Um verdadeiro circo. Essa é a frase que melhor expressa o episódio da semana, na “Casa de Rui Barbosa”.
<div align="justify">Um verdadeiro circo. Essa é a frase que melhor expressa o episódio da semana, na “Casa de Rui Barbosa”. Um bate-boca entre o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) provocou quinta-feira (6) a suspensão da sessão do Senado para que os ânimos se acalmassem.</div>
<p align="justify">Calheiros e Tasso discutiram após o peemedebista ler a representação de seu partido contra o senador Arthur Virgílio (AM). Tasso se irritou e o bate-boca começou: “Não aponte esse dedo sujo para cima de mim”, disse Tasso. “O dedo sujo infelizmente é o de vossa excelência. O dedo dos jatinhos que o Senado pagou”, rebateu Calheiros. “Pelo menos, era com meu dinheiro. O jato é meu. Não é o que o senhor anda, o de seus empreiteiros”, respondeu Tasso. Na sequência, Calheiros teria, segundo senadores e um assessor, xingado Tasso fora do microfone, o chamando de "coronel de merda". </p>
<p align="justify">Com um quadro desses, pintado em rápidas pinceladas, o que se poderia esperar de bom a não ser desgraças, amigo? A verdade é que muitos que ali estão, são na verdade coronéis, políticos que controlam o Brasil, são a forma mais explícita de controle social e de perpetuação da desigualdade social no país.</p>
<p align="justify">Enquanto isso assistimos calados e sempre esperando esses homens que lá estão, soluções, e uma guinada política rumo à erradicação da pobreza e uma decisão corajosa, que pode mudar a vida de milhões de pessoas.</p>
<p align="justify">Acho que JK quando teve a idéia de construir Brasília não imaginava que aquela cidade iria virar o que virou, um antro de pessoas mal intencionadas, de baixo caráter e de idoneidade duvidosa, pessoas que não se importam de fazer a coisa errada, desde que isso não afete a si próprio, familiares e financiadores de campanha.</p>
<p align="justify">São bilhões e mais bilhões de reais arrecadados em impostos todos os anos e pra onde vai esse dinheiro sendo que falta tudo, desde a moradia até a segurança publica?</p>
<p align="justify">Mesmo assistindo cada capitulo dessa novela sem fim. Para aumentar as nossas desgraças, alguns continuam vendendo seu voto, em troca de uns reais ou mesmo um prato de comida. Os corruptos sustentam a miséria, e a miséria sustenta os corruptos, é só pegar a demografia eleitoral e conferir aonde eles foram eleitos - não foram os eleitores que realmente estudam, se informam e sabem o que o país precisa. Os políticos(salve raras exceções) após eleitos fazem o que querem e o povo como não sabe votar e nem reclamar, fica assim, se lamentando. Seria como você me perguntar quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha.</p>
<p align="justify">Falta coragem para encarar os problemas e enfrentá-los? Falta debater e cobrar? Buscar e reivindicar seus direitos? Muitas são as indagações. Dói saber que não somos os grandes personagens que conjeturávamos ser. Que somos meros coadjuvantes sem importância, tanto para a Justiça como para a política. O certo é que, se pararmos de cometer sempre os mesmos erros e escolhermos a Educação (o estudo) e o trabalho, um grande futuro será possível.</p>
<p align="justify">Como forma de fugir desses organismos unicelulares, procariontes, que podem ser encontrados na forma isolada ou em colônias e pertencem ao Reino do Onde Tudo é Possível. São microorganismos constituídos por uma célula, sem núcleo. Bactérias que só podem ser combatidas, através do seu voto.</p>
<p align="justify">Foi bom inclusive ter falado nisso… pois Louis Pasteur, em seu leito de morte, disse: "O vírus não é nada, o terreno é tudo". Com isso ele estava explicando que os vírus só se multiplicam sem controle.</p>
<p align="justify">Enfim, no fundo somos todos palhaços, participando direta ou indiretamente desse espetáculo circense. Só que a maioria de nós não assume. E é também paradoxal, mas para ser um verdadeiro palhaço é preciso, antes de tudo, despir-se de todas as nossas MÁSCARAS e armaduras sociais. Somente quando estamos limpos, podemos ser suficientemente verdadeiros CLOWN. </p>
<p align="justify">E como escreveu Guimarães Rosa certa vez, “pãos ou pães, é questão de opiniães”.</p>
<p align="justify">Pois bem, a casa senatorial – formada pelos “augustos e digníssimos senhores representantes da Nação”, a cada dia mais estou enojado com a política da maneira que vem sendo praticada e como diria Rui Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".</p>
<p align="justify">Enquanto isso, vou me preparando. Sempre, claro, com um livro embaixo do braço. </p>
<div><strong>Wallysson Bernardes</strong></div>
<div><strong>Editor-chefe do Jornal e Portal O Povo</strong></div>
<div><strong>Historiador formado, cursando pós-graduação</strong></div>
<div><strong>Acadêmico de Jornalismo e assessor de imprensa</strong></div>
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