Rose do Rock aproveita fama entre roqueiros e Seu Madruga aposta na semelhança com personagem do seriado Chaves.
<div align="justify">Com pouco tempo na propaganda eleitoral gratuita, alguns candidatos apelam a nomes bizarros ou de personalidades famosas para chamar a atenção dos eleitores. Em São Paulo, por exemplo, candidataram-se a uma vaga na Câmara dos Vereadores: Tim Maia, Pellè, Seu Madruga e, até, a Lacraia. Já Belo Horizonte pode eleger como vereador Tomaz Rola Bosta, um homem orgulhoso o suficiente da desentupidora que fundou para adotar o nome dela como apelido eleitoral. Os candidatos à Câmara paulistana também não economizam na criatividade. São bons exemplos disso: Rose do Rock (PC do B), Kid Bengala (PPS), João do Gesso (PRTB) e Billy Jackson (PRTB).</div>
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<p>Para adotar os nomes de personalidades, alguns candidatos aproveitam-se da semelhança física com elas, como é o caso do petista Professor Adalberto, que aparecerá nas urnas como Professor Adalberto-Tim Maia, e de Antônio Nicanor Ribeiro, do PR, sósia do ex-jogador Pelé, e que se candidatou como Pellè, assim mesmo, com dois "eles" e acento grave. A semelhança com o personagem do seriado Chaves também foi a inspiração para Jonas Fontoura Santana (PRP), que concorre à sua sétima eleição, candidatar-se como Seu Madruga.</p>
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<p>Segundo Adalberto-Tim Maia, o apelido, que recebeu por causa de seu porte físico, o acompanha desde os anos 80. O "Tim Maia" foi mantido até durante os quatro anos em que ocupou o cargo de subprefeito de São Miguel Paulista. "Sou contra aqueles que usam nomes de artistas para enganar o eleitor. Eu não faço isso. Quem vota em mim vota no Professor Adalberto, e não no cantor", garantiu o candidato à VEJA.com. Já Marco Aurélio de Barros (PTB) candidatou-se como Lacraia, mas prefere esconder do eleitor que se trata de um sósia, e não do dançarino de funk carioca Marco Aurélio Silva da Rosa, que faz dupla com MC Serginho.</p>
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<div align="justify">Como o lema "heavy metal também é cultura", a candidata Rosa Maria da Silva decidiu lançar candidatura para, segundo ela própria, lutar em prol da cultura, uma área que considera pouco explorada no discurso de seus concorrentes. A candidata preferiu adotar o nome Rose do Rock para aproveitar a "fama" que possui entre os roqueiros – seu marido trabalha há 20 anos na Galeria do Rock, em São Paulo. "Minha candidatura não é voltada só para quem gosta de rock, ela engloba os que se interessam por música e arte", explicou a candidata à VEJA.com.</div>
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<div align="justify"><strong>Lei –</strong> A legislação eleitoral não impede que se registre uma candidatura sob um nome que pertence a outra pessoa, desde que o candidato prove que ele é, de fato, conhecido pelo apelido. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o nome que aparece na urna deve ter, no máximo, 30 caracteres e não pode ser ridículo ou irreverente. </div>
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<p>Ainda assim, os juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais deferiram as candidaturas de nomes como o mineiro Rola Bosta e dos cearenses Adriely Fatal, Airton Motoboy - O irmão, Bode Zé, Coleguinha, Bozoka, Gostosinho, Loura 2008, além dos candidatos de Teresina: Véia, Carne Assada, Pirulito e Pé Quente.</p>
<p><strong>Democracia –</strong> Para o cientista político Jairo Nicolau, esses candidatos são um "efeito colateral" da democracia. "O problema é que o formato do horário eleitoral gratuito estimula a bizarrice", afirmou Nicolau à VEJA.com.</p>
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<div align="justify">Segundo ele, o pouco tempo a que os candidatos têm direito, além de estimular a criatividade dos que não medem esforços para chamar atenção, torna o horário ineficiente para auxiliar o eleitor em sua escolha. Apesar disso, ele acredita que tais candidatos só servem mesmo para divertir, e que os eleitos, geralmente, são os que possuem mais qualidade.</div>
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<p>Corrobora a afirmação de Nicolau, o fato de Pellè ter conseguido apenas 600 votos em 2004, ano de sua primeira candidatura, e de Seu Madruga já ter disputado seis eleições sem sucesso. Além disso, nas últimas eleições para deputado federal e estadual, em 2006, nomes como Super Zefa, Super Moura, Darci Chutando o Balde e Gilberto Brochão não conseguiram ocupar uma vaga no Legislativo brasileiro.</p>
<p>Veja.com</p>
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