A apicultura é uma atividade que já reúne cerca de 25 mil pessoas no Piauí, fazendo com que o Estado seja o maior produtor de mel de abelha do Brasil
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<p>A apicultura é uma atividade que já reúne cerca de 25 mil pessoas no Piauí, fazendo com que o Estado seja o maior produtor de mel de abelha do Brasil e tenha como seu grande consumidor o exigente mercado americano, que somente este ano já adquiriu 350 toneladas do produto junto à Central das Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), a central de cooperativas apícolas que funciona no município de Picos, na região do Semiárido piauiense, a 310 quilômetros de Teresina.</p>
<p>A estrutura de produção no Piauí, coordenada pela Casa Apis, conta com 49 casas de mel distribuídas na região, envolvendo diretamente no processo 1,6 mil famílias. Os 25 mil apicultores garantem uma produção anual em torno de 4,5 mil toneladas de mel, segundo números do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).</p>
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<p>A Casa Apis, segundo garante seu presidente, Antônio Leopoldino Filho, usa tecnologia de ponta e também atua na capacitação dos apicultores, para que eles aumentem a produtividade de suas colmeias e, em consequência, consigam uma rentabilidade maior. “Estamos trabalhando todo o ciclo produtivo, para agregar valor ao mel do Piauí e garantir aos nossos associados um aumento de rentabilidade de 20% a 25%”.</p>
<p>Industrialização do mel Na corrida pela liderança na produção de mel, o Piauí, com suas 285 toneladas do produto do mês, é seguido pelos Estados de Santa Catarina, com 229 toneladas, e São Paulo, com 233 toneladas.</p>
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<p>A Casa Apis, que é formada por nove cooperativas de pequenos produtores, é responsável direta pelo avanço na produção de mel no Piauí. Além de cuidar da qualidade e da industrialização, ela acaba com a figura do intermediário e incentiva os apicultores a desenvolverem um trabalho cooperado, desde a boa utilização das colmeias até a exportação do produto, adotando os princípios da autogestão democrática, com plena participação de todos os associados, a pluralidade de ideias e transparência financeira e administrativa.</p>
<p>Para Antônio Leopoldino Filho, a casa propicia aos apicultores a competência para atuar em toda a cadeia produtiva do mel, da produção à comercialização, garantindo aos seus produtos um padrão de qualidade capaz de atender os mercados mais exigentes.</p>
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<div align="justify">A região do Semiárido nordestino, onde a Casa Apis atua, tem uma área aproximada de 1 milhão de quilômetros quadrados e apresenta problemas socioeconômicos mais acentuados do que o restante do Nordeste. A apicultura pode mudar radicalmente este quadro.</div>
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<p>O mel processado na Casa Apis é extraído de floradas nativas encontradas no ambiente natural, o que possibilita a produção de um mel totalmente puro, livre de qualquer resíduo químico. Para este ano, a produção estimada é de mil toneladas, cerca de 60% dela destinada à exportação.</p>
<p>Potencial - Segundo especialistas, o Piauí tem sido destaque nacional quanto ao potencial apícola por possuir diversas formações vegetais, como Caatinga, Cerrado, floresta semi-decidual, restinga e mangue, com boas características para a apicultura.</p>
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<p>Armazenagem do mel Além disso, possui uma temperatura elevada, umidade relativa do ar em torno de 70% e boa luminosidade com floradas ricas e variadas. O Estado dispõe de uma vegetação arbórea, herbácea e arbustiva abundante e bem distribuída.</p>
<p>O conhecimento da flora apícola é importante para identificar as espécies vegetais utilizadas pelas abelhas. Essas espécies assumem grande importância por indicar aos apicultores fontes adequadas e de abundante suprimento de néctar e pólen, contribuindo para a formação do mel produzido na região. O conhecimento da flora apícola também é necessário para a preservação e a multiplicação destas plantas de potencial melífero, auxiliando o estabelecimento de uma apicultura sustentável.</p>
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<p><strong>Da abelha à mesa - A produção do mel, passo a passo, segundo a Casa Apis:</strong></p>
