SIMEPI, CRM-PI e ASPIMED enviam nota de esclarecimento frente ao discurso do Governo do Estado
A nota divulgada na imprensa pelo Governo do Estado exalta um reajuste salarial de 61,81% para os médicos nos últimos dois anos.
<p><strong>
<div align="justify"> </div>
</strong></p>
<p align="justify"><span>Após o primeiro dia de paralisação da categoria médica ligada ao Estado e ao município de Teresina, reações por parte dos gestores já puderam ser observadas. Uma mais coerente e outra de certa forma equivocada. </span></p>
<p align="justify">Por outro lado, o Governo do Estado, teve uma atitude bem menos diferente. Lançando mão de recursos públicos para a veiculação de uma publicidade bastante onerosa publicada nos jornais desta terça-feira (6), apenas para diminuir a luta da categoria médica por uma saúde pública de qualidade, o Governo do Estado apenas demonstra que, ao contrário do que alega, tem dinheiro, contudo não sabe ou não se importa de como melhor empregá-lo, já que ter aberto um canal de comunicação com a categoria seria bem mais adequado.</p>
<div align="justify">A nota divulgada na imprensa pelo Governo do Estado exalta um reajuste salarial de 61,81% para os médicos nos últimos dois anos. O número isolado até parece grande coisa, mas quando posto ao lado do valor para base de cálculo não chega a atender às <font color="#333333">necessidades mínimas para o exercício da profissão de forma plena. </font></div>
<p align="justify">Até janeiro de 2010, os médicos veiculados ao Estado tinham um salário inicial para 20h, no valor de R$ 1.010,00. Com o aumento dado, após a campanha salarial e várias tentativas de negociação, esse vencimento passou para R$1.537,85 e hoje, dois anos depois, <span>é de R$ 2.960,00. </span></p>
<p align="justify">Além disso, esse “reajuste salarial” no contracheque é apenas virtual, porque na prática representa apenas a incorporação das gratificações e da produtividade, que os médicos já recebiam, mas que não era incorporado ao vencimento e, portanto, não fazia parte para a base de cálculo da aposentadoria dos médicos. Deixando, dessa forma, os médicos que se aposentavam ou adoeciam desamparados, com vencimentos bastante reduzidos. Essa incorporação das gratificações ao salário foi negociada ainda na gestão do ex-governador Wellington Dias.</p>
<div align="justify">É fato que o Governo concedeu um aumento salarial de 7,1% para a categoria médica no mês de janeiro, mas é igualmente verdade que esse valor não é um benefício a mais, pois é apenas a correção da inflação acumulada em mais de 13 meses prevista para vigorar a partir de junho de 2011 e que foi dada a todos os <font color="#333333">servidores estaduais, exceto aos médicos que só receberam esse repassado neste ano de 2012. Ou seja, o que o Estado alega ser reajuste foi apenas o cumprimento de um direito de todos os servidores e não reposição salarial específica para a categoria médica como tenta fazer parecer.</font></div>
<p align="justify">Mesmo o Governo afirmando que tem investido bastante na área da saúde, pouco se tem visto na realidade e o que encontramos são apenas hospitais sucateados, falta de equipamento e reformas intermináveis que só prejudicam o atendimento à população e causa graves transtornos a todos que trabalham com a saúde ou dependem dela.</p>
<p align="justify">No início do mês, foi lançada a Campanha da Fraternidade 2012 que tem a saúde como tema central face à situação caótica e preocupante em que a saúde se encontra. Não é a toa que, atualmente, não só a categoria médica reivindica melhores condições de trabalho e mais dignidade para a área da saúde no Estado, o que falta é o reconhecimento da situação com mais seriedade por parte do Governo.</p>
<div align="justify"><br />
Ascom</div>
<div align="justify"> </div>