<p align="justify">Osvaldo Boaventura Costa, Arquiteto e Urbanista, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal O Povo. O arquiteto que prefere evitar as formalidades nos falou sobre suas expectativas e objetivos, sobre o papel do arquiteto no desenvolvimento de um projeto e sobre a aplicação, quando é que o arquiteto passa a se preocupar com comunicação visual, com planejamento, até chegar ao “projeto executivo”, enfatizando a necessidade de estreitar o relacionamento entre o cliente, visando transformar os esforços individuais de cada projeto em esforços coletivos e ás exigências do mercado de trabalho. <br />
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Formado na Universidade da Bahia - graduação de 1998, já realizou trabalhos no Piauí e na Bahia de grande relevância tais com: Clínica Santa Maria (Dra. Carminha e Dr. Geraldo), Av. Nossa.Senhora de Fátima, Picos /PI; Unimed Picos, Praça Felix Pacheco, Picos/PI; Residência Manoel Messias, condomínio Veredas Piatã, Salvador /BA e Fonseca Maia Advocacia, Rua Tibério Nunes, Teresina/PI. <br />
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A entrevista descortina o jeito de viver e de trabalhar deste Picoense de 30 anos. A edição especial apresenta depoimentos de Osvaldo, mostrando outras visões sobre sua personalidade e sua obra eclética e com referências às raízes da construção brasileira. Na entrevista a seguir o arquiteto fala sobre a profissão. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Como foi sua formação? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Considero minha passagem pela UFBA de grande valia, tanto a nível acadêmico, técnico, como principalmente pessoal e humanístico. Lá aprendi a buscar crescer como arquiteto e cidadão a cada dia, numa tentativa de contribuir de forma positiva, para a melhoria da qualidade de vida dos meios urbanos e rurais a nossa volta. E quem sabe no futuro em uma escala maior. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> O tipo de formação que recebeu na universidade, corresponde ás exigências do mercado de trabalho? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Não. O meio acadêmico ensina muito pouco sobre o mercado de trabalho. Sem desmerecer o lado profissionalizante, mas a meu ver, o papel mais importante das universidades é formar cidadãos, pois ao formar cidadãos, esses serão com toda certeza, bons profissionais. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Quando é que o arquiteto passa a se preocupar com comunicação visual, com planejamento, até chegar ao “projeto executivo?” <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> O processo de criação é muito pessoal, e varia de arquiteto para arquiteto. A meu ver ele é um processo holístico, dinâmico e caótico. Caótico, no sentido de que a idéia (o conceito), pode partir tanto da comunicação visual, quando do entorno em que está inserido. Não existe uma ordem de funcionamento dos processos de criação. Quanto ao planejamento, ele está inserido em todas as fases do projeto. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Na nossa cidade muitas casas são de grande vulgaridade e as pessoas não se apercebem disso. A maior parte dessas pessoas não faz idéia de que poderia viver muito melhor, gastando o mesmo dinheiro? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Infelizmente o nível cultural de nossa cidade é muito baixo. Fato esse que está mudando cada dia mais rápido, na era da informação, da televisão e da internet. Existe uma crença na cidade de que o arquiteto é para pessoas de grande poder aquisitivo, o que não é verdade e buscam economizar justamente com o projeto, com o planejamento. Economia essa, que acaba saindo mais caro, pois além de criar edificações de baixo valor estético, têm problemas de salubridade, tais como: falta de iluminação e ventilação adequadas, problemas de funcionamento, dimensionamento e conforto térmico. Acabando por gerar uma arquitetura doente. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Os seus trabalhos seguem algum estilo? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> É um pouco complexo classificar um estilo arquitetônico. Mas se eu tiver que classificar o meu trabalho, eu diria que ele é orgânico, holístico e contemporâneo. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> No caso daquelas pessoas “com gosto oposto ao seu”, como você faz para implantar sua filosofia de trabalho? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Um bom trabalho de arquitetura, é aquele que consegue atender e refletir as necessidades do cliente. O projeto é a materialização da fusão do olhar do arquiteto com os desejos de seu cliente. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Dentro do ramo da arquitetura e paisagismo, qual a sua especialidade? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Trabalho como urbanista, arquiteto, paisagista, arquiteto de interiores, artista e cidadão. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> O que estimula a sua criatividade? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> Um passeio pela natureza. Fonte infinita de inspiração, contemplação... <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Qual o local mais feio da cidade, na sua opinião? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> O lixão a céu aberto, que foi locado de maneira errônea, estúpida e sem nenhum planejamento, em uma das paisagens mais bonitas da proximidade urbana. O vale da águia. <br />
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<strong>Wallysson Bernardes –</strong> Qual seu conceito de beleza? <br />
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<strong>Osvaldo Costa –</strong> O conceito de beleza é uma noção muito pessoal e cultural. Na minha percepção, beleza é tudo aquilo que agrada o inconsciente coletivo das pessoas de forma equilibrada e harmônica.</p>