ARTIGO
PEQUENA HISTÓRIA DE UM MENINO TRAVESSO
Essa história ocorreu há muito tempo, possivelmente ainda nos longínquos anos 20 do século passado (Século XX). E, assim mais ou menos como uma espécie de anedota, era divertidamente por aí sempre contada muito tempo depois pelo próprio protagonista daquela saudosa e hilariante cena.
Edimar Luz - 29/11/2010

<div align="justify">Certa vez a m&atilde;e de um menino travesso, ao sair de manh&atilde; cedo para lavar roupa no rio que banha a regi&atilde;o, pediu para que o mesmo prestasse muita aten&ccedil;&atilde;o e cuidasse da ninhada de pintos de uma galinha que acabaram de nascer, pois ali nas proximidades daquelas serras e morros onde moravam, existiam muitos gavi&otilde;es e carcar&aacute;s; aves predadoras muito comuns nos campos do Sert&atilde;o. A m&atilde;e avisou tamb&eacute;m para seu filho ati&ccedil;ar o fogo do fog&atilde;o a lenha, e na medida do poss&iacute;vel p&ocirc;r &aacute;gua na panela, e, ainda, que n&atilde;o deixasse queimar o feij&atilde;o. O arroz e a carne do almo&ccedil;o ela faria ao voltar do rio que passava a cerca de tr&ecirc;s quil&ocirc;metros de sua casa. Ali&aacute;s, aquela incumb&ecirc;ncia parecia mais uma forma de castigo para com aquele menino impulsivo cujo pai, desde o alvorecer, &nbsp;estava campeando nas chapadas distantes da regi&atilde;o.</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">Acontece que naturalmente naquela idade juvenil, jovial, aquele menino queria brincar, e, portanto, arquitetou um engra&ccedil;ado e inusitado plano: na tentativa infrut&iacute;fera de salvar os filhotes de galin&aacute;ceo da poss&iacute;vel captura que podiam empreender as aves de rapina, amarrou-os todos juntos pelos p&eacute;s, ajoujados num barbante de caro&aacute;. E por precau&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m colocou bastante &aacute;gua e lenha para cozinhar o feij&atilde;o que estava na panela j&aacute; fumegando sobre as trempes do fog&atilde;o. Na verdade, o pior viria acontecer, pois no descuido do menino que brincava n&atilde;o muito longe dali, um gavi&atilde;o grande, faminto, capturou todos os pintos jungidos e num v&ocirc;o relativamente baixo por sobre as matas e os campos do lugar (talvez em virtude do peso), carregou-os de uma s&oacute; vez em suas garras fortes e pontiagudas. Enquanto, aflito, em v&atilde;o o pobre menino solit&aacute;rio saiu correndo em persegui&ccedil;&atilde;o &agrave;quela imponente ave, que al&ccedil;ou v&ocirc;o e pousou com suas presas num alto e &iacute;ngreme talhado de uma grande serra ali das imedia&ccedil;&otilde;es e desapareceu por entre as colossais e elevadas rochas. Provavelmente ali naqueles altos e compactos rochedos, um lugar de dif&iacute;cil acesso, localizava-se o ninho daquela exterminadora ave de rapina. Ao retornar para sua casa, aquele garoto, desesperado, percebeu que infelizmente tamb&eacute;m o feij&atilde;o j&aacute; havia queimado. Tudo isso inevitavelmente resultaria numa surra de chinelo que mais tarde levaria de sua m&atilde;e; mais ou menos depois do meio-dia, quando, cansada, ela ent&atilde;o chegasse do rio com as roupas lavadas.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Mas, aquele menino conseguiu fugir da persegui&ccedil;&atilde;o e f&uacute;ria moment&acirc;nea de sua m&atilde;e, retornando pra sua casa muitas horas depois, quando ela, sua m&atilde;e, ent&atilde;o, j&aacute; estava de cabe&ccedil;a fria. E, assim, o garoto, esperto, conseguiu escapar e se livrar de uma surra... &nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Essa hist&oacute;ria ocorreu h&aacute; muito tempo, possivelmente ainda nos long&iacute;nquos anos 20 do s&eacute;culo passado (S&eacute;culo XX). E, assim mais ou menos como uma esp&eacute;cie de anedota, era divertidamente por a&iacute; sempre contada muito tempo depois pelo pr&oacute;prio protagonista daquela saudosa e hilariante cena.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Eu mesmo o ouvi contar esta hist&oacute;ria algumas vezes l&aacute; pela segunda metade da d&eacute;cada de 70, quando ele, em idade j&aacute; avan&ccedil;ada, ainda costumava andar e contar hist&oacute;rias aqui pela nossa regi&atilde;o.</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;&nbsp; &nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;</div> <div align="justify">Por&eacute;m, o certo &eacute; que ningu&eacute;m jamais soube se realmente esse fato antigo aconteceu. Mas, o velho contador de anedotas e de hist&oacute;rias engra&ccedil;adas afirmava que era mesmo verdade, dizendo que com ele aquilo havia mesmo acontecido. Quem sabe...&nbsp;</div>
Viviane Nascimento
14/03/2011 -12:18:

Gosto muito dos artigos e das poesias do escritor, poeta, professor e sociólogo Edimar Luz. Adoro ler as poesias e os artigos dele, que escreve muito bem. Ele é realmente um grande escritor e poeta.

Paulo Marcos
16/02/2011 -10:29:

Conto muito legal se se ler. Isso é folclore, minha gente! parabéns, escritor Edimar Luz

Edimar Luz
20/12/2010 -11:49:

CONT. É verdade mesmo, o meu pai, João Evêncio, e o seu pai, tio Raimundo Evêncio, costumavam contar essa anedota, entre tantas outras...

Edimar Luz
20/12/2010 -11:46:

Doutor Neto, meu primo, muito obrigado pelos seus elogiosos e profícuos comentários pertinentes às minhas matérias (crônicas e poesias)publicadas nos portais da nossa cidade de Picos. Sinto-me lisonjeado por tamanha gratidão... Amabas as formas, Estória (como esta do menino travesso) ou História, costuma-se utlilizar, mas de acordo com a grafia correta e culta se usa mais História com H, que é, na realidade, a forma mais correta. Um abraço! Edimar Luz

Joaquim evêncio Neto
08/12/2010 -18:28:

Parabéns Professor Edimar, Que bom relembrar essa Estória ou quem sabe essa História. Eu também ouvi essa "anedota" várias vezes, sempre contada do mesmo jeito, seja pelo meu pai (Raimundo Evêncio) ou pelo meu tio João evencio (seu pai) e agora por você. Abraços e boa sorte Joaquim Evêncio Recife-Pe

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