Social
EXPLORAÇÃO
Picos é o 2º no Piauí em exploração do trabalho infantil
De acordo com dados do Ministério Público do Trabalho no primeiro semestre deste ano foram notificados 82 procedimentos de exploração de trabalho infantil em Picos.
Maria Santana - 30/07/2012

<div align="justify"> <p>A Constitui&ccedil;&atilde;o Federal garante que crian&ccedil;as e adolescentes menores de 16 anos s&atilde;o proibidas de trabalhar, exceto como aprendizes ap&oacute;s atingirem os 14 anos de idade. Por&eacute;m, n&atilde;o &eacute; o que acontece na pr&aacute;tica. Nas ruas de Picos &eacute; comum encontrar crian&ccedil;as que trabalham como &ldquo;flanelinhas&rdquo; e engraxates, al&eacute;m das que atuam em lava-jatos, borracharias, feira livre e nas atividades da agricultura.</p> <p>De acordo com dados do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho -MPT-, no primeiro semestre deste ano foram notificados 82 procedimentos de explora&ccedil;&atilde;o do trabalho infantil no munic&iacute;pio. Com esse n&uacute;mero Picos ocupa o segundo lugar no Piau&iacute; em casos de explora&ccedil;&atilde;o, perdendo apenas para a capital Teresina.</p> </div> <div align="justify"> <p>Segundo a procuradora do trabalho, Christiane Alli Fernandes, nos &uacute;ltimos tr&ecirc;s anos o MPT, em parceria com o Centro de Refer&ecirc;ncia Especializado de Assist&ecirc;ncia Social (Creas) e Conselho Tutelar, vem intensificando as fiscaliza&ccedil;&otilde;es de combate a essa pr&aacute;tica abusiva, principalmente nos locais de maior incid&ecirc;ncia. &ldquo;Quando constatamos a presen&ccedil;a de crian&ccedil;as trabalhando em um determinado local encaminhamos um of&iacute;cio para o propriet&aacute;rio do estabelecimento, exigindo que a atividade seja interrompida e que essa pessoa n&atilde;o venha mais a contratar m&atilde;o de obra menor de 18 anos. Tamb&eacute;m propomos um termo de ajuste de conduta para regularizar a situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;.</p> <p>O trabalho infantil ainda &eacute; um problema de cultura da regi&atilde;o de Picos, geralmente os pais trabalharam quando crian&ccedil;a e acham normal propagarem essa pr&aacute;tica com os filhos. Eles n&atilde;o veem os esfor&ccedil;os das crian&ccedil;as como um trabalho, mas como uma ajuda na renda familiar e alguns defendem que as crian&ccedil;as de baixa renda que trabalham dificilmente se desvirtuar&atilde;o para v&iacute;cios das drogas e criminalidade.</p> </div> <div align="justify"> <p>Para o coordenador do CREAS, Alceb&iacute;ades Ara&uacute;jo, a justificativa dada por algumas fam&iacute;lias n&atilde;o s&atilde;o convincentes, pois os pais n&atilde;o podem transferir suas responsabilidades para os filhos. &ldquo;Elas alegam &eacute; que os incentivos dados pelo governo para ajudar na sustenta&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia n&atilde;o s&atilde;o suficientes. Embora saibamos que a responsabilidade de criar a fam&iacute;lia &eacute; dos adultos e n&atilde;o das crian&ccedil;as. O ideal seria que os familiares procurassem os &oacute;rg&atilde;os de prote&ccedil;&atilde;o &agrave;s crian&ccedil;as e adolescentes para que possam ser inseridos em programas sociais&rdquo;.</p> <p>A procuradora do trabalho, Christiane Fernandes, disse que a quantidade de casos registrados &eacute; preocupante sem falar nos que n&atilde;o s&atilde;o denunciados. &ldquo;Saber que a regi&atilde;o de Picos &eacute; a segunda em explora&ccedil;&atilde;o do trabalho infantil no estado nos preocupa muito. Com o trabalho precoce a crian&ccedil;a tem sem sonhos roubados, abandona a escola logo cedo, comprometendo o futuro, e em troca desse preju&iacute;zo recebe apenas gorjetas. Todos n&oacute;s temos consci&ecirc;ncia que cabe aos pais cri&aacute;-las e educ&aacute;-las&rdquo;.</p> </div> <div align="justify"> <p>Christiane Fernandes ressaltou que al&eacute;m da atua&ccedil;&atilde;o dos &oacute;rg&atilde;os de combate &agrave; explora&ccedil;&atilde;o do trabalho infantil &eacute; preciso a atua&ccedil;&atilde;o do estado e munic&iacute;pios para coibir essa pr&aacute;tica abusiva. &Eacute; necess&aacute;ria a implanta&ccedil;&atilde;o eficiente de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para que as crian&ccedil;as permane&ccedil;am na escola e n&atilde;o migrem para o trabalho precoce.</p> <p>Den&uacute;ncia: pode ser feita diretamente na Procuradoria do Trabalho de Picos, atrav&eacute;s do telefone (89) 3422-1274 e pelo disk 100. Para oficializar a den&uacute;ncia a pessoa n&atilde;o precisa se identificar, apenas fornecer o nome da crian&ccedil;a e de prefer&ecirc;ncia dos pais e do explorador, que geralmente &eacute; pessoa f&iacute;sica.</p> </div>
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