O município de Padre Marcos sediou no dia 22 de janeiro a última das três audiências públicas para apresentação do estudo e relatório de impacto ambiental e social do Complexo Eólico Chapada do Piauí, que será edificado nos municípios de Simões, Marcolândia e Padre Marcos.

A audiência foi realizada no Ginásio Poliesportivo João Arrais Filho e contou com a presença de Carlos Moura Fé, Superintendente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, representantes das empresas Casa dos Ventos, ContourGlobal e GeoConsult, do vice-prefeito Valdinar Silva, do deputado Merlong Solano, além de vereadores, secretários municipais, agricultores e membros da sociedade civil.

Carlos Moura Fé explica que a Secretária de Meio Ambiente vem conduzindo esse processo de licenciamento ambiental desde maio de 2013 quando recebeu o pedido formal das empresas licenciadoras, que a audiência teve a finalidade de mostrar para a sociedade e principalmente para as pessoas que moram nas regiões próximas ao empreendimento quais são as implicações da implantação do Complexo Eólico.

“Essa Audiência Pública faz parte do processo de licenciamento ambiental desse empreendimento que consiste na implantação de um complexo de produção de energia eólica, ou seja, produção de energia partir da força dos ventos, que pretende implantar 215 torres aero geradoras aqui na Chapada do Araripe, envolvendo três municípios, que são: Padre Marcos, Marcolândia e Simões, devendo gerar cerca de 400 megawatts de energia, que significa o dobro do que produz hoje a Barragem de Boa Esperança”, afirma.

Carlos Moura Fé, Superintendente da Secretaria Estadual de Meio Ambiente

Os impactos positivos são geração renda e emprego, além de todo um processo de desenvolvimento para a região, os impactos ambientais são pequenos levando em conta a amplitude do complexo, já que para cada torre será necessário desmatar apenas 5 metros de terra, desta forma os agricultores poderão continuar com a criação de animais na região. Em alguns casos será necessária a construção de estradas e deslocamento de famílias para outras áreas.

“Todos esses impactos negativos serão minimizados através de medidas e programas ambientais que a empresa propôs e que a SEMAR vai exigir a implantação. O projeto já foi avaliado do ponto de vista ambiental e locacional, ele tem todas as condições de ser implantado sem que traga maiores prejuízos ambientais para a região. A gente já liberou uma licença prévia, a partir dessas audiências públicas nós vamos concluir a análise do processo para que se libere a licença de instalação”, explica o superintendente do SEMAR.

Geração de emprego e projetos sociais:

Daniel Araújo Cordeiro, Diretor Regulatório e Comercial da ContourGlobal, explica que as audiências são importantes para que a população tome conhecimento de tudo que vai acontecer na região, e ressalta os principais impactos.

“Nós entendemos que o impacto principal é o marco de geração de emprego para região, ou seja, a intenção do consórcio formador dessas empresas é que a população local tenha oportunidade preferencial para esses empregos. Diretamente nós estaremos abrindo em torno de 680 empregos, nós podemos multiplicar esse número por três ou quatro vezes que serão os empregos indiretos, ou seja, aquilo que será prestado por outras empresas na região para suportar esse novo empreendimento”, afirma.

Daniel Araújo Cordeiro, Diretor Regulatório e Comercial da ContourGlobal

Daniel Cordeiro esclarece que o Completo Eólico não traz à população qualquer tipo de resíduo e que toda a vida relativa aos proprietários no entorno das torres não será afetada, além disso, afirma que as empresas também trabalharão com projetos de recuperação da fauna e flora, bem como benefícios sociais em relação ao público da terceira idade, educação, saúde e esportes.

“A partir da licença de instalação, que deve ocorrer até março, nós travamos o início do cronograma de construção e a finalização desse projeto está marcada para setembro de 2015, a partir daí nós já estaremos injetando energia no sistema interligado nacional, isso quer dizer que o Piauí passa a ser um dos produtores importantes de energia limpa para o Brasil através de um empreendimento que vai ter em torno de 412 megawatts, que é bastante considerável para a região, visto que o estado é importador e não exportador de energia”, acrescenta.

Visão do Poder Municipal

O complexo também vai reforçar a qualidade da energia da região dos três municípios. O vice-prefeito de Padre Marcos afirma que a implantação do Completo Eólico Chapada do Piauí é a realização de um sonho para a população local.

Valdinar Silva,Vice-Prefeito de Padre Marcos

“A nossa cidade localizada no semiárido, cidade pacata que vive da agricultura familiar, então receber uma estrutura como esta é muito positivo, é o desenvolvimento chegando à nossa cidade e o povo de Padre Marcos está recebendo de braços abertos, portanto, nós queremos que os consócios valorizem de forma adequada os locais por onde passarão essas torres, queremos que todos saiam satisfeitos e que o município tenha uma cara diferente com a chegada desse completo”, pontua.

O Deputado Merlong Solano é um dos defensores do Complexo Eólico