Os próprios policiais formados não sabem o que está acontecendo. Alguns deles argumentam que as nomeações
<div align="justify">Os municípios que compõem a Grande Teresina tiveram um dos finais de semana mais violentos dos últimos anos. Além dos costumeiros assaltos, foram registrados assassinatos, mortes por acidentes de trânsito, dentre outros. Enquanto a violência campeia a Polícia Militar do Estado se dá ao luxo de manter 429 policiais fazendo serviços burocráticos nos quartéis, sem levá-los para a rua para combater a criminalidade. Esse PMs são os que passaram no concurso público recentemente, fizeram o curso de policial, mas ainda não foram nomeados pelo comandante geral, Coronel Francisco Prado.</div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify">Os próprios policiais formados não sabem o que está acontecendo. Alguns deles argumentam que as nomeações de todos eles foram publicadas no Diário Oficial do Estado(DOE) no dia 17 de abril e desde o dia 21 do mesmo mês, o Dia do Policial, eles estão aptos a serem encaminhados aos quartéis, mas nunca foram.</div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify">O pior é que além da PM abrir mão deste contingente, os recém-formados passam o dia inteiro no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças(CFAP), sem nada fazer. "Mas apesar de não sermos colocados no policiamento de rua ainda não temos o direito a nenhuma folga. Estamos há mais de dois meses sem folga só trabalhando direito.</div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify">De segunda a sexta-feira eles ficam no CFAP e aos sábados, feriados e domingos vão para os quartéis reforçar o policiamento, mas também passam o tempo sem nada para fazer porque na maioria dos casos, não há arma suficiente para todos. “Agora mesmo estamos em alerta por causa das enchentes", diz um policial que pediu para não ter o nome revelado temendo ser perseguido no quartel.</div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify">A principal reclamação dos novos PMs é porque enquanto eles não forem disponibilizados para o trabalho nos quartéis vão continuar recebendo apenas uma bolsa de estudos no valor de R$ 503,00, que com o desconto cai para R$ 448,00. "Se fôssemos colocados na folha o nosso soldo pularia para mais de R$ 1 mil o que seria o dobro do que recebemos hoje", diz o policial.</div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify">Segundo ele, dos 429 policiais formados, 300 são para Teresina e os 129 para serem distribuídos no interior do Estado. No Quartel do Comando Geral(QCG) a história que os policiais sabem é que os novos PMs somente serão nomeados depois que a Justiça resolver o caso de 37 deles cujos processos estão sub-judici. "Mas ninguém sabe quando a Justiça vai decidir esta questão, e se demorar mais de ano", indaga. </div>
<div align="justify">
<p>Além da questão de segurança do Estado a não nomeação dos novos PMs passa a ser uma questão econômica e outra social. Econômica, porque o Estado investiu muito no concurso e na formação destes policiais para que eles agora fiquem sem nada para fazer. Só o curso de formação demorou mais de um ano, e social porque deles são arrimos de família, fizeram o concurso, para dá uma vida melhor às mães e alguns até deixaram os seus empregos temporários na esperança de logo serem colocados na folha, mas como até agora isto não aconteceu. Por telefone a equipe de reportagem do DP tentou falar com a Assessoria da PM, mas não foi possível.</p>
<p>Diário do Povo</p>
</div>