O mecanismo promete dar fim aos envelopes utilizados nos depósitos bancários, diminuir os custos e economizar tempo
<div align="justify">Quem precisa depositar algum valor em conta corrente por meio dos caixas eletrônicos passa por uma angústia de horas, talvez dias. Isso porque, para fazer a operação, as cédulas precisam ser colocadas em envelopes de papel – o que acaba dificultando todo o processo. Flamarion Pirtouscheg quer resolver essa questão e faturar em cima.</div>
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<div align="justify">Ele é diretor-presidente da Giesecke & Devrient Brasil, subsidiária de um grupo alemão com mais de 150 anos de história. A empresa desenvolve soluções tecnológicas para vários setores e, na última terça-feira (14), apresentou a jornalistas em São Paulo um mecanismo que promete dar fim aos envelopes utilizados nos depósitos bancários.</div>
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<div align="justify">“O atual sistema não combina com o nível de automação bancária do Brasil”, observa Pirtouscheg. Ele aponta que o sistema bancário brasileiro investe em tecnologia de ponta, mas é arcaico quando o assunto são os depósitos em ATMs, que não evoluíram com a mesma proporção. “Isso depõe contra nosso sistema. É um custo-Brasil”, assinala.</div>
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<div align="justify">No encontro, ele mostrou como funciona o GD Lobby 90, um aparelho instalado junto ao caixa eletrônico que é capaz de processar uma coleta de até 100 notas por vez em no máximo 30 segundos.</div>
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<div align="justify">Não há necessidade dos envelopes. Funciona como uma máquina de refrigerantes, mas com algumas funcionalidades a mais. Além de a nota poder ser colocada de qualquer jeito (dobrada, com o verso para cima ou para baixo, etc.), um sensor instalado dentro da máquina identifica qual o valor da cédula, calcula o depósito feito e reconhece notas falsificadas. Se a cédula não for autêntica, ela é devolvida ao usuário.</div>
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<div align="justify">Utilizado por bancos dos Estados Unidos, Europa, China e Rússia, com o total de 20 mil unidades instaladas desde 2003, o produto ainda não tem clientes no Brasil. Segundo Pirtouscheg, duas grandes instituições financeiras do País estão interessadas na tecnologia e devem iniciar os testes-piloto no segundo semestre.</div>
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<div align="justify">Apesar da imaturidade do mercado, o executivo aposta que chegará a 20 mil unidades nos próximos dez anos em todo o País. Como comparação, existem atualmente mais de 170 mil ATMs em todo o território nacional.</div>
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<p><strong>Dinheiro de volta</strong></p>
<p>Os bancos devem ser os maiores beneficiados com o produto. Hoje, para garantir que o depósito feito por um usuário seja compensado no menor tempo possível, as instituições gastam com transportadora de valores, que buscam os envelopes nas agências, levam à tesouraria e lá um grande número de funcionários fica responsável por abrir os envelopes um a um, pegar as cédulas e colocá-las nas máquinas de processamento. Cada um manuseia em média 700 cédulas por hora, algo que com a contagem automática demoraria sete minutos, em média.</p>
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<div align="justify">Pirtouscheg acredita que o investimento é vantajoso para os bancos, pois demandariam menos tempo gasto com esses procedimentos logísticos e o investimento pode ser compensado em até três anos.</div>