Geral
ECOLOGIA
Para presidente da Embrapa, Código Florestal terá que ser revisto em cinco anos
Na sua opinião, é difícil construir uma legislação nacional para uma questão que guarda tantas especificidades.
Agência Brasil - 16/03/2012

<div align="justify"> <p>Mesmo com o texto do novo C&oacute;digo Florestal em tramita&ccedil;&atilde;o no Congresso Nacional e sob a amea&ccedil;a de ter a vota&ccedil;&atilde;o adiada para depois da Rio+20 - a Confer&ecirc;ncia das Na&ccedil;&otilde;es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent&aacute;vel -, em junho, o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&aacute;ria (Embrapa), Pedro Arraes, acredita que, ainda que o Legislativo chegue a um consenso, o texto ter&aacute; que ser revisto em cinco anos.</p> <p>Para Arraes, o novo c&oacute;digo representa um avan&ccedil;o sobre o tema e precisa ser aprovado, mas est&aacute; prejudicado por quest&otilde;es pol&iacute;ticas e ideol&oacute;gicas. Esses componentes, segundo ele, podem expor a necessidade de ajustes.</p> </div> <div align="justify"> <p>A Embrapa foi uma das institui&ccedil;&otilde;es que subsidiaram o debate no Legislativo, apresentando resultados de estudos t&eacute;cnicos e cient&iacute;ficos e, segundo Arraes, tamb&eacute;m sobre pontos que exigem &ldquo;bom-senso&rdquo;.</p> <p>&ldquo;H&aacute; um item, por exemplo, que diz que o produtor pode tirar 20 metros c&uacute;bicos [de madeira] por hectare por ano para seu consumo. Se &eacute; 20, 5 ou 10 [metros c&uacute;bicos], isso &eacute; uma decis&atilde;o pol&iacute;tica e pr&aacute;tica. Voc&ecirc; acha que algu&eacute;m vai controlar o produtor que tira a madeira para cozinhar para os filhos dele? Ele vai ter que pedir autoriza&ccedil;&atilde;o para o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov&aacute;veis]? Cria-se uma lei e como vai ser aplicada? Em um pa&iacute;s desse tamanho, com essa diversidade?&rdquo;, indagou o presidente da Embrapa.</p> </div> <div align="justify"> <p>Al&eacute;m das regras que podem ficar comprometidas pela incapacidade de fiscaliza&ccedil;&atilde;o de todo o territ&oacute;rio nacional, Arraes tamb&eacute;m alerta sobre as diversas realidades produtivas que existem no pa&iacute;s. Na sua opini&atilde;o, &eacute; dif&iacute;cil construir uma legisla&ccedil;&atilde;o nacional para uma quest&atilde;o que guarda tantas especificidades.</p> <p>Em algumas regi&otilde;es do Rio Grande do Sul, que v&ecirc;m sofrendo constantemente com a estiagem, por exemplo, os produtores ret&ecirc;m a &aacute;gua dos rios pr&oacute;ximos como uma medida preventiva e de resguardo da produ&ccedil;&atilde;o e renda. &ldquo;Ele n&atilde;o pode reter &aacute;gua porque tira aquele resqu&iacute;cio de mata nas margens, mesmo que diga que vai fazer uma represa e plantar muito mais em volta. Como voc&ecirc; p&otilde;e isso em legisla&ccedil;&atilde;o nacional? Outra quest&atilde;o, no Sul do pa&iacute;s, &eacute; a conveni&ecirc;ncia de plantar ma&ccedil;&atilde;s naquela inclina&ccedil;&atilde;o. Voc&ecirc; vai a Portugal e &eacute; tudo assim h&aacute; mil anos&rdquo;, disse.</p> </div> <div align="justify">A diversidade de biomas tamb&eacute;m foi apontada por Pedro Arraes como uma dificuldade no c&aacute;lculo exato e nacional do que seria o estoque de florestas suficiente para garantir uma agricultura sustent&aacute;vel. Segundo ele, o georreferenciamento por sat&eacute;lite que est&aacute; sendo elaborado pela empresa, mapeando a produ&ccedil;&atilde;o e os tipos de solo do territ&oacute;rio nacional, deve oferecer um cen&aacute;rio mais preciso para balizar pol&iacute;ticas p&uacute;blicas de incentivo por parte do governo.</div>
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