O relato parece saudosista, embora na ciência de que grandes almas apenas mudam de curso, são eternas, imortais.
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<p>Saudação, caro leitor, é com muita alegria e na expectativa de bem construirmos com reciprocidade os caminhos da conversa para a qual lhe convido, cujo norte é José dos Santos Fonseca, ilustre cidadão do mundo, que em primeiro de outubro de 2012 registra cem anos de nascimento.</p>
<p>Doutor Fonseca, como ficou conhecido, nasceu, como a maioria de nós, cercado, pelo bucolismo das fazendas de gado do interior piauiense. Bom Princípio, em Valença do Piauí foi seu primeiro berço.</p>
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<p>Seus pais, os pequenos agricultores Miguel Fonseca e Maria Francisca pareciam já saber a grande missão de cuidar e educar aquele pequeno menino, e assim, aos 8 anos apresentaram-lhe o primeiro mestre-escola. A criança não teve dificuldade com as primeiras letras, em dois anos de estudo, em casa, desvenda sem dificuldade os encantos da leitura, da escrita e dos cálculos básicos, cujos prodigiosos resultados da disciplina e do intelecto são logo percebidos pelos pais, que o encaminham para estudar no povoado Papagaio, atual Francinópolis. De lá para Oeiras, depois Floriano, Teresina, onde ingressa com mérito no Liceu Piauiense, assim foi também no pré-médico, em São Luiz, vindo a coroar a carreira de odontólogo na Faculdade de Odontologia do Pará, em 1945.</p>
<p>Fonseca, após ter conhecido outros centros urbanos, ter abraçado a carreira militar, tendo servido ao Brasil na Fronteira de Rondônia durante o conturbado período da segunda Guerra Mundial, finalmente escolhe Picos para viver. Nesta cidade fez amigos, casou-se com Dona Carmem Fonseca, deixou à família e a todos os picoenses um suntuoso patrimônio histórico arquitetônico, conhecido como “O casarão da Praça”.</p>
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<p>Além do núcleo familiar formado por Dona Carmem, cinco filhos e muitos netos, Fonseca construiu um vasto ciclo de amizade, fundado no respeito ao homem, pessoas que sentem prazer em dizer “de certa forma, ele ainda é meu parente”.</p>
<p>O relato parece saudosista, embora na ciência de que grandes almas apenas mudam de curso, são eternas, imortais.</p>
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<p>Averiguando a vida e a obra de Fonseca, a Academia de Letras da Região de Picos reconhece como de imensurável valor seu acervo poético, fotográfico, os manuscritos dedicados à educação, profissão que também abraçou com inquestionável mérito e as principais pegadas que um homem com uma visão além de seu tempo teve a preocupação de registrar com lucidez e candura.</p>
<p>Isso posto, a ALERP elege José dos Santos Fonseca Patrono da Cadeira de número 26, cuja missão confiada a mim, Francelina Macedo, é ocupa-la e zelar pela memória deste cidadão, que é parte importante da história de Picos e do Piauí. Um grande parceiro da cultura que merece, neste primeiro de outubro um forte abraço de feliz aniversário.</p>
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<p>A pergunta mais óbvia que se faz a um historiador quando se trata de relatos biográficos é: quantos anos o homenageado viveu?</p>
<p>Fonseca quebra esta regra, uma vez que em 5 de julho de 2001 devolveu dignamente à terra o corpo que dela recebeu, mudando a direção de seus sublimes atos para ir ao encontro do Criador, aos 89 anos. Tempo suficiente para expressar em seu sereno semblante uma espécie de “obrigado, Senhor por me mostrar os caminhos da felicidade no curso da missão; obrigado Picos, família e amigos, por terem me acolhido e me realizado como homem, como profissional, como esposo, pai e cidadão.”</p>
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<div align="justify">Quanto a nós, ao educador, ao poeta, ao Tiradentes e ao pracinha, obrigado por permanecer vivo e fazer parte de nossas vidas. Feliz centenário, com direito a bolo, velas e festa no Céu.</div>
