Geral
MISÉRIA
O outro lado do Natal
Todos os anos quando chega o mês de dezembro, inúmeras famílias pobres do Piauí e outros estados se deslocam até Picos, acomodando-se em barracos sob a ponte do Rio Guaribas
Lana Krisna - 24/12/2009

<p align="justify">Lojas cheias, mercado aquecido, com&eacute;rcio lucrando e pessoas consumindo. Essa &eacute; a cara do Natal em Picos. O que muita gente n&atilde;o conhece &eacute; o outro lado do natal, o lado das pessoas que vivem &agrave; margem da sociedade em plena mis&eacute;ria.</p> <p align="justify">Todos os anos quando chega o m&ecirc;s de dezembro, in&uacute;meras fam&iacute;lias pobres do Piau&iacute; e outros estados se deslocam at&eacute; Picos, acomodando-se em barracos sob a ponte do Rio Guaribas onde &eacute; realizada a missa de Natal na manh&atilde; do dia 25 de dezembro. Esse ano uma ordem p&uacute;blica determinou que as fam&iacute;lias se retirassem do local, alegando que o espa&ccedil;o estava se tornando ponto de drogas e prostitui&ccedil;&atilde;o.</p> <p align="justify">Mesmo assim algumas permaneceram no local, o n&uacute;mero de resistentes n&atilde;o passa de 15 pessoas, entre adultos e crian&ccedil;as. Eles se acomodam em pequenos barracos de lona e papel&atilde;o, pedem &aacute;gua na vizinhan&ccedil;a e cozinham ali mesmo. Alguns ficam a merc&ecirc; de doa&ccedil;&otilde;es, outros s&atilde;o artes&otilde;es que aproveitam a &eacute;poca para vender suas pe&ccedil;as, mas em algo s&atilde;o parecidos, na pobreza.</p> <p align="justify">Esse ano poucas fam&iacute;lias aguardaram a missa de natal, onde &eacute; servido um caf&eacute; da manh&atilde;, al&eacute;m da distribui&ccedil;&atilde;o de presentes e cestas b&aacute;sicas. Entre essas fam&iacute;lias, a senhora Maria de F&aacute;tima, de 29 anos e suas duas filhas, uma de 11 e a outra com 2 anos e um m&ecirc;s.</p> <p align="justify">&Eacute; a terceira vez que Maria de F&aacute;tima vem para Picos, ela &eacute; natural de Timon - MA, vive da confec&ccedil;&atilde;o e vendas de pe&ccedil;as de gesso, assim como o restante da sua fam&iacute;lia. Seus familiares j&aacute; voltaram para o maranh&atilde;o, mas ela permaneceu com o intuito de vender mais algumas pe&ccedil;as. A sua filha mais velha j&aacute; tem habilidade no trabalho, mas a m&atilde;e n&atilde;o permite que a mesma ajude, &ldquo;acho ela muito novinha para trabalhar&rdquo;, afirma.</p> <p align="justify">F&aacute;tima trabalha com a cria&ccedil;&atilde;o de vasos, anjos, colunas e cofres em gesso, e confessa que muitas pessoas os confundem com prostitutas e usu&aacute;rios de drogas. &ldquo;Eu sou uma pessoa pobre, mas trabalho&rdquo;, afirma.</p> <p align="justify">Embaixo da ponte, pessoas com as mais distintas origens se encontram. Paulo Henrique de 31 anos &eacute; uma dessas pessoas, natural de M&atilde;e do Rio- PA, viajou para a cidade de Barbalha- CE, onde registraria uma filha de 3 anos e 8 meses, que segundo ele, est&aacute; sem estudar ou participar de programas sociais pela falta de registro de nascimento. Antes de registrar a filha foi assaltado, ficando sem todos os documentos, roupas e as formas que utilizava para fazer as pe&ccedil;as em gesso. Agora est&aacute; de passagem por Picos tentando ganhar dinheiro para voltar para a sua cidade natal.</p> <p align="justify">Paulo Henrique diz que em algumas cidades por onde passa as pessoas o reconhecem como artista de rua, em outros lugares j&aacute; &eacute; visto como um marginal.</p> <div align="justify">Ap&oacute;s o Natal algumas fam&iacute;lias seguem para outros rumos, outras retornam para o local de origem com as doa&ccedil;&otilde;es de entidades filantr&oacute;picas, da igreja e de populares.</div>
francisco martins
02/11/2011 -19:30:

DEUS,tenha missericordia deste povo louco que andam por ai distribuindo discordia e semeando avareza.E uma vergonha ver isso!sabendo que o Brasil e um pais que tem potencial,e pode muito bem fazer algo por estas familias,mas eles infelismente estao preocupados com os bolsos deles,olha so que vergonha,os deputados ganham mais de 20 mil por mes pra nao fazer nada e esta gente que nao tem nem um litro de leite pra dar aos seus filhos?entao como e que fica isso?chicoscraper@hotmail.com.

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