Perfil
ENTREVISTA
Padre Gregório Lustosa fala sobre os desafios no 1° ano de paróquia em Picos
Pe. Gregório fala sobre a fé do povo picoense e sobre as suas dificuldades frente a paróquia
Lana Krisna - 12/05/2009

<div align="justify"><strong>Portal O Povo: Qual a sua avalia&ccedil;&atilde;o diante de 1 ano de trabalho na Par&oacute;quia de N. Senhora dos Rem&eacute;dios em Picos?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Eu cheguei aqui, exatamente no dia 10 de maio de 2008, encontrando uma par&oacute;quia com uma popula&ccedil;&atilde;o bem numerosa e aglomerada, me deparando com um grande desafio, o que chamamos hoje de Pastoral Urbana. A minha experi&ecirc;ncia de Presb&iacute;tero tinha sido sempre ligada &agrave;s comunidades rurais. Isso exigiu da minha parte realizar exerc&iacute;cios de paci&ecirc;ncia, mudar a minha metodologia mission&aacute;ria, que era mais ligada &agrave;s celebra&ccedil;&otilde;es, aos encontros nos munic&iacute;pios, para um estilo mais sedent&aacute;rio, mais do &ldquo;bir&ocirc;&rdquo;, do confession&aacute;rio, da escuta, do aconselhamento e gra&ccedil;as a Deus, o Esp&iacute;rito Santo tem me auxiliado bastante nessa nova realidade.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Sobre o seu term&ocirc;metro de aceita&ccedil;&atilde;o, o padre Bezerra era muito querido pela popula&ccedil;&atilde;o de Picos, o senhor sentiu algum receio ou rejei&ccedil;&atilde;o?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Pode parecer vaidade da minha parte, mas eu seria injusto com o povo picoense se eu falasse que teria sido rejeitado. Cheguei aqui muito tenso, apreens&iacute;vel e de certa maneira preparado para se isso viesse a acontecer, mas n&atilde;o ocorreu em nenhum momento. Admiro muitas pessoas ligadas &agrave; Bezerra, acho isso justo. Senti-me bem desde o in&iacute;cio e cada dia me sinto melhor.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Com &eacute; que o senhor avalia a f&eacute; do povo picoense?</strong></div> <div align="justify"><strong>&nbsp;</strong></div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> No campo dessa f&eacute; doutrinal, &eacute; um povo de f&eacute; tamanha. O povo de Picos gosta de prociss&otilde;es, caminhadas, romarias, vem a as missas. &Eacute; um povo que respeita o Presb&iacute;tero, respeita ao Bispo, tem aten&ccedil;&atilde;o &agrave;quilo que a igreja fala. No campo pessoal aquela f&eacute; que vai al&eacute;m da doutrina, al&eacute;m da crendice, aquela f&eacute; que remove montanhas eu ainda sinto que o povo precisa se despertar mais para acreditar em si, acreditar no poder que a pessoa tem. Eu vejo pessoas que se deprimem com facilidade, entram em crise se a economia n&atilde;o vai vem, ou a vida conjugal, ent&atilde;o deixam a desejar aquela f&eacute; que &eacute; pra ser provada no momento da crise, da prova&ccedil;&atilde;o, quando a cruz pesa sobre as costa.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: O senhor &eacute; um padre Carism&aacute;tico?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Em parte, eu at&eacute; que gostaria de estar mais dentro, tem uma parte que admiro muito, mas fico bastante agarrado &agrave;quela educa&ccedil;&atilde;o que vem da inf&acirc;ncia e da adolesc&ecirc;ncia, do jeito de rezar, de lidar com a palavra. N&atilde;o me considero mergulhado na Renova&ccedil;&atilde;o Carism&aacute;tica, todavia, uma veia perpassa por mim e me alimenta.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Durante esses 14 anos de celibato quais foram os principais desafios encontrados nessa caminhada?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> S&atilde;o tantos desafios... A realidade de pobreza, de doen&ccedil;as, quando n&oacute;s nos deparamos com o sofrimento do povo. Nosso povo &eacute; sofrido, principalmente quando voc&ecirc; se distancia do centro. Encontramos pessoas desempregadas, sem um lar, passando fome... Isso me faz sofrer, s&atilde;o desafios nos campos das pastorais com as equipes, por que cada cabe&ccedil;a &eacute; uma senten&ccedil;a, cada pessoa tem&nbsp;sua forma&ccedil;&atilde;o, sua heran&ccedil;a gen&eacute;tica. Ent&atilde;o quando nos agrupamos vamos percebendo a diferen&ccedil;a e essas diferen&ccedil;as quando convergem acabam sendo um desafio.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Quando o senhor decidiu pelo celibato, houve alguma d&uacute;vida sobre essa decis&atilde;o?