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DUCAÇÃO
Índice de abandono escolar é três vezes maior no 6º ano do ensino fundamental
Índice de abandono escolar é três vezes maior no 6º ano do ensino fundamental
Agência Brasil - 22/05/2012

<div align="justify"> <p>Nas primeiras s&eacute;ries do ensino fundamental (1&deg; ao 5 ano), apenas 1,5% das crian&ccedil;as abandona a escola ao longo do ano letivo. Mas o cen&aacute;rio come&ccedil;a a mudar a partir do 6&deg; ano, quando a taxa de abandono atinge 4,6% dos alunos - tr&ecirc;s vezes mais do que a verificada nos anos iniciais da etapa. As taxas de rendimento escolar, divulgadas na &uacute;ltima semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), revelam que a &ldquo;porta de sa&iacute;da&rdquo; da escola se abre logo no in&iacute;cio do segundo ciclo do ensino fundamental e o problema cresce &agrave; medida que os anos seguem, atingindo um pico no ensino m&eacute;dio.</p> <p>Os dados apontam que o abandono &eacute; um problema quase residual quando a crian&ccedil;a est&aacute; iniciando sua trajet&oacute;ria escolar, com uma taxa que varia entre 1,4% e 1,7% entre o 1&deg; e o 5&deg; ano do ensino fundamental. &Eacute; no segundo ciclo que come&ccedil;a a crescer. O &iacute;ndice mais alto foi registrado no 6&deg; ano (4,6%), caindo para 4,3% no 9&ordm; ano, &uacute;ltima s&eacute;rie da etapa. No ensino m&eacute;dio o problema persiste, com uma taxa m&eacute;dia de abandono de 9,6%. O abandono se caracteriza quando o aluno deixa de frequentar as aulas e &ldquo;perde&rdquo; o ano, diferentemente da evas&atilde;o que ocorre quando ele abandona os estudos e n&atilde;o retorna no ano seguinte.</p> </div> <div align="justify"> <p>Segundo a diretora executiva do Movimento Todos pela Educa&ccedil;&atilde;o, Priscila Cruz, o segundo ciclo do ensino fundamental n&atilde;o &eacute; foco nem das pol&iacute;ticas nem dos pesquisadores que estudam os problemas do sistema escolar brasileiro. Ela avalia que a rotina do aluno passa por uma grande mudan&ccedil;a quando ele entra no 6&deg; ano: mais disciplinas comp&otilde;em o curr&iacute;culo e o conte&uacute;do se torna mais complexo. Por volta dos 12 anos, o jovem passa a conviver com mais professores de diferentes disciplinas, em oposi&ccedil;&atilde;o ao modelo anterior em que apenas um ou dois profissionais cuidavam de todos os conte&uacute;dos. Esses fatores podem explicar o aumento da taxa de abandono.</p> <p>&ldquo;O segundo ciclo do ensino fundamental &eacute; o mais esquecido de toda a pol&iacute;tica educacional, raramente h&aacute; programas para esSa etapa. O foco, em geral, est&aacute; nos primeiros anos do ensino fundamental que tem uma miss&atilde;o muito clara que &eacute; a da alfabetiza&ccedil;&atilde;o. No segundo ciclo, o aluno come&ccedil;a a ter aulas com v&aacute;rios professores e o conte&uacute;do fica mais complexo. Se ele n&atilde;o tiver uma base muito boa se perde nessa nova etapa&rdquo;, avalia.</p> </div> <div align="justify"> <p>A incid&ecirc;ncia maior do abandono no segundo ciclo do ensino fundamental pode estar associada &agrave; reprova&ccedil;&atilde;o &ndash; que come&ccedil;a a crescer a partir do 3&ordm; ano e atinge um pico no 6&deg;. Para o Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o (MEC), as &ldquo;taxas de insucesso&rdquo;, como a de abandono, &ldquo;aumentam em sincronia com o ac&uacute;mulo de fracassos experimentados ao longo da trajet&oacute;ria escolar. Naturalmente, alunos que experimentam sucessivos fracassos tendem a ter mais dificuldades na sua trajet&oacute;ria escolar, que se refletem no desest&iacute;mulo ao longo do ano letivo&rdquo;, respondeu a pasta por meio de nota.</p> <p>Priscila aponta que n&atilde;o s&oacute; as taxas de reprova&ccedil;&atilde;o e abandono s&atilde;o maiores no segundo ciclo do ensino fundamental. Os indicadores de qualidade, como o &Iacute;ndice de Desenvolvimento da Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica (Ideb), tamb&eacute;m registram piores resultados nessa fase. Para ela, isso &eacute; sinal de que as pol&iacute;ticas educacionais deveriam prestar mais aten&ccedil;&atilde;o &agrave;s s&eacute;ries do 6&ordm; ao 9&deg; ano, que coincidem com um per&iacute;odo de mudan&ccedil;a na vida do aluno, dos 11 aos 14 anos de idade.</p> </div> <div align="justify">&ldquo;Na segunda etapa do ensino fundamental, o aluno n&atilde;o &eacute; nem a crian&ccedil;a do primeiro ciclo, que est&aacute; aprendendo a ler, nem o jovem do ensino m&eacute;dio, que est&aacute; se preparando para o mercado de trabalho. Falta uma identidade. Precisamos de projeto que olhe para esse meio porque a trajet&oacute;ria escolar &eacute; cumulativa. &Eacute; preciso cuidar de todas as s&eacute;ries&rdquo;, pondera.</div>
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