Governo aprovou queda da meta atuarial de 6% para 4,5% ao ano.
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<p align="justify"><span>Poupar para a aposentadoria vai exigir um esforço financeiro maior a partir deste ano. A redução gradual da meta atuarial dos fundos de pensão - ou seja, a previsão de rentabilidade dos planos fechados de aposentadoria - de 6% para 4,5%, fará com que o investidor tenha de reservar uma quantia mensal maior para ter o mesmo valor acumulado. Para se ter uma ideia do impacto, para quem começar a poupar agora por um período de 30 anos, o valor mensal deve ser elevado em pouco mais de 30%.</span></p>
<p align="justify"><span>Cálculos do consultor financeiro e professor da Fipecafi, Silvio Paixão, mostram que, com uma previsão de rentabilidade de 6%, um investidor que poupasse R$ 1 mil por mês, chegaria ao final de 30 anos com R$ 974.513,07 - sem considerar os efeitos da inflação. Já com uma meta atuarial de 4,5%, esse valor a ser economizado mensalmente sobe para R$ 1.304,46 - uma alta de 30,4%.</span></p>
<p align="justify"><span>Os números do professor mostram que o impacto da mudança é maior para períodos mais longos. Veja a tabela</span></p>
<p align="justify"><span>"Quanto maior o prazo, maior a perda e, portanto, maior deve ser o esforço da contribuição nos prazos mais longos para acumular o mesmo valor no período", diz Paixão. Ele comenta que no cálculo não foram considerados os efeitos da inflação. O efeito dos impostos também não foi levado em consideração, pois dependem do perfil tributário de cada pessoa.</span></p>
<div align="justify">Entenda</div>
<p align="justify"><span>Os fundos de pensão são planos de previdência fechados, organizados por empresas para os funcionários. Tais fundos perseguem metas de rentabilidade, chamadas de atuariais. Até agora, esta meta era de 6% ao ano, algo fácil de ser atingido no passado quando os títulos públicos pagavam 12% ao ano ou mais. Com a queda da taxa básica de juros (Selic) até o patamar de 7,25% ao ano, tal meta ficou difícil de ser atingida.</span></p>
<p align="justify"><span>O Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), órgão ligado ao Ministério da Previdência Social, aprovou então a redução gradual da meta atuarial dos fundos de pensão de 6% para 4,5% ao ano até 2018.</span></p>
<p align="justify"><span>A medida vale a partir de 2013. A cada ano, a meta terá um corte de 0,25 ponto porcentual. A meta atuarial consiste no rendimento real (descontada a inflação medida pelo IPCA), necessário para que o fundo consiga pagar seus beneficiários ao longo do tempo.</span></p>
<p align="justify"><span>"A decisão reflete o cenário atual de juros mais baixos da economia brasileira", informou o ministério, em comunicado.</span></p>
<div align="justify"><span>Para o secretário de políticas de Previdência Complementar do ministério, Jaime Mariz, é necessário que os fundos criem alternativas de investimentos e não se concentrem apenas em títulos públicos.</span></div>
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