Dados da Vigilância Epidemiológica de Picos apontam que o número de ataques de animais peçonhentos em Picos vem aumentando nos últimos anos. O fato é considerado um problema de saúde pública e o atendimento imediato é fundamental para a sobrevivência das vítimas e redução de possíveis sequelas. Os principais ataques em Picos são de escorpiões, abelhas e cobras.

Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Sandra Karielly, o fato se deve a urbanização desregulada, pois quanto mais o homem invade áreas de matas, que são o habitat da maioria desses animais, os mesmos buscam refúgio nas residências.

“No ano de 2012 foram registrados 88 casos de ataques, em 2013 o número subiu para 224, já em 2014 foram 282 casos e nesse ano já registrou-se 49 casos”, disse a coordenadora.

Ainda segundo Karielly, antes a predominância dos ataques eram na zona rural, porém, os ataques acontecem em maior número nos bairros em que estão se fazendo mais construções como Aerolândia e Belo Norte, por exemplo.

Após sofrer o acidente deve-se buscar imediatamente o Hospital Regional de Picos, pois apenas lá existem os soros para esse tipo de incidente. Em casos de acidentes leves o tratamento é feito apenas por meio de medicamentos, mas quando os mesmos são considerados de moderados a grave se faz necessário o uso de soros.

O processo de urbanização tem levado ao aumento da exposição a esses animais. O escorpião, por exemplo, se alimenta de baratas, portanto sobrevive em ambientes urbanos com facilidade. Além disso, o depósito e acúmulo de lixo, entulhos e materiais de construção junto às habitações podem servir de abrigo para os animais peçonhentos.

Com as chuvas, esses animais são obrigados a sair dos seus esconderijos e a procurar novos abrigos, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Assim, não é difícil encontrá-los nas proximidades das casas, jardins e parques.