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MIDIA
Professor sugere que parlamentares brasileiros estudem modelo português de regulamentação da mídia
Para Ana Veloso, a comunicação no Brasil precisa de um marco regulatório amplo, democrático, participativo e popular.
Agência Brasil - 23/03/2012

<div align="justify"> <p>O presidente da Entidade Reguladora para a Comunica&ccedil;&atilde;o Social (ERC) de Portugal, Carlos Magno Castanheira, sugeriu hoje (22) que os parlamentares brasileiros estudem o modelo portugu&ecirc;s antes de criar sua legisla&ccedil;&atilde;o para regulamentar a m&iacute;dia. Segundo ele, o modelo portugu&ecirc;s &eacute; &ldquo;simples e eficaz&rdquo; e estimula os ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o a elaborar, atualizar e apresentar ao p&uacute;blico uma esp&eacute;cie de estatuto editorial que cada um deve cumprir.</p> <p>Para ele, o estatuto tem de respeitar a legisla&ccedil;&atilde;o nacional e refletir o atual momento tecnol&oacute;gico, sem abrir m&atilde;o de valores cl&aacute;ssicos da imprensa, como a busca da objetividade na presta&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es ao p&uacute;blico.</p> </div> <div align="justify"> <p>De acordo com Castanheira, regular a m&iacute;dia &eacute; a coisa mais normal que existe em uma sociedade democr&aacute;tica. A ERC, que est&aacute; em funcionamento h&aacute; cerca de sete anos, defende a liberdade de express&atilde;o e o pluralismo, al&eacute;m de combater a pr&aacute;tica de abusos de ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o contra os cidad&atilde;os portugueses, disse Castanheira, ao participar do Semin&aacute;rio Internacional sobre a Regula&ccedil;&atilde;o da Comunica&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica, que termina amanh&atilde; (23), na C&acirc;mara dos Deputados.</p> <p>Professor de lingu&iacute;stica, Castanheira lembrou que &ldquo;regular&quot; &eacute; um verbo regular. &quot;Quando usamos a regula&ccedil;&atilde;o, a palavra regular torna-se um adjetivo que quer dizer normal. Em vez de ser uma atividade, passa a ser uma normalidade qualitativa&rdquo;, explicou Castanheira. Para ele, a m&iacute;dia precisa de leis e mecanismos de regula&ccedil;&atilde;o. A falta de marcos legais e institucionais &eacute; como o tr&acirc;nsito sem regras, comparou. &ldquo;Se cada um come&ccedil;asse a fazer aquilo que lhe apetece, cumprindo regras como lhe conviesse, provavelmente haveria choques em cadeia.&rdquo;</p> </div> <div align="justify"> <p>A regula&ccedil;&atilde;o dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o poder&aacute; estimular a produ&ccedil;&atilde;o independente e ampliar o mercado audiovisual no Brasil, como ocorre hoje em pa&iacute;ses desenvolvidos, ressaltou Rodrigo Santos, assessor da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Produtoras Independentes de Televis&atilde;o (ABPI-TV), que re&uacute;ne mais de 200 produtoras associadas em todo o pa&iacute;s. A participa&ccedil;&atilde;o da produ&ccedil;&atilde;o independente nos canais de TV aberta &eacute; &quot;insignificante&rdquo; e na TV por assinatura, &ldquo;muito pequena&rdquo;, destacou.</p> <p>Santos citou dados da Ag&ecirc;ncia Nacional de Cinema (Ancine), indicando que o setor movimentou em 2010 cerca de R$ 168 milh&otilde;es em 281 projetos autorizados para capta&ccedil;&atilde;o de financiamento (por meio de incentivo fiscal) e considerou o valor &ldquo;desproporcional&quot; ao desenvolvimento da economia brasileira. Para ele, as grandes emissoras t&ecirc;m medo de perder mercado e audi&ecirc;ncia com a diversifica&ccedil;&atilde;o da programa&ccedil;&atilde;o. Santos acredita, por&eacute;m, que, al&eacute;m do efeito econ&ocirc;mico, a abertura das emissoras para produ&ccedil;&otilde;es independentes trar&aacute; mais conte&uacute;do sobre a diversidade do Brasil na TV. &ldquo;O brasileiro ter&aacute; acesso ao brasileiro&rdquo;, resumiu.</p> </div> <div align="justify"> <p>No semin&aacute;rio, a quest&atilde;o da diversidade foi lembrada tamb&eacute;m pelos que defendem o aumento da participa&ccedil;&atilde;o de mulheres e de negros na produ&ccedil;&atilde;o de TV e na defini&ccedil;&atilde;o de linhas editoriais que incluam na programa&ccedil;&atilde;o a&nbsp;igualdade de g&ecirc;nero e a igualdade racial. Ana Veloso, integrante da Rede Mulher e M&iacute;dia, disse que os ve&iacute;culos de comunica&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica &ldquo;tendem&rdquo; a se preocupar com a imagem das mulheres na programa&ccedil;&atilde;o e defendeu a participa&ccedil;&atilde;o efetiva delas nos conselhos das emissoras &quot;como agente pol&iacute;ticos&rdquo;.</p> <p>Para Ana Veloso, a comunica&ccedil;&atilde;o no Brasil precisa de um marco regulat&oacute;rio amplo, democr&aacute;tico, participativo e popular.</p> </div> <div align="justify">A jornalista Juliana C&eacute;zar Nunes, integrante da Comiss&atilde;o Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), citou dados de 2007, segundo os quais havia naquele per&iacute;odo 6% de apresentadores negros e 0,5% de ind&iacute;genas nos canais de TV p&uacute;blicos. &ldquo;Esses n&uacute;meros precisam ser atualizados&rdquo;, disse ela, sugerindo que os canais p&uacute;blicos realizem censos sobre a participa&ccedil;&atilde;o de pessoas de diferentes etnias na frente e atr&aacute;s das c&acirc;meras.</div>
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