A greve durou mais de quatro meses e causou transtornos a aproximadamente 2.500 estudantes do Campus de Picos.
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<p>Depois de quatro meses e oito dias em greve, os professores da Universidade Federal do Piauí decidiram por fim ao movimento grevista e retornarem à sala de aula a partir desta segunda-feira (24). A paralisação de 128 dias foi a mais longa da história da Instituição, que tem 41 anos de existência. </p>
<p>Depois que o Comando Nacional de Greve (ANDES-SN) deliberou, em reunião realizada no último final de semana, para o dia 21 de setembro pela suspensão unificada da paralisação dos docentes das 47 universidades federais em greve, os professores da UFPI de Picos decidiram em assembleia geral, realizada nesta terça-feira (18) no auditório do Campus Senador Helvídio Nunes, voltarem às atividades normais de pesquisa, ensino e extensão na segunda-feira.</p>
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<p>De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI) em Picos, professor Bruno Pralon, uma das conquistas do movimento foi mostrar à sociedade que os professores das universidades públicas federais trabalham em condições precárias. “Com essa greve de mais de 120 dias mostramos ao povo o descaso do governo com o ensino público de qualidade, os professores das universidades públicas trabalham em condições precárias. Faltam laboratórios modernos, livros atualizados nas bibliotecas, temos muitos alunos por sala salas, enquanto isso o Governo Federal oferece incentivos fiscais para as universidades privadas”, destacou Bruno Prole.</p>
<p>Segundo o presidente da ADUFPI a paralisação conseguiu mobilizar a categoria, porém o governo federal se mostrou intransigente decidindo não atender as reivindicações dos professores e como o movimento já estava saturado os docentes decidiram suspender a greve, mas é possível que em um outro momento a classe se mobilize para conseguir as reivindicações de uma carreira estimuladora.</p>
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<p>Quanto a reposição das aulas o professor afirmou que vai depender do novo calendário que será definido pela administração da UFPI, no entanto adiantou que as aulas serão ministradas de segunda a sexta e a conclusão do ano letivo de 2012 provavelmente acontecerá em abril de 2013, pois ainda é preciso concluir o semestre 2012.1 para começar o 2012.2, o que significa que atrasará, também, o próximo ano letivo.</p>
<p>“Nossa luta foi pela qualidade da educação, não adianta jogarmos conteúdos para os alunos de forma desordenada. Em janeiro teremos aula, mas precisamos planejar quando serão as férias estudantes e professores têm esse direito garantido. Recomendo que os discentes fiquem atentos ao calendário que será divulgado nos próximos dias no site da ufpi, no endereço eletrônico www.ufpi.br”.</p>
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<p>Bruno Pralon disse que para fazer uma avaliação mais aprofundada do movimento o comando de greve local realiza hoje (20) e amanhã (21) o I Fórum de Debates sobre a Educação Superior na UFPI, com o tema: Perspectivas da atuação docente no contexto político brasileiro. O evento contará com mesa de discussão, grupos de discussão, apresentação das propostas discutidas e atividades culturais. Além disso, haverá a elaboração de uma Carta Aberta à Sociedade Piauiense que será apresentada aos alunos e divulgada na imprensa.<span> </span></p>
<p>A greve, que durou mais de quatro meses, causou transtornos a aproximadamente 2.500 estudantes do Campus de Picos que terão que adiar a conclusão dos seus cursos.</p>
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