Saúde
AUMENTO
Piauí teve aumento de 600% nos casos de microcefalia em 2015
Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que em 2014 foram apenas seis casos confirmados no Estado.
Jesika Mayara - 04/12/2015

O Brasil enfrenta uma epidemia de zika, uma doença "prima da dengue", desde o meio do ano. A doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, provoca sintomas parecidos, porém mais brandos do que os da dengue: febre, dor de cabeça e no corpo e manchas avermelhadas na pele.

No último final de semana, o Governo brasileiro confirmou a relação entre o vírus zika e a microcefalia, uma infecção que provoca má formação do cérebro de bebês. A região Nordeste é a mais afetada pelo surto de microcefalia no Brasil, ao todo já são mais de 1.248 casos notificados em 311 municípios de 14 Estados.

O Piauí já registrou 7.534 casos suspeitos de dengue, no período de janeiro até 02 de dezembro deste ano, o que representa uma redução de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar da pequena redução, Estado, municípios e a sociedade em geral devem continuar em alerta para evitar a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que em 2015 foram registrados 2 casos de chikungunya, 3 casos de zika vírus e 36 casos de microcefalia, que representa um aumento de 600%.

 

Microcefalia

Segundo o neurologista Gutenberg Rocha, a microcefalia consiste na má formação do crânio da criança, originária de um fechamento precoce das fissuras do crânio, popularmente chamada de moleira, prejudicando o desenvolvimento do mesmo.

O diagnóstico da doença pode ser feito precocemente ainda na vida intrauterina do feto através de ultrassonografia morfológica, algumas vezes a doença é descoberta posteriormente devido a cabeça da criança apresentar uma dimensão menor que 42 cm, quando a mesma tem por volta de um ano e três meses.

“Além da cabeça em um tamanho menor que o normal, a doença é associada a um desenvolvimento precário do cérebro e é diagnosticada através de sintomas como atraso mental, no desenvolvimento neurológico e psicomotor. Assim a criança passa a ter dificuldade para andar, falar e desempenhar tarefas simples da vida diária. O portador pode ter ataques de epilepsia e alterações de comportamento”, explicou o médico neurologista.

Outras formas de diagnóstico se dão através da realização de doopler trasncraniano ou de uma tomografia ou ressonância magnética.

Não existe cura para a microcefalia, os tratamentos realizados buscam minimizar os efeitos da doença. “Devido o atraso motor se pode fazer fisioterapia, devido problemas de dicção se pode fazer aulas de fonoaudiologia, outras reabilitações como terapia ocupacional e acompanhamento psicológico também podem ser realizadas. Caso o diagnóstico se dê até um ano e dois meses de vida, pode-se realizar cirurgia para alargar a fissura craniana e diminuir os efeitos da doença”, disse Gutemberg Rocha.

 As causas, na maioria dos casos, são infecções adquiridas pela mãe, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, que é quando o cérebro do bebê está sendo formado. Toxoplasmose, rubéola, Zika vírus e citomegalovírus são alguns exemplos. Outros possíveis causadores são abuso de álcool e drogas ilícitas na gestação e síndromes genéticas como a síndrome de Down. 

 

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