HOMENAGEM
Escrever é Viver
Dia 25 de julho, é O Dia do Escritor. E pensei em comemorar a data imaginando que tipo de presente um escritor gostaria de receber.
Douglas Nunes - 25/07/2012

<div align="justify">A&nbsp;uma entrevista com o escritor Ign&aacute;cio de Loyola Brand&atilde;o, sobre qual seria o papel do escritor no Brasil, disse ele: &quot;O papel do escritor no Brasil, ou no mundo, ou na lua &eacute; escrever. Nada mais do que isso: Escrever. O escritor n&atilde;o tem miss&otilde;es, n&atilde;o tem mensagens, n&atilde;o tem fun&ccedil;&otilde;es!&rdquo;</div> <p align="justify">Ign&aacute;cio Loyola de Brand&atilde;o nasceu na cidade de Araraquara &ndash; SP, no dia 31 de julho de 1936.</p> <p align="justify">Confesso que pouco li sobre ele talvez por n&atilde;o existir nenhum livro dele na velha estante de meu pai;&nbsp; Havia na estante volumes de autores modernistas&nbsp; e das v&aacute;rias fases do modernismo; &nbsp;Meu pai possu&iacute;a uma quantidade enorme de livros de v&aacute;rios autores, novos, velhos, nacionais e internacionais. Uma cole&ccedil;&atilde;o completa da Hist&oacute;ria Universal de Cesare Cantu. Posso citar mais alguns:&nbsp; Manoel Bandeira, Mario de Andrade, Machado de Assis, Jos&eacute; de Alencar, e outros de autores internacionais, Edgar Allan Poe, Alexandre Dunas, Miguel de Cervantes, Victor Hugo,&nbsp; J&uacute;lio Verne, Willian Shakespeare,&nbsp; Andrey Korbeluk,&nbsp; Fi&oacute;dor Dostoi&eacute;svski e o seu impec&aacute;vel &ldquo;Os irm&atilde;os Karamazov&rdquo; e muitos outros grandes escritores.&nbsp; Li cada um deles e procurava imit&aacute;-los, escrevendo.&nbsp;&nbsp; Ao ler o livro infanto-juvenil: &ldquo;As Aventuras de Tom Sawyer&rdquo; do escritor norte-americano Mark Twain me aprofundei muito, tendo lido mais de uma vez e foi de tal forma que me achei ser o seu autor;&nbsp; Mas foi com o Romance &ldquo;O Menino de Engenho&rdquo; de Jos&eacute; Lins do Rego que me deparei com a disposi&ccedil;&atilde;o para inventar.</p> <p align="justify">Penso que Ign&aacute;cio de Loyola Brand&atilde;o n&atilde;o quisesse dar no sentido das suas palavras, que o escritor precisa ser o redentor do mundo, o salvador da p&aacute;tria ou o libertador da lua; O escritor n&atilde;o tem a miss&atilde;o de solucionar problemas. O escritor carrega dentro de si todas as aventuras do mundo, todas as poesias, todos os dramas, todas&nbsp; as fic&ccedil;&otilde;es, dando ou n&atilde;o sentido no desenvolvimento daquilo que&nbsp; escreve. O escritor &eacute; o pr&oacute;prio livro aberto... &Eacute; a sua vida mostrada em cada par&aacute;grafo, em cada frase.</p> <p align="justify">Um escritor n&atilde;o precisa cumprir uma fun&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica que escape &agrave; sua insepar&aacute;vel fun&ccedil;&atilde;o de escrever o que bem entenda, embora aconte&ccedil;a com muitos de n&oacute;s precisarmos escrever &quot;em fun&ccedil;&atilde;o&quot; da estrita sobreviv&ecirc;ncia. &nbsp;Muitos, entretanto, escrevem por escrever, sabendo que jamais ser&aacute; reconhecido como escritor.&nbsp; Tal qual o Mestre n&atilde;o foi grato na sua pr&oacute;pria terra, muitos escritores tamb&eacute;m n&atilde;o o ser&atilde;o na sua&nbsp; terra. Ser&aacute; inevitavelmente um permanente desconhecido.</p> <p align="justify">Mas o escritor escreve... &nbsp;Escreve por escrever ou escreve por amor, por dedica&ccedil;&atilde;o, por saber o que fazer. Enfim, mas escreve independente das p&aacute;ginas que ainda lhe falta ser preenchidas... A forma lhe diz tudo no papel, crescendo e acentuando durante o dia ou durante a madrugada, nas suas noites vazias, na solid&atilde;o de sua mente, dando sequ&ecirc;ncia naquilo que espera finalizar.&nbsp; Nessas horas de solid&atilde;o da madrugada o escritor sofrer&aacute; ou gozar&aacute; de cada palavra. O pr&oacute;prio Ign&aacute;cio de Loyola Brand&atilde;o referiu-se com a seguinte frase:&nbsp;&nbsp; &ldquo;Escreve-se para n&atilde;o ser solit&aacute;rio e por amor aos outros; se voc&ecirc; n&atilde;o tiver essa solidariedade, &eacute; bobagem escrever!&rdquo;</p> <p align="justify">Eu n&atilde;o escrevo para sobreviver... A Literatura n&atilde;o me trouxe o sabor da independ&ecirc;ncia financeira. Pelo menos por onde passo, meus escritos de nada me serve. Absolvo isso na condi&ccedil;&atilde;o de voltar a escrever, no prazer de escrever e da distra&ccedil;&atilde;o que isso me causa; da vontade de criar e ver no papel aquilo que imaginei. Sem, contudo, nada prover.</p> <p align="justify">&nbsp;Eu digo que todo o ser humano tem uma miss&atilde;o, uma mensagem e tamb&eacute;m fun&ccedil;&otilde;es para criar, quer seja ing&ecirc;nua ou n&atilde;o.&nbsp; O escritor como qualquer ser humano tem os seus limites. Atrevo-me por isso contrariar o escritor Ign&aacute;cio Loyola de Brand&atilde;o e dizer &ldquo;A miss&atilde;o do escritor &eacute;, sim, ser escritor!&rdquo;</p> <p align="justify">E a mensagem do escritor se confunde com sua fun&ccedil;&atilde;o: ESCREVER &Eacute; VIVER!</p> <p align="justify">Dia 25 de julho, &eacute; O Dia do Escritor. E pensei em comemorar a data imaginando que tipo de presente um escritor gostaria de receber. Talvez um escritor gostasse de receber como presente um livro, dez livros... Ou que ficasse a crit&eacute;rio dele escolher o autor. Talvez gostasse de ganhar um computador onde pudesse redigir suas cartas.</p> <p align="justify">Pensando bem, o grande presente para o escritor continuar&aacute; sendo o mesmo de todos os tempos: OS SEUS LEITORES!</p> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;</div> <div align="justify">&nbsp;&nbsp;</div>
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