A disputa também coloca em lados opostos dois partidos aliados no governo do Estado: o PT de Wellington Dias e o PSB de Wilson Martins
<p><span>Os prefeitos do Piauí vão às urnas na próxima terça-feira (8), para escolha do novo presidente da Associação Piauiense de Municípios – APPM. A disputa coloca em lados opostos dois perfis bem distintos. De um lado, o prefeito de Amarante, Luís Neto (PT). De outro, o prefeito de Vila Nova, Arinaldo Leal (PSB). Se a campanha diz o que pretende cada um, Luís Neto adotou uma postura de confronto, enquanto Arinaldo buscou a união.</span></p>
<p align="justify"><span>A própria chapa de cada candidato diz muito do que será a disputa. Arinaldo compôs sua chapa com a participação de 52 prefeitos, conforme estabelece o regimento da APPM, que exige a participação de pelo menos um representante de cada microrregião do Estado. No caso de Luís Neto, conta com apenas 16 prefeitos, obrigando que recorresse à justiça para ter a chapa registrada.</span></p>
<p align="justify"><span>A disputa também coloca em lados opostos dois partidos aliados no governo do Estado: o PT de Wellington Dias e o PSB de Wilson Martins. Mas, ao que parece, não se trata de disputa entre os dois partidos, já que petistas históricos como o prefeito de Campo Maior, Paulo Martins, apóiam a candidatura de Arinaldo. Quando muito, Luís Neto é o representante não do PT, mas do deputado Cícero Magalhães, que tem partido para o confronto em todas as situações.</span></p>
<p align="justify"><span>As informações é que tanto o governador Wilson Martins como as principais lideranças do PT torcem pela candidatura de Arinaldo, embora mantenham a discrição, para não melindrar a relação entre os dois partidos, tampouco criar problemas internos – no caso do PT, com o deputado Cícero Magalhães, que tantos estragos já causou ao partido na eleição de outubro em Teresina.</span></p>
<div align="justify"><strong>Perfil dos candidatos</strong></div>
<p align="justify"><span>Arinaldo Leal (PSB) – reeleito prefeito de Vila Nova do Piauí em outubro, Arinaldo é visto como aliado fiel do governador Wilson Martins, a quem é ligado desde os anos 90. Mas seu principal trunfo é o amplo leque de apoio que conseguiu. Dois exemplos são ilustrativos. Um, o apoio do prefeito de Corrente, Jesualdo Cavalcante (PTB), que abriu mão de sua candidatura própria para respaldar a campanha do prefeito de Vila Nova. Outro exemplo é o prefeito de Campo Maior, Paulo Martins (PT), que levou todo o seu grupo para a campanha de Arinaldo. Além disso, Arinaldo tem dois pontos fortes em seu discurso: a proposta de uma APPM unida na defesa dos interesses dos municípios; e o trabalho que vem fazendo como prefeito, que coloca Vila Nova em destaque em áreas como educação (é o maior IDEB do Estado), saúde (universalização no atendimento básico) e energia (100% de cobertura).</span></p>
<p align="justify"><span>Luís Neto (PT) – eleito prefeito de Amarante em outubro, Luís Neto vem fazendo uma campanha agressiva, em que prega uma APPM independente, seguindo a linha adotada por seu principal inspirador, o deputado Cícero Magalhães, que adotou postura semelhante em Teresina, levando o PT a uma chapa própria e sem alianças. A campanha conta com amplo material de divulgação e ações de campo (como almoços com prefeitos), mas com limitada resposta por parte dos prefeitos. Sua proposta de uma APPM independente, na prática, significa uma associação em confronto aberto com diversas instituições, incluindo o governo do Estado. Tal pregação belicosa tem causado embaraços, tanto que Luis Neto sequer conseguiu formar a chapa com os 52 prefeitos, conforme exige o regulamento da APPM.</span></p>
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