Dia 25 de julho, é O Dia do Escritor. E pensei em comemorar a data imaginando que tipo de presente um escritor gostaria de receber.
<div align="justify">A uma entrevista com o escritor Ignácio de Loyola Brandão, sobre qual seria o papel do escritor no Brasil, disse ele: "O papel do escritor no Brasil, ou no mundo, ou na lua é escrever. Nada mais do que isso: Escrever. O escritor não tem missões, não tem mensagens, não tem funções!”</div>
<p align="justify">Ignácio Loyola de Brandão nasceu na cidade de Araraquara – SP, no dia 31 de julho de 1936.</p>
<p align="justify">Confesso que pouco li sobre ele talvez por não existir nenhum livro dele na velha estante de meu pai; Havia na estante volumes de autores modernistas e das várias fases do modernismo; Meu pai possuía uma quantidade enorme de livros de vários autores, novos, velhos, nacionais e internacionais. Uma coleção completa da História Universal de Cesare Cantu. Posso citar mais alguns: Manoel Bandeira, Mario de Andrade, Machado de Assis, José de Alencar, e outros de autores internacionais, Edgar Allan Poe, Alexandre Dunas, Miguel de Cervantes, Victor Hugo, Júlio Verne, Willian Shakespeare, Andrey Korbeluk, Fiódor Dostoiésvski e o seu impecável “Os irmãos Karamazov” e muitos outros grandes escritores. Li cada um deles e procurava imitá-los, escrevendo. Ao ler o livro infanto-juvenil: “As Aventuras de Tom Sawyer” do escritor norte-americano Mark Twain me aprofundei muito, tendo lido mais de uma vez e foi de tal forma que me achei ser o seu autor; Mas foi com o Romance “O Menino de Engenho” de José Lins do Rego que me deparei com a disposição para inventar.</p>
<p align="justify">Penso que Ignácio de Loyola Brandão não quisesse dar no sentido das suas palavras, que o escritor precisa ser o redentor do mundo, o salvador da pátria ou o libertador da lua; O escritor não tem a missão de solucionar problemas. O escritor carrega dentro de si todas as aventuras do mundo, todas as poesias, todos os dramas, todas as ficções, dando ou não sentido no desenvolvimento daquilo que escreve. O escritor é o próprio livro aberto... É a sua vida mostrada em cada parágrafo, em cada frase.</p>
<p align="justify">Um escritor não precisa cumprir uma função específica que escape à sua inseparável função de escrever o que bem entenda, embora aconteça com muitos de nós precisarmos escrever "em função" da estrita sobrevivência. Muitos, entretanto, escrevem por escrever, sabendo que jamais será reconhecido como escritor. Tal qual o Mestre não foi grato na sua própria terra, muitos escritores também não o serão na sua terra. Será inevitavelmente um permanente desconhecido.</p>
<p align="justify">Mas o escritor escreve... Escreve por escrever ou escreve por amor, por dedicação, por saber o que fazer. Enfim, mas escreve independente das páginas que ainda lhe falta ser preenchidas... A forma lhe diz tudo no papel, crescendo e acentuando durante o dia ou durante a madrugada, nas suas noites vazias, na solidão de sua mente, dando sequência naquilo que espera finalizar. Nessas horas de solidão da madrugada o escritor sofrerá ou gozará de cada palavra. O próprio Ignácio de Loyola Brandão referiu-se com a seguinte frase: “Escreve-se para não ser solitário e por amor aos outros; se você não tiver essa solidariedade, é bobagem escrever!”</p>
<p align="justify">Eu não escrevo para sobreviver... A Literatura não me trouxe o sabor da independência financeira. Pelo menos por onde passo, meus escritos de nada me serve. Absolvo isso na condição de voltar a escrever, no prazer de escrever e da distração que isso me causa; da vontade de criar e ver no papel aquilo que imaginei. Sem, contudo, nada prover.</p>
<p align="justify"> Eu digo que todo o ser humano tem uma missão, uma mensagem e também funções para criar, quer seja ingênua ou não. O escritor como qualquer ser humano tem os seus limites. Atrevo-me por isso contrariar o escritor Ignácio Loyola de Brandão e dizer “A missão do escritor é, sim, ser escritor!”</p>
<p align="justify">E a mensagem do escritor se confunde com sua função: ESCREVER É VIVER!</p>
<p align="justify">Dia 25 de julho, é O Dia do Escritor. E pensei em comemorar a data imaginando que tipo de presente um escritor gostaria de receber. Talvez um escritor gostasse de receber como presente um livro, dez livros... Ou que ficasse a critério dele escolher o autor. Talvez gostasse de ganhar um computador onde pudesse redigir suas cartas.</p>
<p align="justify">Pensando bem, o grande presente para o escritor continuará sendo o mesmo de todos os tempos: OS SEUS LEITORES!</p>
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