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> N&atilde;o, at&eacute; porque, gra&ccedil;as ao meu bom Deus eu tomei uma decis&atilde;o que n&atilde;o foi repentina. Na decis&atilde;o para o celibato &eacute; preciso ir refletindo, amadurecendo. Eu tive a gra&ccedil;a de fazer a experi&ecirc;ncia nos Semin&aacute;rio Menor em 85 quando estive em Picos, em 87 e 89 eu cursei o segundo grau em Floriano, l&aacute; n&oacute;s &eacute;ramos um grupo maior, acompanhados por um Reitor, em saudosa mem&oacute;ria Dom Edilberto Dinkelborg, t&iacute;nhamos o Padre Manoel Carvalho, conhecido como Pe. Pequeno, ainda convivi como padre Davi &Acirc;ngelo Leal, esse presb&iacute;teros eles nos ajudaram com seus testemunhos, com as palavras e depois de 7 anos fui para o Semin&aacute;rio Maior em Teresina, onde cursei Filosofia e Teologia. Ent&atilde;o foram dez anos conviv&ecirc;ncia, estudo, reflex&atilde;o espiritualidade para depois chegar ao meu &ldquo;Sim&rdquo;. O meu Sim foi consciente e com toda firmeza, na &eacute;poca eu tinha 29 anos.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: O senhor considera que o padre &eacute; um agente de mudan&ccedil;a dentro da sociedade?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Sim. Apesar de hoje a televis&atilde;o, os meios de comunica&ccedil;&atilde;o ter um influencia fort&iacute;ssima na cabe&ccedil;a das pessoas, eu acredito que o padre ainda &eacute; um formador de opini&atilde;o, ele ainda tem um peso, n&atilde;o numa palavra espor&aacute;dica ou isolada, mas no dia a dia ele &eacute; o pastor que vai acompanhando seu rebanho. &Eacute; claro que a igreja j&aacute; foi mais forte, ela tinha a primazia no campo da ideologia, hoje n&atilde;o tem mais a mesma for&ccedil;a, porque h&aacute; a divis&atilde;o com outros grupos e principalmente com a m&iacute;dia, a grande formadora de opini&atilde;o.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Nota-se um aumento no n&uacute;mero de criminalidade, prostitui&ccedil;&atilde;o, paralelo a esse crescimento existe tamb&eacute;m fam&iacute;lias sem estrutura, o senhor acha que a falta de uma forma&ccedil;&atilde;o fam&iacute;lia influencia no destino de uma sociedade?</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Completamente. A voz do padre em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; comunidade ainda &eacute; forte, como a voz do Bispo, do agente de pastoral, mas a voz do pai, da m&atilde;e, a presen&ccedil;a da fam&iacute;lia &eacute; fundamental. A crian&ccedil;a que cresce com orienta&ccedil;&atilde;o de bons pais ser&aacute; diferente. Os maiores infratores, as pessoas que mais promovem a viol&ecirc;ncia, n&atilde;o 100%, vem de fam&iacute;lias desestruturadas, sem uma boa forma&ccedil;&atilde;o, sem uma educa&ccedil;&atilde;o religiosa, crist&atilde;, &eacute;tica, crist&atilde; no seu lar.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Portal O Povo: Uma mensagem para o povo picoense..</strong></div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify"><strong>Padre Greg&oacute;rio:</strong> Que a alegria da ressurrei&ccedil;&atilde;o de Cristo continue, &ldquo;Ele &eacute; o caminho, a verdade e a vida&rdquo; e &eacute; o nosso orientador. Que o manto de Nossa Senhora se estenda sobre o povo picoense para proteg&ecirc;-lo. Eu encontro uma cidade marcada por tanta viol&ecirc;ncia, marcada pelos assaltos, pela inseguran&ccedil;a e eu fa&ccedil;o votos que esse quadro mude. Aos poucos as mudan&ccedil;as v&ecirc;m acontecendo. Fa&ccedil;o votos de que n&oacute;s tenhamos seguran&ccedil;a, tranq&uuml;ilidade para ir e vir, sentar nas cal&ccedil;adas, poder visitar seus vizinhos, que as crian&ccedil;as possam ir para as escolas e os pais ficarem tranq&uuml;ilos. Ainda sonho com uma Picos como era antes, onde as pessoas podiam sair de casa com alegria e voltar satisfeitas. Aproveito para emitir meus sinceros agradecimento, aos meios de comunica&ccedil;&atilde;o que est&atilde;o me ajudando a levar essa mensagem, agrade&ccedil;o a Dom Pl&iacute;nio que est&aacute; sempre me orientando, guiando pelo caminho certo e aos nossos fieis.</div>
DUDU
15/09/2010 -21:20:

QUIBOM

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15/09/2010 -21:20:

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