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<![endif]--><span>As Representações Sociais acerca da Relação Familiar Elaboradas por Jovens Homossexuais da Cidade de Teresina - PI. Com essa temática, as estudantes da Universidade Estadual do Piauí – UESPI e bolsistas do Programa Institucional de Iniciação Científica – PIBIC/UESPI, Natércia Maria Mendes da Silva (Autora) e Samara Alves de Andrade (Co-autora) participaram do Seminário de Iniciação Científica, no período de 25 a 27 de novembro, onde apresentaram o resultado da pesquisa concluída, depois de um ano de análises, leituras e entrevistas, sobre a relação dos jovens homossexuais com seus familiares em Teresina. As estudantes contaram com a orientação da professora-doutora do Curso de Letras/Português, Raimunda Celestina Mendes da Silva e colaboração de Ângela Pereira da Silva Chantal Nunes.</span></div>
<p align="justify"><span>“O empenho em realizar uma pesquisa que contemple a homossexualidade como um fator desencadeante de modificações na dinâmica familiar emergiu do interesse de estudar como o homossexual (re)significa essa relação e posiciona-se diante dela frente à sua condição. Com o objetivo de analisar as representações sociais que jovens homossexuais da cidade de Teresina constroem a respeito da relação familiar deles junto à sua orientação sexual homófila, realizamos a presente pesquisa, de cunho qualitativo”, afirmou a autora. Segundo ela, o método utilizado foi a análise de conteúdo, a partir do teste de associação livre de palavras e de uma entrevista semi-estruturada para “verificarmos sobre o campo representacional relativo à família como instituição primeira e elementar no processo de constituição da subjetividade de cada indivíduo e a dimensão da importância da relação familiar no processo de projeção social da sua sexualidade”, ressaltou.</span></p>
<p align="justify"><span>Ainda de acordo com Natércia Mendes da Silva, dentre as hipóteses levantadas “podemos destacar a transição da visão social e histórica da família como âmbito acolhedor para um outro hostil e repressor elaborada pelos sujeitos participantes da pesquisa, a representação da família para os homossexuais como a principal preocupação - seja como fonte de repressão, seja como cobradora de compromissos sociais heterossexuais, e família como reprodutora do estigma e da discriminação homofóbicos e da homossexualidade como um fenômeno patológico e a implicação dessa reprodução como um obstáculo para a auto-afirmação da identidade sexual homoerótica dos indivíduos pesquisados”, salientou. Com a realização do presente projeto pretendeu-se identificar as representações sociais da expressão “relação familiar” formuladas a partir da compreensão de jovens homossexuais em Teresina – PI, assim como identificar os aspectos psicossociais representados na fala dos sujeitos sociais da pesquisa relacionados à expressão “relação familiar” e, ainda, identificar aspectos atitudinais dos sujeitos sociais da pesquisa em relação à expressão “relação familiar”.</span></p>
<div align="justify"><span>Mesmo com os contratempos e conflitos presentes na relação do homossexual com sua família, a imensa maioria tem uma visão positiva do significado da família para eles. As opiniões convergiram para embasamento, completude e companheirismo, mostra o estudo. “É como se eles possuíssem um ideal de família independente da relação familiar individual”, diz a autora. Outro ponto que merece destaque são as diferenças nas relações que se estabelecem entre o sujeito com o seu pai e sua mãe. Geralmente, com a mãe a relação é mais íntima que com o pai. “Eles demonstram um papel secundário do pai em seus assuntos. Ou seja, se confirma a tendência de não se identificarem com o(s) elemento(s) masculino(s) do grupo, o estereótipo da masculinidade”, revela Natércia.</span></div>
<p align="justify"><span>As situações pré e pós-descoberta da identidade sexual homófila alternam e oscilam bastante entre conflito e harmonia. Tudo muito intricado com aspectos muito peculiares de cada relação especificamente. “O que podemos afirmar acertadamente é que a homossexualidade continua ligado aos valores dominantes, à normalidade heterossexual, através da política do segredo e da clandestinidade alimentada pela repressão muito bem representada na dinâmica familiar como amostra de um macrossistema que é a sociedade e todos os valores estereotipados imbuídos nela. Essa repressão chega a coagir certos homossexuais a se enquadrarem nesses valores majoritários”, conclui a jovem pesquisadora.</span></p>
<div align="justify">Assessoria de comunicação</div>