Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais a perda agrícola no município foi de 96%, sem falar nas culturas do caju, mel e cera de carnaúba que as perdas chegam a 80%.
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<p>Há mais de sete meses não chove na região de Picos e, consequentemente, a situação para quem sobrevive da agricultura está complicada. Segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Rurais a perda agrícola no município foi de 96%, sem falar nas culturas do caju, mel e cera de carnaúba que as perdas chegam a 80%. </p>
<p>O secretário de Políticas Agrárias do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos, Francisco Pereira de Sousa (Tito) informou que mais de 1000 famílias foram cadastradas pelo sindicato por terem sido atingidas diretamente pela seca. Segundo ele, essas famílias buscaram junto ao Sindicato e Banco do Nordeste o benefício “Bolsa Estiagem”.</p>
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<p>De acordo com o secretário a ajuda para as vítimas da seca acontece de maneira muito tímida. “O homem do campo conta apenas com os financiamentos ofertados por parte do governo federal, principalmente as linhas de créditos feitas através do Banco do Nordeste. O estado e o município até agora não implementaram políticas que atendam efetivamente às necessidades desse povo, contribuíram apenas com carros-pipa e o percentual do garantia safra”.</p>
<p>O agricultor Luís Paulo Ferreira, da localidade Angico Branco dos Cassianos, município de Picos, disse que a situação que ele e os demais lavradores da comunidade vivem é desesperadora. “Nossas condições de sobrevivências estão ameaçadas, para comer temos que comprar de tudo. Sem falar na fome que os animais estão passando. Sem pastos e sem condições financeiras para comprar ração as poucas cabeças de gado que eu criava vendi por um preço baixo para não vê-las morrer de fome. Agora estou tentando escapar alguns porcos e galinhas. Na nossa comunidade o único benefício que chegou foi o do seguro safra, que ajuda, mas infelizmente não é suficiente para comprarmos nem o que comer. Só nos resta pedir a Deus que nos abençoe mandando chuvas.” </p>
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<p>Francisco Pereira de Sousa disse que as pessoas continuam procurando o Sindicato dos Trabalhadores Rurais em busca da documentação exigida para requerem o “Bolsa estiagem”. “Os trabalhadores vem até aqui para pegarem a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), seja a DAP B, que correspondem aos que possuem renda familiar de no mínimo 70% proveniente da agricultura, ou DAP V que a renda proveniente da agricultura é acima de 6 mil reais”.</p>
<p>Para cada categoria de agricultores é destinado um valor, no caso dos portadores da DAP B têm direito a um empréstimo de R$2.500, para os da DAP V é destinado R$12.000. Para começar a pagar a dívida o trabalhador rural tem três anos de carência e mais sete anos para quitá-la e um bônus de 40%.</p>
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