Edimar Luz, Escritor/cronista, poeta, professor e sociólogo formado em Recife. - 12/09/2011
<p align="justify">São tantas lembranças através dos tempos, que a mente da gente parece até uma imensa fita retroprojetora gravada no decurso da vida. São privilégios da memória humana.</p>
<p align="justify">Não poderia deixar de falar do nosso glorioso time de futebol infanto-juvenil do Bairro Ipueiras dos anos 70, fundado inicialmente com o nome de Santos Futebol Clube do Bairro Ipueiras, do qual eu ainda garoto e sempre torcedor do Palmeiras (SP), fazia parte como jogador e um dos seus fundadores, quando realizamos jogos inesquecíveis no nosso bairro (Baixio/ Ipueiras) e na maioria dos bairros e localidades da região de Picos. Aquele era realmente um time magnífico, como também era extraordinário o célebre time de vôlei adulto de Ipueiras, também conhecido como Time do Corró (por ser este o apelido de um dos seus componentes e fundadores), que, na verdade, por ser muito forte, conquistou merecidamente quase todos os campeonatos ou torneios que disputou naquela época em todas as quadras existentes em Picos, como quadras do 3º BEC (Vila dos Oficiais e Vila dos Sargentos), AABB, Picoense Clube, Aerolândia, Bairro Ipueiras e outras. Por isso, certa vez foi apelidado de “O Papa Taças”, por uma universitária goiana e integrante do Projeto Rondon, que assistia a um jogo que estava sendo disputado na quadra do Campus Avançado, no Bairro Junco. Aquele grande time realmente marcou época na história do vôlei picoense. E nós quando garotos, mais ou menos naquela mesma época, costumávamos, às vezes, ir torcer para aquele grande e inesquecível time do Corró Esporte Clube, nos torneios e amistosos que eram realizados nas referidas quadras picoenses.</p>
<p align="justify">Vale ressaltar também aquela decisão final em uma manhã de domingo do ano de 1976, contra o outro time de vôlei do Bairro Ipueiras, o Beira-Rio, também finalista e grande rival. Aquele foi o único jogo oficial de que participei do time de vôlei do Corró Esporte Clube, cujo elenco titular era formado pelos seguintes jogadores: Antônio Baldoíno (Corró), Antônio Reinel, Filandro Portela, José Claro (Zé de Isabel) e os meus tios Luís e Marcelino Evêncio. Ganhamos aquele torneio do Bairro Ipueiras, do qual participaram várias equipes picoenses, e eu que era o jogador mais jovem (ainda adolescente) do time naquele jogo, fiquei com a pequena mas valiosa taça/troféu, o que muito me honrou, pois, na realidade, mesmo treinando juntos em várias ocasiões então mais recentes, eu não fazia parte do time; apenas joguei ocasionalmente naquele dia, a pedido dos próprios jogadores no final do primeiro set, em conseqüência da ausência de um dos seus titulares: o meu primo José Evêncio (Dudeca) que então já estudava no Recife). E ali substituí ao meu primo José Rivaldo (Zé de Quinco), que jogara apenas o primeiro set da partida. Ganhamos o segundo e o terceiro set e fomos campeões, numa virada espetacular. Cumpre ressaltar que o time adversário havia vencido o primeiro set da partida. Fizeram parte daquele time do Corró em algumas outras ocasiões, também os jogadores Hélio, José Nilson, Monteiro e Tarcísio.</p>
<p align="justify">Anos mais tarde, eu servindo ao Exército, fui convocado e então tive que integrar o time de vôlei do 3º BEC, em um torneio que estava sendo disputado na quadra do Picoense Clube, onde os jogos eram realizados sempre à noite. Mesmo sendo também uma participação meteórica, valeu a pena jogar também no time de vôlei do 3º BEC, pois foi muito bom também servir à Pátria como cidadão brasileiro durante um ano no nosso Batalhão. Meu esporte preferido, porém, sempre foi o futebol.</p>
<p align="justify">Em última instância, quero aqui ressaltar que os treinos do vôlei da Ipueiras, especialmente do time do Corró, era realizado no campo/quadra do meu tio Marcelino Evêncio, na Avenida Joaquim Evêncio (meu avô), ao lado de sua casa, num local bastante agradável e apropriado para a prática desse esporte. Ali, nos fins de tarde da década de 70, depois do trabalho na agropecuária e estudo, a gente sempre se reunia e treinava. E eram jogos treinos, mas sempre contava pontos. Era muito bom. Velhos tempos que a gente nunca esquece. Já os treinos do nosso time de futebol eram realizados nos campos do Baixio da Ipueiras e nas areias do rio Guaribas, também no Baixio; e anteriormente em alguns terreiros, como os de Quincas de Manoel Evêncio e Chico de Manuel Evêncio (primos do meu pai) Além dos jogos, o terreiro da casa de Chico de Manoel Evêncio era utilizado para as animadas festas de quadrilhas juninas, sendo as melhores e as mais famosas do lugar as realizadas lá naquele terreiro, durante o período das festas juninas. Ali era bom demais! Os meus primos, as minhas primas e o meu saudoso mano Edivaldo sempre participavam das quadrilhas juninas na casa do senhor Chico de Manoel Evêncio, onde era grande o público que sempre ia assistir. Eu gostava muito de ir pra lá, assistir. Velhos tempos. Que saudade...</p>
<div align="justify">Edimar Luz é escritor/cronista, poeta, professor e sociólogo formado em Recife.</div>
<div align="justify">Picos, 17 de novembro de 1995.</div>
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<div align="justify"><strong> </strong>Picos, 17 de novembro de 1995.</div>
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