<p>1 - A produção do mel começa no campo, quando as abelhas retiram o néctar das flores. Na caatinga, a coleta é feita em flores de diversas plantas, como marmeleiros, canelinhas, angico-de-bezerro, jurema ou canela-de-velho.</p>
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<p>2 - As abelhas levam o néctar para as colmeias preparadas pelos apicultores. São caixas de madeira de cerca de 40 cm de largura por 52 cm de comprimento, divididas em compartimentos - o ninho com a rainha e os filhotes fica mais embaixo as melgueiras, onde o mel é produzido pelas operárias, fica acima. Um mês depois a colmeia estará cheia de mel, pronta para a colheita.</p>
<p>3 - O apicultor leva as melgueiras para as casas de mel. Os favos são cuidadosamente abertos e o mel escorre em baldes. Em seguida, os quadro de madeiras, onde os favos foram construídos pelas abelhas, são colocados numa centrífuga para retirada do que restou.</p>
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<p>4 - O mel é enviado para a Casa Apis, onde será feito o controle de qualidade. Isso significa passar por uma rigorosa análise em laboratório para verificar pureza, teor de umidade, cor e se houve adulteração, como adição de açúcar.</p>
<p>5 - Se aprovado, o mel é despejado na mesa coletora, para filtragem e para que fique uniforme. Segue depois para o desumidificador, onde se retira o excesso de água, e para grandes tanques onde é colocado em tambores de 11 mil quilos. O mel está pronto para a comercialização.</p>
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<p><strong>Origem -</strong> O mel é a substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores que as abelhas melíficas produzem. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu.</p>
<p>Ele sempre foi considerado um produto especial, utilizado pelo homem desde os tempos mais remotos. Evidências de seu uso pelo ser humano aparecem desde a pré-história, com inúmeras referências em pinturas rupestres e em manuscritos e pinturas do antigo Egito, Grécia e Roma.</p>
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<p>A utilização do mel na nutrição humana não deveria limitar-se apenas a sua característica adoçante, como excelente substituto do açúcar, mas principalmente, por ser um alimento de alta qualidade, rico em energia e inúmeras outras substâncias benéficas ao equilíbrio dos processos biológicos do corpo humano.</p>
<p>Embora o mel seja um alimento de alta qualidade, apenas o seu consumo, mesmo em grandes quantidades, não é suficiente para atender a todas as necessidades nutricionais da pessoa. </p>
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<p>Além de sua qualidade como alimento, o mel é dotado de inúmeras propriedades terapêuticas, sendo utilizado pela medicina popular sob diversas formas e associações fitoteráPicos.</p>
<p>O néctar é transportado para a colmeia, onde sofrerá mudanças em sua concentração e composição química, para então ser armazenado nos alvéolos.</p>
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<div align="justify">Apesar de o mel ser basicamente uma solução saturada de açúcares e água, seus outros componentes, aliados às características da fonte floral que o originou, conferem-lhe um alto grau de complexidade. A composição média do mel, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos. Por detrás dessa aparente simplicidade, esconde-se um dos produtos biológicos mais complexos.</div>
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<p><strong>Apiterapia -</strong> A utilização dos produtos das abelhas com fins terapêuticos é denominada Apiterapia, que vem alcançando considerável desenvolvimento nos últimos anos, com a realização de inúmeros trabalhos científicos, cujos efeitos benéficos à saúde humana têm sido considerados por um número cada vez maior de profissionais da saúde. Países como a Alemanha já a adotaram como prática oficial na sua rede pública de saúde.</p>
<p>Várias propriedades medicinais são atribuídas ao mel, além de sua qualidade como alimento. Ele é usado na alimentação humana, como substituto do açúcar, e é de fácil digestão pelo organismo; ajuda o organismo a fixar o cálcio; não irrita a mucosa do tubo digestivo; dentre os açúcares é o mais tolerado pelos rins; e tem efeito levemente taxativo.</p>
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<div align="justify">O mel é utilizado como medicamento nos casos de doenças cardíacas, de garganta, boca, respiratórias, raquitismo, queimaduras, ventre e fadiga.</div>
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