Polícia
ABANDONO
Antigos Distritos Policiais são usados para práticas criminosas
Nesses locais o clamor da população é o mesmo: A reabertura dos Distritos Policiais, ou pelo menos a demolição dos imóveis abandonados.
Maria Santana/ Robério Costa - 08/03/2013

O local deveria ser de repressão ao crime, mas está sendo palco dele. Essa é a situação dos locais onde funcionavam o 2º Distrito Policial, no bairro Bomba e o 3º Distrito Policial no bairro Junco. Segundo relatos de moradores os prédios que estão abandonados, desde a desativação dos DPs, são usados como abrigos para moradores de ruas e como espaços destinados a práticas ilícitas.

Uma moradora do Junco, que prefere não se identificar, afirma que a situaçãoé crítica, principalmente à noite. “Aqui a gente não pode mais sentar nas calçadas e nem as crianças brincarem nas ruas. Os marginais ficam brigando entre si e queimando lixo no prédio abandonado, além disso, temos medo de sermos assaltados. Eles vivem usando drogas e amedrontando a vizinhança”.

A comerciante Lena Rocha, residente próximo ao antigo DP do Junco, disse que a população daquela região fez um abaixo assinado e encaminhou às autoridades competentes, mas até agora nenhuma medida foi adotada. “Já cobramos uma solução, porém a problemática continua a mesma e os furtos acontecem com frenquência por aqui. A gente se sentia mais segura com a presença dos policiais”.

No bairro Bomba o cenário não é diferente, os moradores reclamam que o prédio do antigo Distrito Policial é um ponto de usuários de drogas. Sem falar que a maioria dos moradores próximos ao prédio abandonado é vítima de assaltantes. Como é o caso da aposentada Antônia Santos que teve a residência roubada. “Pularam o muro e entraram na minha casa, levaram o que puderam como ventilador, ferro, TV e tudo o que eu tinha no guarda-roupa. Graças a Deus nesse dia eu estava dormindo na casa da minha filha”.    

A cabeleireira Reneide Lima, também, é uma das vítimas das ações dos criminosos. “Entraram na minha casa e me fizeram refém, fiquei amarrada e trancada. Hoje trabalho com as portas do salão fechadas e com isso tenho prejuízos, as clientes nem sempre identificam se estou ou não. Além das perdas financeiras a gente fica traumatizada, a sensação de insegurança é grande”.

Nesses locais o clamor da população é o mesmo: A reabertura dos Distritos Policiais, ou pelo menos a demolição dos imóveis abandonados.

Segundo o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI), em Picos, Joel Joaquim dos Santos, as condições de trabalho da Polícia Civil estão caóticas. “Nosso efetivo é mínimo, sem falar na falta de estrutura física e desvio de função. Somos obrigados a fazer custódia de presos, enquanto isso o serviço de Polícia Judiciária está prejudicado”.

Para o diretor o fechamento dos Distritos e a fusão desses em um único local, uma casa alugada na Avenida Severo Eulálio, trouxe transtornos à população como dificuldades de registrar um Boletim de Ocorrência, contribuindo, assim, com a impunidade dos infratores.

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