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Inicialmente parlamentares haviam ido apurar o rompimento da parede de uma barragem após uma obra da administraçção

Depois de receberem inúmeras denúncias de moradores da Localidade Baixa Grande, município de Dom Expedito Lopes, a respeito do rompimento de uma barragem que havia sido revitalizada pelo prefeito, Valmir Barbosa (PDT), uma Comissão formada pelo vice-prefeito, Écio Flávio (PDT), o presidente da Mesa Diretoria da Câmara de Vereadores, Francisco De Assis Marcolino Dantas, o De Assis (Progressista) e os vereadores Kyldary Gonçalves (REDE) e Nilza Maroto (PV), realizou uma vistoria no local na manhã desta última sexta-feira (27).

Ao realizarem a visita in loco os membros da Comissão constataram que parte da parede da barragem, que foi originalmente construída há mais de 40 anos na administração do ex-prefeito, José Gonçalves, que era mais conhecido como “Zeca de Martins”, rompeu, e o que chamou atenção foi que o rompimento aconteceu justamente na parte da parede que foi elevada recentemente pela atual gestão municipal.

Durante a vistoria a Comissão constatou que a obra, realizada com o intuito de amentar a capacidade de acúmulo de água durante o período chuvoso, foi feita de maneira inadequada, haja vista que ao invés de elevar a parede com a utilização de concreto, ferro e pedras, como foi edificada pelo ex-prefeito, “Zeca de Martins”, a Prefeitura de Dom Expedito Lopes na administração de Valmir Barbosa, apenas colocou um material formado por piçarra e terra por cima da parede já existente, no que se chama de sistema de método montante, semelhante ao que causou a tragédia em Brumadinho, no Estado de Minas Gerais, onde mais de 250 pessoas morreram depois do rompimento de uma barragem de rejeitos da Vale, em 2019.    

“Vale ressalta que a Câmara de Vereadores não tem nenhuma informação a respeito de como foi construída esta obra já que foram gastos muito recursos públicos, não temos informações a respeito de projetos, engenheiro responsável, licença ambiental, nada disso temos conhecimentos”, relatou o presidente da Mesa Diretoria da Câmara de Vereadores, De Assis, acrescentando que devido o que foi constato na vistoria e diante de tanta falta de informação tudo leva a crer que a obra de elevação da parede foi feita a “olho nu”, sem os devidos acompanhamentos técnicos.

Após comprovarem a veracidade das denúncias, Écio Flávio, De Assis, Kyldary Gonçalves e Nilza Maroto, decidiram fiscalizar a situação de outra barragem, também na Localidade Baixa Grande, construída no pelo ex-prefeito, Bené Dantas, em seu segundo mandato, que embora seja pública, hoje está de “posse” de Joaquim Barbosa, que é mais conhecido como Joaquim Tomás, que inclusive é irmão da primeira-dama de Dom Expedito Lopes, Valdivia Barbosa de Moura, que simplesmente passou uma cerca de arame farpado como se fosse único proprietário do reservatório pertencente ao Município.

De acordo com De Assis, a fiscalização também foi estendida a uma piçarreira, de propriedade de Joaquim Tomás, que já venceu licitações da Prefeitura de Dom Expedito Lopes onde os valores somados ultrapassam a quantia de R$ 120.000,00 reais anuais (cento e vinte mil reais), e de onde são retiradas centenas de carradas de piçarra para serem utilizadas em serviços do município expeditense, oportunidade que os membros da Comissão, formada por representantes da população, foram ameaçados e xingados pelo cunhado o prefeito. 

“Após adentrarmos em uma estrada vicinal e passarmos por um colchete, que é um sistema de porteira para entrada de veículos, fomos surpreendidos pelo senhor Joaquim Tomás, cunhado do prefeito, com palavras de baixo calão e nos ameaçando. Embora a propriedade seja dele a partir do momento que uma determinada propriedade tem licitações com o município para fornecimento de piçarra em barreiro a partir de então ela se torna pública e passível de fiscalização e nós como fiscais do povo fizemos o nosso papel” ressaltou o presidente da Câmara Vereadores de Dom Expedito Lopes, De Assis, que lamentou a situação.

Vídeo

Além das ameaças e xingamentos, Écio Flávio, De Assis, Kyldary Gonçalves e Nilza Maroto, se dizem vítimas de calúnia cometida por Joaquim Tomás, pois no momento que eles fiscalizavam a barragem construída na segunda gestão do ex-prefeito, Bené Dantas, ele gravou um vídeo e espalhou nas redes sociais, narrando uma situação inverídica como se a Comissão estivesse invadindo sua propriedade privada, quando na verdade os representantes da população expeditense fiscalizavam um bem público que foi indevidamente apropriado por um particular.

Outro lado

Nossa reportagem tentou entrar em contato com o prefeito de Dom Expedito Lopes, Valmir Barbosa, e o seu cunhado, Joaquim Barbosa, que é mais conhecido como Joaquim Tomás, para comentarem a denúncia, mas não os citados não foram encontrados.