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PEC do Trabalho Escravo pode ser votada hoje
Agora, os deputados que defendem a proposta não querem alterações no Código Penal quanto à definição de trabalho análogo à escravidão, como foi sugerido pela bancada ruralista.
Agência Brasil - 22/05/2012

<div align="justify"> <p>Ap&oacute;s ser adiada por duas vezes, a Proposta de Emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o (PEC) do Trabalho Escravo pode ser votada hoje (22). A mat&eacute;ria est&aacute; pronta para vota&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara dos Deputados, mas foi retirada de pauta nas &uacute;ltimas semanas a pedido da bancada ruralista. At&eacute; a semana passada, as diverg&ecirc;ncias eram sobre o conceito de trabalho escravo. Agora, os deputados que defendem a proposta n&atilde;o querem altera&ccedil;&otilde;es no C&oacute;digo Penal quanto &agrave; defini&ccedil;&atilde;o de trabalho an&aacute;logo &agrave; escravid&atilde;o, como foi sugerido pela bancada ruralista.</p> <p>Os parlamentares que s&atilde;o contra a PEC querem uma defini&ccedil;&atilde;o mais precisa sobre a perda da propriedade, se comprovada responsabilidade sobre a manuten&ccedil;&atilde;o de trabalhadores em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o. Os deputados da bancada ruralista consideraram o texto da PEC gen&eacute;rico, pois n&atilde;o detalha com exatid&atilde;o os conceitos de trabalho escravo e trabalho degradante.&nbsp;</p> </div> <div align="justify"> <p>Na semana passada, ap&oacute;s diversos debates sobre o texto, deputados e senadores fecharam um acordo. Quando a C&acirc;mara aprovar o projeto, o Senado deve incluir no texto a regulamenta&ccedil;&atilde;o por meio de projeto de lei complementar (PLC). Esse PLC dever&aacute; detalhar o que caracteriza trabalho escravo, o que &eacute; trabalho degradante e como ser&aacute; feita a puni&ccedil;&atilde;o de quem promove a atividade &ndash; que pode chegar &agrave; expropria&ccedil;&atilde;o dos im&oacute;veis urbanos e rurais daqueles que forem flagrados utilizando esse tipo de m&atilde;o de obra.</p> <p>Na &uacute;ltima sexta-feira (18), o presidente da Frente Parlamentar Agropecu&aacute;ria, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), apresentou o Projeto de Lei 3.842/12, que define trabalho em condi&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo, trabalho for&ccedil;ado ou obrigat&oacute;rio como o servi&ccedil;o exigido de uma pessoa sob amea&ccedil;a, coa&ccedil;&atilde;o ou viol&ecirc;ncia, com restri&ccedil;&atilde;o de locomo&ccedil;&atilde;o e para o qual essa pessoa n&atilde;o tenha se oferecido espontaneamente.</p> </div> <div align="justify"> <p>No entanto, a proposta altera o C&oacute;digo Penal que define como trabalho escravo &ldquo;reduzir algu&eacute;m &agrave; condi&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo, quer submetendo-o a trabalhos for&ccedil;ados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomo&ccedil;&atilde;o em raz&atilde;o de d&iacute;vida contra&iacute;da com o empregador ou preposto&rdquo;.</p> <p>Ainda n&atilde;o h&aacute; acordo para aprova&ccedil;&atilde;o da mat&eacute;ria na noite de hoje. Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Ros&aacute;rio, um projeto de lei pode ser vantajoso, no entanto n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel alterar os dispositivos do C&oacute;digo Penal, que d&atilde;o seguran&ccedil;a jur&iacute;dica sobre o tema. &ldquo;O governo n&atilde;o aceita uma mudan&ccedil;a no C&oacute;digo Penal&rdquo;, disse &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil. A ministra deve comparecer &agrave; C&acirc;mara de manh&atilde; para tentar articular a aprova&ccedil;&atilde;o com outros parlamentares.</p> </div> <div align="justify"> <p>A PEC vai &agrave; vota&ccedil;&atilde;o depois de dez anos tramitando no Congresso. A vota&ccedil;&atilde;o em primeiro turno ocorreu em agosto de 2004. A press&atilde;o em favor do texto &eacute; grande e conta com a participa&ccedil;&atilde;o de organiza&ccedil;&otilde;es n&atilde;o governamentais ligadas &agrave; defesa dos direitos humanos, de centrais sindicais e do pr&oacute;prio governo, que est&atilde;o se mobilizando desde o ano passado para garantir a aprova&ccedil;&atilde;o. Por se tratar de uma proposta de emenda &agrave; Constitui&ccedil;&atilde;o, a mat&eacute;ria precisa de qu&oacute;rum qualificado. Para ser aprovada, a PEC precisa de 308 votos favor&aacute;veis entre os 513 deputados.</p> </div>
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