Polícia
JUSTIÇA
Filha rompe silêncio após 2 meses do assassinato da mãe no Sul do Piauí
Nos próximos dias, o assassino já deverá ser apresentado. Segundo ele, das sete indagações feitas no inquérito, cinco já foram respondidas.
Cidade verde - 03/04/2013

A filha da funcionária pública Francisca Ione de Sousa, 47 anos, morta em Santo Antônio de Lisboa (PI), quebrou o silêncio. Em audiência na tarde desta terça-feira (2), na Assembleia Legislativa do Piauí, Patrícia Sousa Carvalho, 25 anos, revelou seu drama que vive após ter perdido a mãe, assassinada dentro do escritório da Agência de Desenvolvimento Agropecuário (Adapi) no dia 30 de janeiro.

Patrícia contou que se sente em uma prisão por ter de viver em um abrigo com seus três filhos. A família acredita que foi seu ex-marido, José Moacir, o assassino de Ione. Por isso, todos vivem escondidos. "Queremos que seja punido o assassino, pois ela travou uma luta para dar segurança a mim e aos meus filhos e acabou sendo morta", declarou.

Durante a audiência, Patrícia vestia uma blusa com a foto da mãe e a frase "Luto e Justiça. Chega de machismo e pistolagem. Basta de violência contra a mulher". A filha relatou que era agredida dentro de casa pelo ex-marido, com quem viveu por 11 anos, e sua mãe tentou lutar para que isso acabasse.

Pressão política

A audiência foi solicitada pela deputada estadual Flora Izabel (PT) com o objetivo de agilizar a prisão, já que o acusado estaria vivendo livremente em Santo Antônio de Lisboa. A parlamentar ainda pretende entregar ao governador Wilson Martins um pedido de adoção de políticas sociais para as filhas de Ione, visto que a família era sustentada pela servidora pública.

As deputadas Nize Rêgo, Margarete Coelho e Amparo Paes Landim também participaram da audiência, que contou com a presença da União das Mulheres Piauienses (UMP), representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) e entidades ligadas aos diretos de defesa das mulheres, além da delegada da Mulher em Teresina, Vilma Alves, e os delegados Francisco Bareta e João Marcelo Brasileiro de Aguiar.

Ação da polícia

Delegado de Homicídios, Bareta acompanha a investigação e afirma que a mesma já está agilizada. Nos próximos dias, o assassino já deverá ser apresentado. Segundo ele, das sete indagações feitas no inquérito, cinco já foram respondidas.

"Já temos bastante material. Estamos fazendo com todo o cuidado, recolhendo provas, pois não queremos que a Justiça desqualifique as provas", disse Bareta, dando como exemplo decisão recente do Tribunal do Júri, na qual o principal acusado de matar uma mulher foi inocentado por fragilidade das provas.

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