilde;o vai perder a fun&ccedil;&atilde;o. Ao contr&aacute;rio. Com a aquisi&ccedil;&atilde;o de um receptor digital (que j&aacute; est&aacute; &agrave; venda) e de um aparelho de TV de alta defini&ccedil;&atilde;o, os propriet&aacute;rios das parab&oacute;licas podem assistir, j&aacute; agora, aos programas em imagem digital - o problema &eacute; o pre&ccedil;o, que ainda est&aacute; alto at&eacute; para os padr&otilde;es da classe m&eacute;dia (o receptor est&aacute; oscilando em torno de R$ 900). Mas vejam o simbolismo da coisa: um morador de casa de taipa na periferia de Picos pode chegar primeiro &agrave; TV digital do que um do Recife, onde est&aacute; o maior PIB per capita do Nordeste.</span></p> <p align="justify"><span>Cerca de 20 anos depois de instalarem-se aqui, as parab&oacute;licas - alternando ciclos de expans&atilde;o e de &quot;pingado&quot; - mant&ecirc;m-se atuais. Desde Euclides da Cunha sabemos todos que a obstina&ccedil;&atilde;o &eacute; a principal caracter&iacute;stica de todas as formas de vida da regi&atilde;o. Esp&eacute;cie de plantas eletr&ocirc;nicas, as obstinadas parab&oacute;licas est&atilde;o agarradas nas casas do Sert&atilde;o nordestino como se delas n&atilde;o fossem apartar-se jamais.</span></p> <p><strong>Francisco, o pai redimido</strong></p> <p align="justify"><span>Os quatro filhos do guarda noturno Francisco Valdemar da Cruz tinham o h&aacute;bito de ir assistir televis&atilde;o na casa do vizinho, mas nem sempre conseguiam. &quot;Tinha vez que o pessoal fechava a porta para eles n&atilde;o assistirem, ou batiam a porta quando eles chegavam&quot;, recorda Francisco. Com o orgulho ferido, comprou uma TV preto e branco; a imagem, por&eacute;m, era ruim. Ano passado adquiriu sua primeira parab&oacute;lica - usada, de uma mulher que ia viajar para S&atilde;o Paulo. Custou R$ 150. Francisco mora na periferia de Picos. Est&aacute;-se recuperando de um acidente grave: a moto que dirigia chocou-se com um &ocirc;nibus. Quase morre; escapou, mas n&atilde;o consegue mais andar sem muletas. A TV virou sua melhor divers&atilde;o.</span></p> <p align="justify"><strong><span>Odorico, o pioneiro arrependido</span></strong></p> <p align="justify"><span>Odorico Carvalho &eacute; um amante das novidades tecnol&oacute;gicas. Assinante da Time, leu na revista mat&eacute;ria sobre os primeiros videocassetes e assim que o equipamento entrou no Brasil, comprou um. Entre as primeiras parab&oacute;licas da cidade, uma foi para a casa dele - das enormes, de 5 metros de di&acirc;metro. Na &eacute;poca foi um dos l&iacute;deres do movimento - campanha na r&aacute;dio, sorteio, o diabo - para a introdu&ccedil;&atilde;o das antenas na cidade. Hoje o jornalista e banc&aacute;rio aposentado do Banco do Brasil dirige a TV Picos, onde investe na programa&ccedil;&atilde;o local. As parab&oacute;licas - condutoras de uma programa&ccedil;&atilde;o quase toda do RJ e SP - viraram advers&aacute;rias: &quot;&Agrave;s vezes me arrependo de ter sido um dos respons&aacute;veis pela introdu&ccedil;&atilde;o delas aqui&quot;.</span></p> <p><strong>Piau&iacute; lidera ranking</strong><br /> <span>Os estados que mais t&ecirc;m domic&iacute;lios com parab&oacute;licas (2007)</span><br /> 1) Piau&iacute; 41%</p> <div align="justify">2) Maranh&atilde;o 34%</div> <p>3) Sta. Catarina 32%</p> <p>4) Minas Gerais 26%</p> <p>5) Mato Grosso do Sul 24%</p> <div align="justify">6) Cear&aacute; 20%</div> <div align="justify"> <p>7) Pernambuco 19%</p> </div> <div align="justify">8) Amazonas 17%</div> <p>9) Paran&aacute; 17%</p> <p>10) Par&aacute; 14%</p> <p>11) Rio de Janeiro 14%</p> <p>BRASIL 18%</p> <div align="justify"><strong><span>Fonte: Pesquisa sobre Uso da Tecnologia de Informa&ccedil;&atilde;o e Comunica&ccedil;&atilde;o (TIC 2007), realizada em parceria pela Ipsos Public Affairs e CETIC.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informa&ccedil;&atilde;o e Comunica&ccedil;&atilde;o), de S&atilde;o Paulo.</span></strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <p>&nbsp;</p>
vilemar de rio claros-sp
15/12/2008 -08:18:

picos e o piaui sendo a capital das parabolicas, não é motivo de alegria e sim de tristeza, pois os politicos tinha que ter mais respeitos pelos moradores colocando sinal de tv para todos, para que o pobre não tenha que comprar uma tv e uma parabolicas, porque se não tiver a parabolica não tem sinal de tv em casa que vergonha e falta de respeito com apopulação, politicos pense um pouco nos menos favorecidos eles também tem direitos a informação. pensem nisso por favor.

João de Melo Silva
14/12/2008 -23:17:

As parabólicas são o resultado da falta de sinal de TV no inetrior dos Estados Brasileiros, quando chegam, repetidos várias vezes, chegam fracos, distorcidos com "fantasmas" aí entra a parabólica causando um enorme prejuízo ao Estado em termos de notícias da região. No dia em que tivermos um sinal de boa qualidade haverá sem dúvida, prejuízo para enpresas que produzem este eficiente equipamento.

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