Os agricultores relataram que alguns deles deveriam ter recebido o milho em agosto, porém, uma nova data foi remarcada, agora para o final deste mês.
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<p>Como se não bastasse o drama ocasionado pela falta de chuva, o agricultor ainda tem que enfrentar as burocracias para ser beneficiado com algum programa do governo federal destinado às vítimas da seca. Ultimamente, quem passa em frente à sede da <span>Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Picos, se depara com uma multidão de sertanejos em busca de milho para alimentar o rebanho. </span></p>
<p>Na manhã desta terça-feira (06) os criadores que procuraram a Conab estavam inconformados com a maneira como a Companhia os tratavam. “Essa é a quarta vez que venho até aqui, aliás, não só eu, mas várias pessoas e os funcionários da Conab não informam de fato o que está acontecendo. Desde às 06h estamos aqui, ainda não fomos atendidos e nem há promessas para isso. Como podem ver os agricultores ficam agoniados atrás de informações e, principalmente, querendo adquirir o milho para alimentar os animais que ficaram nas roças com fome”, desabafou o trabalhador rural Joaquim Leal, da localidade Olho D’Água- Itainópolis.</p>
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<p>O atendimento no armazém da Companhia está tumultuado por causa da grande procura, pelo homem do campo, e da pequena oferta de milho para atender a essa demanda. Segundo informações de funcionários da Conab, são esperadas 350 toneladas de milho a serem destinadas aos 4 mil agricultores da região de Picos que estão cadastrados no programa Venda em Balcão.</p>
<p>Os agricultores relataram que alguns deles deveriam ter recebido o milho em agosto, porém, uma nova data foi remarcada, agora para o final deste mês. “Toda vez que a gente vem receber o milho a gente freta um carro na esperança de levar o produto, como isso não acontece é mais um gasto para quem já tira o pouco que tem para sobreviver e compra de ração para os animais. Isso é muito constrangedor”, comentou o agricultor Francisco Moura. </p>
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<p>Na região de Picos, a situação é de desespero por parte dos criadores para assegurar alimentação do rebanho, bovino, ovino e suíno. “Se os animais não estivessem morrendo de fome com certeza nós não enfrentaríamos uma humilhação desse tamanho”, disse Francisco Moura.</p>
<p>No programa Venda em Balcão o preço da saca do milho é tabelado de acordo com o cadastro econômico: para os produtores que compram até 3 toneladas, a saca do milho é vendida a R$ 18,12; entre 3 e 7 toneladas sai a R$ 21; e de 7 a 14 toneladas o valor da saca é de R$ 24,60. Já no mercado a saca chega a R$ 50,00.</p>
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<div align="justify">Nossa reportagem tentou contato com a superintendência da Conab em Picos para saber os motivos que ocasionaram atraso na entrega do milho, mas alegaram que as informações são repassadas somente pela Assessoria de Imprensa do órgão em Brasília.</div>
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