Aconteceu em Picos
MARIA DA PENHA NELES
Violência contra a mulher: apanhar calada nunca mais!
No ano de 2008, das 107 denúncias, 42 se transformaram em inquéritos, e nos primeiros dias de 2009 dois novos inquéritos já foram abertos
Lana Krisna - 09/01/2009

<div align="justify">Desde a inaugura&ccedil;&atilde;o da Delegacia da Mulher em agosto do ano passado at&eacute; a primeira semana de 2009, 107 den&uacute;ncias j&aacute; foram registradas. Ainda n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel comprovar atrav&eacute;s de dados se houve um aumento na viol&ecirc;ncia domestica contra a mulher, mas est&aacute; comprovado que a sociedade picoense absorveu a utilidade da delegacia, prova disso &eacute; a procura di&aacute;ria.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Segundo a Dra. Vanda Abreu Costa, Delegada titular, o campe&atilde;o de denuncia &eacute; o crime de amea&ccedil;a, em segundo lugar vem a les&atilde;o corporal e com menos freq&uuml;&ecirc;ncia o dano, a difama&ccedil;&atilde;o e a inj&uacute;ria. Mesmo com a recente inaugura&ccedil;&atilde;o da delegacia da mulher, &ldquo;A lei Maria da Penha j&aacute; vem sendo divulgada a algum tempo pelos delegados em Picos, assim como em campanhas de encorajamento&rdquo;, afirmou a delegada.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">A cada denuncia feita, a delegacia realiza um processo de verifica&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es, e se for comprovada a viol&ecirc;ncia, seja f&iacute;sica, psicol&oacute;gica, ou at&eacute; mesmo as amea&ccedil;as um inqu&eacute;rito &eacute; aberto e as partes s&atilde;o levadas &agrave; audi&ecirc;ncia. No ano de 2008, das 107 den&uacute;ncias, 42 se transformaram em inqu&eacute;ritos, e nos primeiros dias de 2009 dois novos inqu&eacute;ritos j&aacute; foram abertos, um deles para investigar uma suposta tentativa de indu&ccedil;&atilde;o ao suic&iacute;dio, onde o companheiro tentou atear fogo na resid&ecirc;ncia com a esposa dentro.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Para a Delegada Vanda, o maior desafio em cumprir a lei Maria da Penha a risca &eacute; a falta de local e recursos para manter essa mulher depois do crime. &ldquo;A mulher carrega consigo toda quest&atilde;o familiar, sentimental, e em muitos casos a depend&ecirc;ncia financeira, ap&oacute;s o crime existe uma dificuldade enorme em retirar essa mulher do local, tanto ela como os filhos, falta assist&ecirc;ncia social e psicol&oacute;gica para atend&ecirc;-las, a delegacia faz a parte t&eacute;cnica que &eacute; a apura&ccedil;&atilde;o do crime, ainda faltam pol&iacute;ticas p&uacute;blicas&rdquo;, disse. Nesses casos a delegada aconselha que durante o per&iacute;odo cr&iacute;tico a v&iacute;tima procure a casa de uma irm&atilde;, amiga, algum local onde o agressor n&atilde;o possa encontr&aacute;-la pelo menos at&eacute; a audi&ecirc;ncia.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Algumas pessoas que procuram a delegacia da mulher ainda n&atilde;o t&ecirc;m um esclarecimento das fun&ccedil;&otilde;es, chegam a procurar o &oacute;rg&atilde;o para casos de separa&ccedil;&atilde;o, guarda dos filhos, separa&ccedil;&atilde;o de bens e pedido de pens&atilde;o aliment&iacute;cia, para as ocorr&ecirc;ncias que n&atilde;o dizem respeito &agrave; fun&ccedil;&atilde;o da delegacia a Dra. Vanda encaminha os interessados &agrave; defensoria p&uacute;blica.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Sobre o caso da Cidade de Deus a delegacia est&aacute; apurando as informa&ccedil;&otilde;es e fotos da per&iacute;cia que se deslocou at&eacute; o bairro para investigar a ocorr&ecirc;ncia, segundo a senhora Maria Jos&eacute; Borges Leal Rodrigues, v&iacute;tima e dona da resid&ecirc;ncia queimada, o companheiro de 10 anos Francisco Jos&eacute; conhecido como &ldquo;Dunga&rdquo;, teria ateado fogo na casa por conta de uma crise de ci&uacute;mes, &ldquo;N&atilde;o sei por que, imagine s&oacute;, eu uma velha&rdquo;, disse.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Maria Jos&eacute; descreveu que por volta da 18:30 Dunga estranhamente teria chamado-a dentro da casa, ao atender seu chamado ele disse que n&atilde;o era nada. Em seguida voltou a repetir o chamado, dessa vez ela n&atilde;o atendeu, e se dirigiu at&eacute; a casa de uma vizinha, ao voltar, sua casa j&aacute; estava em chamas, &ldquo;Ele juntou um papel&otilde;es com o colch&atilde;o e tocou fogo em tudo&rdquo;, disse.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Informou tamb&eacute;m que durante esses 10 anos de conviv&ecirc;ncia ele nunca teria batido-a, ocorrendo apenas pequenos desentendimentos conjugais. A Pol&iacute;cia e o Corpo de Bombeiros foram chamados at&eacute; o local e enquanto os bombeiros apagavam o fogo, a PM procurava por Dunga, mas esse j&aacute; havia deixado o local. &ldquo;Depois que a pol&iacute;cia foi embora ele ainda voltou l&aacute; procurando um celular, mas tudo ficou destru&iacute;do dentro do quarto, at&eacute; o teto caiu&rdquo;, acrescentou.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Maria Jos&eacute; procurou a Delegacia da Mulher para prestar queixa, dizendo que al&eacute;m do dano material, seu companheiro teria o intuito de queimar a casa com ela dentro e matem amea&ccedil;as contra ela e seus filhos (de outro casamento) ap&oacute;s o atentado.</div> <div align="justify"> <p>&nbsp;A Del. Vanda est&aacute; apurando os relatos das testemunhas, e refor&ccedil;ou o pedido &agrave;s mulheres que sofrem amea&ccedil;as, agress&otilde;es dentro de casa. &ldquo;N&atilde;o deixem que o medo de denunciar as fa&ccedil;am eternas v&iacute;timas dos seus companheiros&rdquo;.</p> </div>
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