Nacionais
SECA
Prejuízo com a seca na agricultura ultrapassa os R$ 400 milhões em PE
Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas
Agência Brasil - 24/05/2012

<div align="justify"> <p>Foi decretado estado de emerg&ecirc;ncia em 99 munic&iacute;pios pernambucanos em fun&ccedil;&atilde;o da seca que atinge o estado. Segundo o secret&aacute;rio estadual de Agricultura, Ranilson Ramos, o n&uacute;mero engloba todos os 56 munic&iacute;pios do sert&atilde;o de Pernambuco e 43, das 66 cidades no Agreste.</p> <p>Os agricultores, que respondem por cerca de 6% do Produto Interno Bruto de Pernambuco, j&aacute; contabilizam preju&iacute;zos provocados pela seca na ordem de R$ 411 milh&otilde;es, como perdas de 370 mil toneladas de gr&atilde;os. &ldquo;Esta &eacute; a maior seca dos &uacute;ltimos 50 anos. Tivemos 25% de precipita&ccedil;&atilde;o de chuvas nos &uacute;ltimos seis meses&rdquo;, afirmou o secret&aacute;rio.</p> </div> <div align="justify"> <p>Pelas contas do governo, nos quatro primeiros meses deste ano, o setor pecu&aacute;rio registrou 120% mais sa&iacute;das de animais do estado (bovino, caprino e ovino) do que no mesmo per&iacute;odo do ano passado. &ldquo;Isso significa que estamos perdendo rapidamente nosso rebanho, que chega a 6 milh&otilde;es de animais. Se o rebanho ficar aqui, morre porque n&atilde;o tem &aacute;gua ou pasto&rdquo;, explicou Ramos.</p> <p>Para Marcelo Cau&aacute;s Asfora, presidente da Ag&ecirc;ncia Pernambucana de &Aacute;guas e Clima de Pernambuco (Apac), n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel estimar com precis&atilde;o os preju&iacute;zos. Segundo ele, os impactos na agricultura v&atilde;o afetar outros setores que dependem dos produtos.</p> </div> <div align="justify"> <p>Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para constru&ccedil;&atilde;o de cisternas que v&atilde;o acumular &aacute;guas das pr&oacute;ximas chuvas e armazenar a &aacute;gua que est&aacute; sendo levada por 800 carros-pipas . A Secretaria de Agricultura de Pernambuco tamb&eacute;m informou que autorizou a distribui&ccedil;&atilde;o de sementes de milho para plantio e ra&ccedil;&atilde;o, mas ainda n&atilde;o existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.</p> <p>&ldquo;Existe um conjunto de a&ccedil;&otilde;es para reduzir as perdas mas tem que pensar em a&ccedil;&otilde;es de m&eacute;dio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a regi&atilde;o. Embora n&atilde;o tenha como prever como ser&aacute; a seca deste ano, quem nasce no sert&atilde;o sabe que vai enfrentar o problema&rdquo;, disse Asfora.</p> </div> <div align="justify"> <p>Segundo o presidente da Apac, hoje existem duas obras em andamento que, se estivessem prontas, poderiam resolver o problema de abastecimento de 80 munic&iacute;pios que est&atilde;o em emerg&ecirc;ncia. &ldquo;A Adutora do Page&uacute;, que captaria &aacute;gua do Rio S&atilde;o Francisco, e Adutora do Agreste, que vai atender a 60 munic&iacute;pios do Agreste e outras 70 localidades. Ao longo dos anos se criou um passivo muito grande de investimento nessas &aacute;reas. E, agora, a elimina&ccedil;&atilde;o do racionamento come&ccedil;ou a ser vista como prioridade&rdquo;, disse.</p> <p>Outra iniciativa que pode produzir frutos j&aacute; nesta estiagem &eacute; a amplia&ccedil;&atilde;o do projeto de &aacute;reas de cultivo irrigado no estado. A tecnologia j&aacute; est&aacute; presente em mais da metade do munic&iacute;pio de Petrol&acirc;ndia, onde agricultores familiares, como Jos&eacute; Maur&iacute;cio, que planta feij&atilde;o, milho, mandioca e melancia no munic&iacute;pio, conseguiram garantir a produ&ccedil;&atilde;o.</p> </div> <div align="justify"> <p>&ldquo;No meu caso a produ&ccedil;&atilde;o &eacute; pequena, produzo mais para o consumo da fam&iacute;lia. Mas acabo vendendo alguma coisa para comprar o que n&atilde;o produzo e j&aacute; vendo mais caro. Outros agricultores maiores est&atilde;o vendendo o saco de feij&atilde;o a R$ 400. Em agosto, era R$ 100&rdquo;, disse.</p> <p>Se de um lado, Jos&eacute; Maur&iacute;cio comemora, por outro, lamenta a situa&ccedil;&atilde;o de quem n&atilde;o est&aacute; produzindo e precisa dos produtos para se alimentar e manter os animais. Na pr&oacute;pria cidade de Petrol&acirc;ndia, o cultivo irrigado &eacute; uma realidade de pouco mais de 60% do munic&iacute;pio. &ldquo;Ainda tem muita gente que trabalha na &aacute;rea seca e enfrenta problemas com alimenta&ccedil;&atilde;o de animais e &aacute;gua pot&aacute;vel e tem que buscar [&aacute;gua] distante de onde mora. Em v&aacute;rios assentamentos, esse ano, era para ter plantado em maio e tem oito meses que n&atilde;o chove e, a&iacute;, n&atilde;o tem como plantar&rdquo;, disse o agricultor.</p> </div>
Facebook
Publicidade